Com escuta ativa e influência digital, comunicação de líderes ganha novas dimensões

A comunicação da liderança, cada vez mais estratégica para o engajamento e a confiança nas organizações, foi o tema principal da sexta reunião do Comitê Aberje de Comunicação Interna nos Desafios da Liderança, realizada virtualmente no dia 23 de setembro. No encontro, liderado por Karla Magalhães, gerente de Cultura, Comunicação Interna, Diversidade, Desenvolvimento Organizacional e de Pessoas da Tokio Marine e coordenadora do Comitê, os participantes compartilharam experiências sobre o papel dos líderes como agentes de diálogo e influência.
Segundo Karla, a comunicação do líder não deve ser apenas transmissão de mensagens. “Não pode ser uma via de mão única”, afirmou. Para ela, o líder comunicador é aquele que gera empatia, promove conversas de mão dupla e faz com que as pessoas se sintam parte da solução. “Para gerar confiança e desenvolver as equipes, é preciso envolvimento”, acrescentou.
A coordenadora apresentou as convidadas Juliana Annunciato, gerente de Comunicação Interna da Natura, e Ana Uliana, gerente de Comunicação da Galderma, que trouxeram exemplos práticos de como a liderança pode atuar como protagonista da comunicação corporativa.
Juliana falou sobre sua experiência em uma outra grande organização, na qual desenvolveu um projeto em meio à diversidade de unidades e culturas internas. “A comunicação era pulverizada e, em alguns casos, as culturas eram conflitantes”, contou. O ponto de partida da transformação foi a escuta ativa, realizada por meio de grupos focais. “Identificamos que alguns times tinham ritos para repassar procedimentos, mas não se falava sobre estratégia ou cultura”, disse.
Com base nesse diagnóstico, a empresa estruturou uma estratégia para fortalecer a marca empregadora, melhorar a experiência dos colaboradores e apoiar a liderança. “Criamos um programa de liderança comunicadora, com treinamento e capacitação das lideranças, inclusive para falar sobre crises”, explicou Juliana. Boa parte dos líderes participou do programa, que também envolveu o desenvolvimento de ferramentas e métodos de comunicação voltados para a clareza e a concisão.
A executiva ressaltou que o trabalho foi realizado em parceria com a área de cultura, o que possibilitou disseminar valores organizacionais de forma consistente. Os resultados, segundo ela, foram tangíveis, inclusive com maior adesão dos colaboradores e melhores índices nas pesquisas de clima. “É a liderança direta que faz o vínculo. A média liderança tem um papel muito importante nas organizações”, observou. Entre as lições aprendidas, destacou a importância da priorização, da mensuração e da constância. “A intencionalidade é chave nesse processo”, concluiu.
Em seguida, Ana Uliana apresentou o caso da Galderma, destacando a relevância das plataformas digitais no relacionamento com os colaboradores. A empresa mantém um perfil de acesso controlado, acompanhado pelo RH, que segue um calendário com editorias definidas e consistência na linguagem. “Hoje, o Instagram é o canal oficial de comunicação da empresa. Noventa e sete por cento dos colaboradores acompanham o perfil e interagem com o conteúdo”, afirmou.

Os colaboradores também são incentivados a compartilhar suas rotinas em seus perfis pessoais, em uma prática alinhada à tendência do employee generated content (EGC). “Vivemos uma nova era da influência, em que os próprios colaboradores se tornam porta-vozes da marca”, observou. Ela também destacou a atuação da General Manager da empresa na criação de conteúdos específicos para o canal, com resultados expressivos em engajamento.
Ao final do encontro, Karla reforçou que o papel da liderança comunicadora vai além do ambiente interno. “Não existe mais barreira entre o interno e o externo. O caminho que escolhemos precisa estar alinhado à cultura e ao posicionamento de marca”, disse. Para ela, a voz da liderança é um ativo estratégico. “Temos uma voz de liderança importante, que deve ser trabalhada para dentro e para fora”, concluiu.
Sobre os Comitês
Os Comitês Aberje de Estudos Temáticos são espaços seguros para troca de informações e aprendizado mútuo para profissionais da rede associativa. São grupos fixos de membros, nomeados por organizações associadas à Aberje, que se reúnem com regularidade para discutir, aprofundar e gerar novos conhecimentos sobre determinados temas de interesse da Comunicação Corporativa. A participação nos Comitês é exclusiva para empresas associadas e os temas e grupos são renovados a cada ano. Com calendário predeterminado para os encontros, o processo de seleção dos membros ocorre no início de cada ano.
A cobertura dos encontros dos Comitês segue a Chatham House Rule, onde os participantes são livres para usar as informações recebidas, mas preservando a identidade e filiação dos membros daquela reunião, de modo a permitir que a discussão possa se dar livremente em um ambiente seguro.
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