
Nos últimos anos, vivemos transformações profundas que redefiniram o ambiente de trabalho e as expectativas dos profissionais em relação às suas carreiras. O avanço da inteligência artificial, novas dinâmicas socioeconômicas e questões geopolíticas têm impactado diretamente na forma como as pessoas se relacionam e enxergam seus papeis na sociedade, ressignificando também suas funções no trabalho.
Nesse cenário, as empresas enfrentam um novo desafio: trazer mais sentido para o ambiente e a cultura organizacionais. Com isso, o papel da liderança evoluiu, exigindo mais intencionalidade para equilibrar as necessidades das pessoas com os objetivos das empresas, moldando um novo futuro para as relações de trabalho.
A pesquisa global “Employees Rising” da United Minds, consultoria de gestão com foco em transformação cultural e comunicação, indica que, hoje, os profissionais buscam mais do que estabilidade e remuneração: há uma demanda crescente por empoderamento, segurança psicológica e valores corporativos tangíveis. Ela foi realizada em 14 países, incluindo o Brasil (veja link para acesso a relatórios integrais abaixo).
No estudo, 67% dos empregados relatam estarem satisfeitos com seus empregos – no Brasil, esse índice chega a 85%, sendo que 89% recomendariam suas empresas. No entanto, embora a satisfação esteja em alta, 40% dos profissionais afirmam que mudariam de emprego amanhã, se tivessem a oportunidade (impulsionados, em sua maioria, por tratamentos antiéticos e má gestão de liderança enfrentados em seus atuais empregos).
Esse aparente paradoxo reflete como as expectativas dos trabalhadores aumentaram: eles não apenas buscam equilíbrio entre vida pessoal e profissional – que 35% afirmaram ter melhorado –, mas também ambientes que demonstrem cuidado genuíno com saúde mental, diversidade e igualdade.
Quando os empregados estão satisfeitos, eles se mobilizam em prol do empregador além de suas atividades diárias, mas quando o ambiente de trabalho não propicia esse cuidado, percebe-se um impacto direto na retenção e no engajamento dos profissionais.
A liderança como reflexo de valores e cultura
Liderar com intenção significa ir além da gestão técnica e processual, abraçando o papel de referência comportamental e de espelho para as equipes. Os líderes modernos têm a missão de cultivar um ambiente de trabalho psicologicamente seguro, onde microagressões, assédio e discriminação não tenham espaço. No entanto, os números mostram que ainda há muito a ser feito: 27% já vivenciaram comportamentos antiéticos no local de trabalho, incluindo discriminação, falta de respeito, agressão ou sentimento de insegurança por quem são ou pelo que acreditam.
Esses números acendem um alerta para a importância de uma liderança verdadeiramente engajada com as pessoas. Ao alinhar os valores da organização com as práticas diárias e ao demonstrar comprometimento com temas como diversidade, equidade e inclusão, os líderes podem não apenas mitigar os impactos negativos, mas também fomentar um ambiente de trabalho mais acolhedor e produtivo.
O novo olhar para cultura e seu impacto na retenção
Uma cultura organizacional sólida não se constrói apenas com políticas bem-intencionadas; ela exige coerência entre o discurso e a prática. Estudo da Weber Shandwick revela que 83% dos brasileiros acreditam que suas empresas retratam publicamente um ambiente coerente com o que é vivido internamente. No entanto, ainda há um longo caminho a ser trilhado para que essas percepções se consolidem como um valor universal.
A satisfação dos colaboradores é crucial, mas ela não é suficiente para garantir a retenção. As empresas precisam unir esforços para atrair e manter talentos em um ambiente que valorize a individualidade, a diversidade e a segurança psicológica. Como líderes, é nosso papel oferecer aos profissionais as ferramentas, os espaços e o apoio necessários para que se sintam protagonistas de suas jornadas, contribuindo para o crescimento da organização e, simultaneamente, desenvolvendo suas próprias carreiras.
Liderar com intenção é mais uma abordagem estratégica que coloca as pessoas de fato no centro. Trata-se de enxergar cada colaborador além dos números, de valorizar suas histórias e motivações e de transformá-las em combustível para o sucesso corporativo e individual. É, também, a oportunidade de quebrar a toxicidade corporativa, normalizar o cuidado e demonstrar que, juntos, podemos construir equipes resilientes, inovadoras e alinhadas com um propósito genuíno.
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