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projeto:
Guia todxs nós e a linguagem inclusiva
categoria:
Diversidade e inclusão

01 de abril de 2021

O X da questão

A série Todxs Nós, da HBO, causou burburinho nas redes sociais ao abordar questões de sexualidade e identidade de gênero, que cada vez têm mais espaço na sociedade

Hugo Cilo

A série Todxs Nós (2020), da HBO, provocou burburinho nas redes sociais ao abordar questões de sexualidade e identidade de gênero que cada vez mais dominam as conversas do dia a dia. Para chancelar a relevância das discussões propostas pelo seriado, o Prêmio Aberje condecorou, na categoria Diversidade e Inclusão, o Guia Todxs Nós de Linguagem Inclusiva, cartilha disponibilizada pelos desenvolvedores da série para que o espectador entendesse de forma mais clara os objetivos da trama.

O guia se baseou na linguagem inclusiva utilizada na série, que promove a reflexão sobre a comunicação como forma ativa de dar visibilidade a pessoas transgênero ou não binárias. A iniciativa contou com a consultoria da Diversity Bbox, especializada em equidade social e fomentação da diversidade em corporações e instituições. A série de oito episódios tem os cineastas e roteiristas Daniel Ribeiro e Vera Egito comandando a equipe de criação e Clara Gallo, Gilda Nomacce, Kelner Macedo e Lucas Drummond no elenco.

Mais do que apenas um enredo baseado na diversidade, Todxs Nós intenta ser uma aula de humanismo, tolerância e respeito ao próximo. “Quando um grupo de pessoas é colocado como um tema ou uma questão, pressupõe-se que exista do lado de fora um ‘normal’, um ‘padrão’ ao qual ele não pertence, o que gera mais exclusão. Todxs Nós é simplesmente sobre a vida de três jovens em São Paulo, e um deles acaba por ser não binário”, explica Vera Egito, diretora-geral da série.

A obra funciona como um convite aberto a quem queira conhecer mais esse mundo, muitas vezes marginalizado e ofuscado por uma mídia que preza por aquilo que é mais aceito. Além disso, ela insurge como uma didática aula sobre orientação sexual e gênero, transformando-se numa série bastante oportuna pela representatividade LGBTQ+, que não se restringe ao elenco, visto que envolve também a ampla equipe. É também uma porta que se abre para aqueles que desejam aprender, seja para conversar com conhecidos que tenham se assumido, seja apenas para entender que o normativo não é a única coisa que existe. “O universo LGBT tem de deixar de ser um tema e virar a vida real”, afirma Daniel Ribeiro.\