13 de maio de 2022

Saúde é uma das áreas que mais sofrem com fake news

Lab de Comunicação para Saúde reúne especialistas para debater como lidar com a desinformação, intensificada pela pandemia
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Lab de Comunicação para Saúde reúne especialistas para debater como lidar com a desinformação, intensificada pela pandemia

O primeiro Lab de Comunicação para Saúde, organizado pela Aberje, com patrocínio da Novo Nordisk e Pfizer, reuniu especialistas no dia 12 de maio para falar sobre “Fake News: experiências e ensinamentos da área da Saúde para a comunicação corporativa”. A saúde é uma das áreas que mais sofre com a desinformação, vítima de uma verdadeira indústria que produz material para desorientar os profissionais e a sociedade. Para os participantes, um dos caminhos para combater esse problema é atuar em conjunto.

Participaram do evento o gerente de comunicação na Novo Nordisk, Ricardo Castellani; a CEO e diretora de conteúdo do Futuro da Saúde, Natalia Cuminale e a gerente de Comunicação Externa e Institucional da Pfizer Brasil, Camila Damato. Para mediar o encontro, o gestor de conteúdo da Aliança Aberje de Combate às Fake News, Luiz Chinan.

Ao iniciar, Luiz Chinan explicou sobre o caráter da Aliança Aberje de Combate às Fake News. “O tema da desinformação e das fake news ganhou uma grande relevância nas eleições de 2018, mas não devemos esquecer que se a área política esquenta esse debate, não é a área mais afetada, e sim a área da saúde, não só pela quantidade de desinformação mas pela gravidade delas, pois mexe diretamente com a vida das pessoas”.

Luiz Chinan

“Foi muito oportuno quando o grupo de lideranças [de comunicação corporativa associadas] da Aberje levantou a necessidade de se criar um trabalho específico sobre esse assunto em 2020. E em 2021, nós efetivamente iniciamos, com esse grupo de mais de 100 lideranças, a Aliança Aberje de Combate às Fake News”, contou. “Nosso propósito, em primeiro lugar, é estimular o debate dentro das organizações desse tema que causa ansiedade. Outro grande propósito é a educação midiática, fundamental no combate ao problema da desordem informacional que vem assolando o mundo”, complementou Chinan. “Devemos formar uma rede de comunicadores interessados nesse tema e em ajudar a sociedade a vencer esse fenômeno que hoje se tornou uma patologia social”.

Para a especialista na área da saúde, Natália Cuminale, fake news é um problema de saúde pública já que impacta diretamente na vida das pessoas. “Fake news não surgiu agora na pandemia, talvez estivesse restrita às análises do meio acadêmico, mas até antes do WhatsApp já recebíamos fake news por correntes de e-mail, por exemplo. Mas ela não se propagava tanto. Com a pandemia, ao mesmo tempo em que vimos a disseminação do coronavírus, também vimos uma velocidade muito grande da disseminação de informação, e desde o começo já recebíamos notícias falsas”, salientou.

Natália Cuminale

“A pandemia fez com que saúde virasse a pauta do momento, surgiram grandes comunicadores de saúde, mas também abriu espaço para pessoas que não são especializadas nisso, ou com má fé. A gente vive na era da informação, então as nossas redes sociais, ao mesmo tempo em que nos ajudam a receber informação rápida, também ajuda a disseminar mais facilmente”, completou Natália. 

Camilla Damato, da Pfizer, entende que falar sobre fake news nunca é demais. “Estamos num ano de eleição em que essa batalha tende a crescer. Aqui na Pfizer a gente já olha com muito cuidado para as fake news há bastante tempo. As notícias falsas se transformam em verdades, mas quando a gente fala de saúde são vidas impactadas”, disse. 

Na oportunidade, a executiva contou como a companhia se estruturou para lidar com a desinformação em relação às vacinas contra a Covid-19. “Precisamos nos estruturar internamente, pois fazemos parte de uma organização global, essa temática envolvia a empresa como um todo, as fake news muitas vezes eram localizadas no país, mas muita coisa vinha de fora. Foi um esforço e uma união de frentes, de pessoas, a comunicação, a área médica e científica – que teve um papel impressionante –, mas não posso deixar de falar sobre o trabalho da imprensa que se especializou em fake news”, comentou. “Eu acho que o combate às fake news é um trabalho em grupo, o combate às fake news é uma causa de todos”, ressaltou.

Camilla Damato

Ricardo Castellani concorda com Natália ao frisar que o ideal é trabalhar em rede para enfrentar essa indústria de desinformação que se intensificou com a pandemia. “Quando a gente mapeia o que tem sido falado sobre diabetes e sobre obesidade nas diferentes mídias, é muito confortante ver que a imprensa já trata essas doenças da forma como devem ser vistas. Por serem fatores críticos para os casos mais raros de Covid-19, a obesidade e o diabetes provocaram maior interesse nas pessoas por informação verdadeira”, comentou.

“Temos que atuar em rede, junto com todos os parceiros. O foco de nossas campanhas é o de educar as pessoas quanto à obesidade, quanto à hipoglicemia, por exemplo, é educar as pessoas para falar sobre a relação do diabetes tipo e as doenças cardiovasculares. É essa educação diária que a gente precisa fazer junto aos pacientes, cuidadores e sociedade de forma geral, ainda mais num país continental como o Brasil, onde temos diferenças absurdas em termos de acesso à informação”, recomendou Castellani.

Ricardo Castellani

Assista à live na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=EmRr8w-99Ag

 

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