11 de outubro de 2019

Mulheres inovadoras em destaque no Prêmio Fundação BB

As iniciativas Programa Educacional de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável – PEADS, de Ibimirim (PE), Pitanga Rosa – agroecologia, saúde e qualidade de vida, de Chapecó (SC) e Mulheres Protagonistas no Beneficiamento de Produtos Agroecológicos, de Flexeiras (AL), estão entre as finalistas na categoria Mulheres na Agroecologia do Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, deste ano. A FBB é associada da Aberje.

As metodologias foram certificadas como tecnologias sociais por atenderem critérios como participação da comunidade, inovação, facilidade de reaplicação e transformação social. As finalistas concorrem aos prêmios de R$ 50 mil, para a primeira colocação, R$ 30 mil para a segunda e R$ 20 mil para a terceira. Conheça abaixo as finalistas:

Programa Educacional de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável – PEADS

Na zona rural de Ibimirim (PE), os estudantes não valorizavam sua identidade, origem familiar e território. Como forma de solução, o Serviço de Tecnologia Alternativa criou o Programa Educacional de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável, uma formação profissional no curso técnico de Agroecologia com o objetivo de resgatar a identidade, valorizar histórias, a vida no campo e contribuir para que as mulheres transitem de um cultivo tradicional para o agroecológico.

A metodologia consiste em quatro etapas: pesquisa, aprofundamento dos dados coletados, devolução à comunidade escolar e a avaliação. Um dos responsáveis pela criação da iniciativa Abdalaziz de Moura Xavier de Moraes, afirma que a interação com a comunidade resgatou a cultura do campo. “A interação com as mulheres gera conhecimento e faz com que a gente aprofunde relações entre escola e família gerando autonomia, valorização da identidade e respeito ao território”, avalia.

Pitanga Rosa: agroecologia, saúde e qualidade de vida

Na cidade de Chapecó (SC) também era necessário resgatar e retransmitir o conhecimento sobre as propriedades medicinais de plantas da região do oeste catarinense, além do cultivo de mudas e sementes crioulas.

As mulheres da região, lideradas por Rosalina Nogueira da Silva, começaram de forma voluntária a sistematizar capacitações para resgatar e preservar as plantas medicinais, além de estimular o uso fitoterápico na comunidade. O projeto começou em 2005, com 25 mulheres que iniciaram plantando, cultivando e processando ervas e frutos em um terreno doado por Rosalina. Atualmente este terreno é um horto, com várias espécies fitoterápicas e alimentícias, onde 40 mulheres atuam oferecendo de seis a oito formações anuais para outras pessoas serem multiplicadoras em todo o estado de Santa Catarina.

A historiadora Fernanda Ben, uma das voluntárias da Associação Pitanga Rosa, avalia que a iniciativa mantém um conhecimento tradicional. “Estas mulheres são descendentes indígenas, caboclas e este conhecimento elas carregam por causa desta origem. Ao compartilhá-lo, proporcionam que estas informações cheguem a outras gerações”, afirma.

Além da preservação, a iniciativa também gera renda. “Os produtos oriundos do processamento das plantas medicinais são transformados em florais, infusões, pomadas e óleos que são usados para consumo próprio e o excedente que comercializam contribui para o sustento de suas famílias” avalia Fernanda.

Mulheres protagonistas no beneficiamento de produtos agroecológicos

As mulheres de Flexeiras (AL) desde 2006 estavam reunidas em uma associação para comercializarem as frutas, legumes e vegetais que produziam em suas propriedades. Ainda que tirassem alimentos para o consumo de suas famílias e para as vendas, havia muito desperdício nos quintais produtivos.

Como forma de solucionar este problema, a Cooperativa Agropecuária de Alagoas foi criada em 2013 para beneficiar e escoar a produção. Uma nutricionista iniciou um trabalho de sensibilização para as mulheres aprenderem sucos, bolos, biscoitos além de técnicas de congelamento para agregar mais valor, evitar o desperdício e aumentar a renda. “Criamos uma cozinha industrial, contratamos uma nutricionista para aprender a manusearmos os alimentos de forma segura, obedecendo as regras da vigilância sanitária, e ainda fizemos várias capacitações”, afirma o presidente.

O resultado foi a redução do desperdício e aumento da renda das mulheres com a comercialização de produtos como geleias, doces, pães, bolos e salgados. Ao saberem que estavam entre as finalistas do Prêmio de Tecnologia Social, Paulo disse: “recebemos com surpresa e ficamos muito alegres”, finaliza.

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