08 de agosto de 2022

Metaverso cria possibilidades infinitas para a comunicação organizacional

Semanas atrás, o Aberje Trends trouxe o metaverso como seu principal tema. A questão da tecnologia sempre me chamou a atenção e tenho visto vários debates a respeito de como a comunicação corporativa vai evoluir com a chegada do metaverso. Minhas perspectivas são boas, mas é preciso ser realista: essa tecnologia não vai estar pronta tão rapidamente, teremos muito tempo de ajustes e aprendizados. Ainda vai levar alguns anos para as empresas viverem completamente no mundo virtual, mas esse é um cenário que já nos faz pensar nas possibilidades.

No blog da Clima, abordamos sobre como a comunicação corporativa será remodelada dentro do metaverso. Mesmo que isso seja algo que não vá acontecer a curto e médio prazo, é importante que as empresas comecem desde já a se preparar para esse momento. Neste sentido, o processo de digitalização das demandas, que foi acelerado pela pandemia, tem papel decisivo. Afinal, quanto mais cedo as empresas estiverem atuando no ambiente virtual, mais fácil será implementar iniciativas no metaverso.

Essa opinião é compartilhada por Léo Wollinger, Head de Criação na Clima Comunicação. “Em termos de digitalização, acredito que a pandemia fez com que tivéssemos que trocar o pneu de um carro em movimento. Aprendemos que não precisamos mais das paredes do escritório para conduzirmos projetos em conjunto e que é possível trabalhar em equipes multidisciplinares que nunca se viram presencialmente, mas precisamos garantir os insumos corretos para o bom desenvolvimento do trabalho”, comenta. Ou seja, as empresas precisam se adequar constantemente às novas realidades que surgem, e isso não será diferente com o metaverso.

Desafios de hoje e do futuro

Um estudo da Universidade de Coburg, na Alemanha, chamou bastante a minha atenção sobre as dificuldades de trabalhar no metaverso atualmente. Publicado em junho, o experimento contou com 18 pessoas passando uma semana trabalhando dentro do metaverso. Logo no primeiro dia, dois participantes desistiram, alegando incompatibilidade com a tecnologia – o peso do óculos de realidade aumentada gerou muita dor de cabeça. Ao longo da semana, outros percalços apareceram, mas serviram para mostrar os pontos que precisam ser aprimorados.

Ou seja, experiências como essa mostram que o metaverso não só é possível, mas também inevitável. Estamos passando cada vez mais tempo conectados, mas falta aprimorar a tecnologia para ela se tornar mais orgânica. No estudo acima, tarefas simples como anotar um recado em um papel se tornaram mais desafiadoras. Ou seja, é preciso refinar esses detalhes antes de partir para uma realidade em que o metaverso esteja mais presente no dia a dia.

Acredito que os principais desafios continuam sendo os que já temos hoje, com relação à democratização do acesso a internet, à garantia do bem-estar do colaborador em um ambiente que traz o trabalho pra dentro da sua casa, e ao gerenciamento dessa ansiedade de uma comunicação cada vez mais imediata”, analisa Wollinger. “O avanço do 5G como garantia de uma internet melhor e mais veloz faz com que tenhamos muitos ganhos, mas gestores que se mostram vulneráveis e equipes próximas de seus líderes seguem sendo a receita para organizações bem-sucedidas e times engajados”, complementa.

Possibilidade infinitas

Porém, desde já podemos vislumbrar algumas possibilidades da comunicação organizacional no metaverso. De uma maneira geral, penso que haverá um esforço em extrapolar e testar as possibilidades do novo meio de comunicação criado. Assim, caberá às equipes criativas tornarem as experiências de hoje em algo mais virtual daqui a alguns anos. “Acredito que, apesar de ainda distante da nossa realidade, os primeiros insights relativos à relação entre a comunicação corporativa e o metaverso caminham cada vez mais para experiências imersas e para o posicionamento de marca com uma maior personalização da experiência do usuário dentro desses universos”, explica Wollinger. 

Além disso, como o metaverso será uma experiência com avatares, a possibilidade de utilizar cada vez mais a gamificação para engajar os colaboradores. Porém, não podemos nos esquecer do mundo real. Esse é o mesmo pensamento do Leonardo Wollinger: “Em termos de comunicação, acredito que um olhar cada vez mais atento para ações que englobam ambientes digitais e físicos serão necessárias”. 

Nos últimos 10 anos, a comunicação corporativa evoluiu bastante como área e se mostrou cada vez mais necessária dentro das organizações. Não tenho dúvidas de que a próxima década será fundamental para consolidar essa importância e para fazer as empresas se destacarem no cenário competitivo. Assim, o metaverso vai chegar para todas, mas aquelas que se preparem desde já vão colher mais rapidamente os frutos da novidade.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Alexandre Hampf

Alexandre é CEO e cofundador da Clima Comunicação, uma empresa especializada em Employee Experience e Comunicação Corporativa. Possui graduação em Relações Públicas e em Publicidade, pela PUC/PR, além de pós-graduação em Comunicação e Marketing pela mesma instituição. Também possui MBA em Planejamento e Gestão de Negócios pela Universidade Positivo. Além disso, ocupou diversas posições na parte gerencial e executiva de grandes organizações.

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