09 de setembro de 2019

Presidente da Abag diz que falta de uma comunicação eficaz prejudica a imagem do agronegócio brasileiro

Marcello Brito foi um dos destaques do lançamento do Lab de Comunicação para o Agronegócio Aberje/Abag.

Marcello Brito

A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) lançou na última segunda-feira (2) o seu novo Lab de Comunicação para o Agronegócio Aberje, iniciativa realizada em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e patrocínio da Bayer que tem como objetivo fomentar a cultura da comunicação entre as empresas do setor. Um dos destaques do encontro inicial, realizado em São Paulo, foi o presidente do Conselho Diretor da Abag, Marcello Brito, que afirmou em seu discurso que a imagem do agro, um dos setores mais pujantes da economia brasileira, é prejudicada pela falta de uma comunicação eficaz.

De acordo com o executivo, o Brasil foi pioneiro na questão do desenvolvimento sustentável, na época da Eco-92, mas hoje sofre as consequências da falta de uma comunicação efetiva, o que se traduz em uma crise de reputação tanto no Brasil quanto no exterior.

“O termo desenvolvimento sustentável foi cunhado pelo Brasil em 1992. Até então não existia esse termo. Nós evoluímos muito dentro do agronegócio da década de 80 para cá. Nós crescemos 75% nesses 40 anos, agregamos quase 85 milhões de hectares ao setor de produção no Brasil, mas nunca nos preocupamos em contar essa história. Hoje, vivemos a maior crise de imagem externa da história”, disse.

Ainda de acordo com Marcello Brito, o agronegócio brasileiro também pecou por não fazer parcerias com entidades ligadas ao meio ambiente e representantes da sociedade civil, o que, apesar dos bons resultados econômicos obtidos nas últimas décadas, gerou um distanciamento entre o setor e a população brasileira.

Para tentar reverter esta situação, a Abag está lançando um desafio para que as associações setoriais ligadas ao agro assumam um posicionamento mais firme contra a grilagem de terra, atividade considerada a origem da maior parte do desmatamento ilegal na Amazônia.

“Quando falo em nome da Abag, eu só falo em nome do agro legal. Quando alguém fala do produtor que desmata, esse é bandido e não produtor agrícola. Quem é legal é do agro, quem faz errado é bandido. Então, não merece ser chamado de agricultor”, afirma o dirigente. “A nossa comunicação precisa ser mais eficaz. Precisamos mostrar essa diferença para a sociedade. Não dá mais para o Brasil ser saqueado por verdadeiras quadrilhas que tiram as nossas riquezas e jogam o resultado em cima do setor produtivo.”

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