Comunicação estratégica: o que as empresas precisam saber antes da COP30

Daqui a alguns dias, receberemos em Belém do Pará, pela primeira vez no Brasil, a Conferência do Clima da ONU, a COP30. Por mais que o evento seja palco de negociações políticas, é fundamental que o setor privado aproveite a oportunidade para avaliar e refletir sobre como tem realmente contribuído para uma economia de baixo carbono.
A resposta para essa pergunta certamente não está em um relatório de sustentabilidade bem diagramado, ou em uma campanha com palavras bonitas, mas sim na coerência e na consistência das suas ações. E é aqui que entra a comunicação estratégica.
Mais do que discurso, o diferencial de uma marca está na construção contínua de autoridade e no seu posicionamento em sustentabilidade, e nenhum dos dois é feito da noite para o dia. Uma reputação consolidada é resultado de ações perenes e bem estruturadas.
Mas como uma empresa deve comunicar isso para o público? E o que deve ser comunicado?
Cada iniciativa social, cada meta climática e cada dado reportado por uma organização fazem parte de um processo que deve ter como foco informar e educar. Nesse contexto, não é só sobre “contar o que fazemos”, mas sim sobre revelar quem somos, o propósito por trás de cada ação e escolha, e a importância da gestão da sustentabilidade na companhia. A comunicação se torna uma ferramenta narrativa crucial para mostrar, de maneira inspiracional e verdadeira, que há pessoas, decisões e aprendizados reais por trás das metas e compromissos. Essa é, de fato, a principal responsabilidade da comunicação corporativa.
Marcas e empresas devem produzir de forma responsável, mas também precisam ensinar seus consumidores a usufruírem de seus produtos de forma igualmente responsável. Esse movimento contribui para desenvolvimento de um público mais informado, crítico e exigente e, consequentemente, cria-se uma sociedade que cobra posicionamentos pautados em ações mais consistentes. É como um efeito cascata que reafirma o processo de responsabilidade das marcas no que tange à sustentabilidade.
A melhor forma de fomentar tais práticas ainda é por meio da transparência. No entanto, divulgar indicadores, reconhecer desafios e apresentar resultados de forma acessível já deixou de ser um diferencial e se tornou uma gestão de riscos básica e inteligente. Quando uma empresa expõe seus bastidores e mostra tanto os seus avanços quanto suas vulnerabilidades, ela não perde credibilidade, mas gera humanidade e aproximação com o público. Em médio-longo prazo, isso impacta positivamente o saldo financeiro do negócio, conquistando investidores, acionistas e parceiros – como numa situação onde todo mundo ganha.
Portanto, posicionamento consolidado e comunicação estratégica é exatamente o que todos os públicos de interesse querem ver na corrida rumo à COP30: empresas que não têm medo de serem vistas de verdade e que dizem o que precisa ser dito, tendo em vista a urgência do momento. Não é só comunicação de causa, mas a justificativa da causa: um convite para a ação coletiva, de toda a cadeia, a partir de novos debates e propostas.
A falta de informação, diálogo e chamada para ação é uma carência da sociedade como um todo. Muitas pessoas sequer sabem o que é a Conferência do Clima, o que discute, qual a sua importância para o futuro da sociedade, qual a relação dos debates com o dia a dia da população, entre outras tantas dúvidas. Mas as organizações devem olhar para tais questões como oportunidades de conteúdos e pautas a serem trabalhadas ao comunicar a responsabilidade de suas ações de sustentabilidade. Saber conduzir e explicitar essa interseção entre o negócio e os impactos socioambientais da produção, junto com a transparência e o letramento dos seus consumidores, vai ser o grande diferencial de empresas bem posicionadas na COP 30. A hora é agora.
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