25 de novembro de 2020

Natura &Co lança política para enfrentar a violência de gênero e apoiar colaboradoras

As novas diretrizes serão implantadas em todas as empresas do grupo na América Latina e buscam erradicar a discriminação e violência com base em gênero no ambiente laboral e mitigar os efeitos da violência doméstica entre suas colaboradoras

A partir desta terça-feira (24), as empresas do grupo Natura &Co na América Latina (Avon, Natura, The Body Shop e Aesop) passam a contar com uma política de enfrentamento à violência de gênero, que direciona a adoção de procedimentos e recursos para apoiar as colaboradoras que estiverem em situação de violência. Antes dessa unificação, as principais empresas do grupo, Natura e Avon, possuíam protocolos locais de apoio às colaboradoras em situação de violência em alguns países, que agora serão ampliados para toda a região, reforçando o compromisso com a causa e a equidade de gênero na América Latina.

A iniciativa, que marca o início da campanha anual internacional “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” – no Brasil, com duração de 21 dias – ratifica o compromisso do grupo com a erradicação da violência de gênero e com a geração de impacto positivo assumido pela Natura &Co em seu Compromisso com a Vida. O plano estabelece ações para abordar, dentro dos próximos dez anos, algumas das questões mais urgentes do mundo: enfrentar a crise climática e proteger a Amazônia, garantir igualdade e inclusão, e mudar nossos negócios para circularidade e regeneração.

No mundo, segundo indicadores da ONU (Organização das Nações Unidas), uma em cada três mulheres já sofreu algum tipo de violência física ou sexual. Somente em 2018, uma mulher foi assassinada a cada duas horas no Brasil, de acordo com dados do Atlas da Violência 2020, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Com o isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 em 2020, o cenário se torna ainda mais dramático. Segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, houve um aumento de 431% em relatos de brigas de casal por vizinhos em redes sociais entre fevereiro e abril deste ano. Já outro estudo da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, durante a quarentena, registrou um crescimento de cerca de 18% no número de denúncias desde que as políticas de confinamento entraram em vigor.

A violência também gera elevados custos para os serviços de atendimento de saúde, segurança e justiça. A ONU estima que o custo da violência contra as mulheres represente 2% do produto interno bruto global, ou seja, cerca de 1,5 trilhões de dólares. No Brasil, de acordo com a Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, feita pela UFC (Universidade Federal do Ceará) em convênio com o Instituto Maria da Penha, vítimas de violência doméstica faltam em média 18 dias de trabalho por ano, o que gera uma perda anual de aproximadamente R$ 1 bilhão ao país. Além disso, essas mulheres enfrentam problemas de concentração e estresse relacionados ao ambiente laboral.

“A violência de gênero, em suas diferentes formas, impacta negativamente a saúde, o desenvolvimento interpessoal, a segurança e a vida de milhares de mulheres. Nesse sentido, as organizações empresariais têm um papel fundamental na promoção de mecanismos de equidade de gênero”, afirma Josie Romero, Chief Operating Officer da Natura &Co e membro do Comitê de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, grupo formado por lideranças de diferentes áreas da organização. “É por essa razão que a Natura &Co América Latina tem o compromisso de estabelecer protocolos e políticas que proporcionem um espaço de trabalho que contribua para a erradicação de qualquer forma de violência contra mulheres e meninas”, acrescenta.

Com uma abordagem interseccional, a política regional incluirá processos educativos para aumentar o reconhecimento das inúmeras formas de violência vivenciadas pelas mulheres e ferramentas de conscientização que promovam mudança de comportamento. Também estão previstos procedimentos de acolhimento e acompanhamento integral de colaboradoras que se encontrem em situação de violência com o apoio de equipes multidisciplinares.

No início da pandemia, as empresas de Natura &Co já haviam unido esforços diante desse desafio. O movimento #IsoladasSimSozinhasNão, liderado pelo Instituto Avon e criado pela Fundación Avon, foi endossado pelo grupo para combater o aumento da violência doméstica durante o período de isolamento. Agora unidas, as empresas podem ampliar, de maneira integrada, o potencial de proteger toda sua rede de relações, entre consultoras, colaboradores e consumidores, cada uma seguindo suas próprias ações no combate à violência de gênero.

“Para a Natura, cada pessoa importa. O lançamento da política regional de apoio a colaboradoras em situação de violência de gênero reforça o nosso pacto social com a redução da desigualdade e da intolerância, que só pode ser alcançada através de ações efetivamente transformadoras que incluam toda a nossa rede de relações, incluindo consultoras, consumidoras e parceiros”, diz Cida Franco, diretora de vendas da Natura Brasil.

Desde 2019, a empresa realiza um programa de conscientização com sua força de vendas focado em violência de gênero e vem ampliando a oferta de mecanismos de apoio. Um exemplo é o aplicativo Tina, canal de acolhimento psicossocial disponível para todas as consultoras da Natura que acolhe, orienta, informa e direciona mulheres que estejam passando por algum tipo de violência. Por trás da plataforma, um time multidisciplinar de mulheres especializadas no tema, composto por assistentes sociais, advogadas e psicólogas, realizam o atendimento de forma humanizada, individualizada e confidencial, criando um ambiente acolhedor e seguro. Até o momento, o aplicativo já acolheu 81 mulheres em situação de violência.

Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon, que desde 2008 articula com empresas públicas e privadas, organizações sociais e órgãos públicos no enfrentamento à violência contra mulheres e meninas, relembra que todos os países afetados pela pandemia, começando com China e Itália, observaram um aumento nos índices de violência doméstica. E no Brasil, infelizmente, não foi diferente. “É urgente reforçar o apoio a estas mulheres, já que o lar, que deveria ser um lugar seguro, é, na verdade, o espaço no qual estão ainda mais expostas ao risco. Não há possibilidade de termos uma sociedade justa construída com violência contra mulheres e meninas, que se agravou à sombra do confinamento. Agora, como o quarto maior grupo de beleza do mundo, a Natura &Co possui uma poderosa plataforma para unir esforços e mudar essa realidade”, afirma a executiva.

Em 2019, o Instituto Avon lançou a Coalizão Empresarial pelo Fim da Violência contra as Mulheres, com chancela da ONU Mulheres e apoio técnico da Fundação Dom Cabral. Com mais de cem empresas signatárias, entre elas Natura Brasil e The Body Shop, a coalizão formaliza a adesão aos Princípios de Empoderamento das Mulheres, criado pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global, e tem o objetivo de engajar empresas do setor privado na causa de combate à violência contra meninas e mulheres.

Sobre a campanha “16 dias de ativismo”

O “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” é uma campanha anual e internacional que começa no dia 25 de novembro (Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher), e vai até 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização abrange o período de 20 de novembro (Dia da Consciência Negra) a 10 de dezembro, totalizando 21 dias de ativismo.

Iniciada por ativistas no Instituto de Liderança Global das Mulheres, em 1991, a campanha  envolve governos, sociedade civil, escolas, universidades, empresas, associações esportivas e as pessoas que individualmente manifestam solidariedade às mulheres em situação de violência, às ativistas, aos movimentos de mulheres e às defensoras dos direitos humanos das mulheres para pôr fim à violência contra mulheres e meninas. Todas as empresas do grupo Natura &Co farão ações globais de apoio à causa.

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