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06 de outubro de 2025

As faces ocultas das narrativas

Paulo Nassar
O olhar desafia o texto sem contexto. Exercício em aula de Paulo Nassar
 
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A história da comunicação contemporânea pode ser compreendida a partir de um movimento de deslocamento do poder de definir quais temas circulam na esfera pública. Durante décadas, sobretudo no século XX, quando jornais, rádios e televisões se consolidaram como grandes veículos de massa, a chamada Teoria do Agenda-Setting, formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw, mostrou-se decisiva para compreender a dinâmica social. Sua premissa central era simples e poderosa: a mídia não dizia às pessoas “o que pensar”, mas dizia “sobre o que pensar”. Ao selecionar determinados assuntos, hierarquizá-los nas manchetes e priorizá-los na cobertura, os meios de comunicação agendavam os temas de maior relevância para a opinião pública.

Esse modelo funcionou de modo eficaz em sociedades onde poucos grupos editoriais tinham alcance nacional e ditavam o ritmo da discussão social. Assim, se o noticiário enfatizava a violência urbana, o tema da segurança pública se tornava imediatamente prioritário na percepção coletiva. Se a cobertura insistia em denúncias políticas, a corrupção se transformava em questão central do debate público. O vínculo entre mídia, opinião pública e agenda política era direto e relativamente linear.

Com a digitalização e a explosão das redes sociais, no entanto, esse paradigma sofreu um ponto de virada. O processo de Agenda-Building emerge para descrever um cenário em que a construção da agenda pública passa a ser resultado da interação entre diferentes atores: veículos tradicionais, fontes institucionais, influenciadores digitais, comunidades online e, cada vez mais, os próprios algoritmos das plataformas. O gatekeeper tradicional — o editor do jornal ou o âncora do telejornal — cede lugar ao gatekeeper digital, representado por sistemas automatizados de recomendação, filtros personalizados e métricas de engajamento que definem o que será visto ou ignorado em nossos feeds. Esses processos de agendamento, no entanto, muitas vezes operam dentro de uma lógica criminosa, filha da chamada Indústria das Relações Não-Públicas, em que meliantes com formação acadêmica e/ou profissional atuam deliberadamente para manipular fluxos de informação, corroer a confiança pública e enfraquecer instituições democráticas e as relações humanas. Nesse contexto, a circulação de narrativas não se limita a disputas simbólicas legítimas, mas transforma-se em estratégia organizada contra a democracia, explorando a desinformação, a manipulação e as fake news como armas de guerra informacional.

Esse deslocamento traz implicações éticas profundas. Se antes a seleção temática era centralizada e sujeita a critérios editoriais explícitos, hoje a circulação da informação se submete a lógicas opacas de programação algorítmica. O resultado é uma esfera pública fragmentada, em que múltiplas agendas convivem — e frequentemente colidem — dentro de bolhas de filtragem. Nesse ambiente, a manipulação de conteúdos e a produção deliberada de desinformação encontram terreno fértil. As chamadas fake news transformam-se em narrativas virais capazes de moldar percepções sociais, muitas vezes sobrepondo-se a informações verificadas.

Portanto, se o Agenda-Setting clássico nos ensinou a importância de entender como os meios pautavam a sociedade, o desafio atual é compreender como a Agenda-Building digital redefine os processos de seleção, legitimação e circulação de narrativas. O risco maior não está apenas na multiplicidade de vozes, mas no fato de que a arquitetura digital favorece o sensacionalismo, a polarização e a viralização de discursos que exploram emoções intensas como medo e indignação.

Em tempos digitais, as narrativas não apenas refletem a realidade: elas produzem efeitos imediatos sobre a política, a economia e a vida social. A responsabilidade ética da comunicação torna-se, assim, ainda mais urgente, exigindo novos pactos de transparência, educação midiática e mecanismos coletivos de enfrentamento à desinformação. O que está em jogo não é apenas a qualidade do debate público, mas a própria sustentação democrática diante de narrativas que, uma vez lançadas, podem corroer os vínculos de confiança que sustentam a vida em comum.

Para quem quiser se aprofundar nesse debate, vale acompanhar a pesquisa de Catarina Pallesi Menck de Vasconcelos, orientada pelo Prof. Dr. Alexis Couto de Brito, no Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Paulo Nassar

Diretor-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje); professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP); doutor e mestre pela ECA-USP. É coordenador do Grupo de Estudos de Novas Narrativas (GENN), da ECA-USP e pesquisados no campo da interface entre Comunicação e Antropologia. Docente de mestrado e doutorado (PPGCOM ECA-USP) desde 2006, onde ministra, juntamento com o Prof. Dr. Luiz Alberto de Farias, a disciplina stricto sensu “Memórias Rituais, Narrativas da Experiência”. Pesquisador da British Academy (University of Liverpool) – 2016-2017. Entre outras premiações, recebeu o Atlas Award, concedido pela Public Relations Society of America (PRSA, Estados Unidos), por contribuições às práticas de relações públicas, e o prêmio Comunicador do Ano (Trajetória de Vida), concedido pela FundaCom (Espanha). É coautor dos livros: Communicating Causes: Strategic Public Relations for the Non-profit Sector (Routledge, Reino Unido, 2018); The Handbook of Financial Communication and Investor Relation (Wiley-Blackwell, Nova Jersey, 2018); O que É Comunicação Empresarial (Brasiliense, 1995); e Narrativas Mediáticas e Comunicação – Construção da Memória como Processo de Identidade Organizacional (Coimbra University Press, Portugal, 2018).

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