09 de março de 2019

Liderança feminina foi tema do Dia da Mulher Aberje

No Dia Internacional da Mulher, na sexta-feira dia 8 de março, a Aberje sediou um evento especial. A proposta, conforme afirmou Hamilton dos Santos, diretor geral da Aberje, foi celebrar e valorizar as conquistas das mulheres no ambiente de trabalho, mas também discutir os problemas que ainda persistem. E para isso, os homens também precisam estar envolvidos. Foi esta a inspiração para compor o time de debatedores, formado por Carime Kanbour, gerente de Comunicação, Desenvolvimento Sustentável e Relações Institucionais na Klabin; Juliana Ferrari, gerente sênior de Comunicação da Avon; Fabrício Costa, gerente de Comunicação e Responsabilidade Social da Baxter Brasil; e Fabio Mincarelli Monfrin, Head de Comunicação Corporativa da Henkel Brasil. Cristiana Brito, Diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade da BASF e membro do Conselho Deliberativo da Aberje, foi a mediadora do debate.

A executiva da BASF, autora do livro “Mulher Alfa”, que relata histórias inspiradoras de lideranças femininas, contou sobre sua trajetória, que passou por empresas como a HP, Klabin e SAP, até chegar na BASF. “Quando entrei aqui, eu era a única mulher no conselho. Se não ocuparmos os cargos de liderança, de tomada de decisão, não vamos conseguir promover as transformações que queremos”, afirmou.

De fato, a realidade ainda está distante de uma equidade justa: o Brasil ocupa a 90ª posição no ranking de igualdade de gênero, de acordo com dados da ONU. Segundo pesquisa do Instituto Ethos, as mulheres compõem 59% da força de trabalho em nível de estágio, porém, são 31,3% na gerência e somente 13,6% no nível executivo. Com assento nos conselhos, cai para 11%.

O evento debateu sobre as barreiras que persistem para as mulheres chegarem nessas posições e enquanto estão nelas. Vieses inconscientes, conscientização das lideranças, empoderamento das mulheres, políticas internas das empresas, mudança de cultura e políticas públicas foram alguns pontos tocados.

Um exemplo é a Klabin Diversidade. A iniciativa começou com uma discussão sobre o brinde a ser dado no Dia da Mulher, anos atrás. Hoje o projeto conta com uma governança, conselho consultivo, e discute ações afirmativas e políticas da empresa. Recentemente a empresa iniciou um programa de capacitação e formação voltado para as mulheres, de forma a prepará-las para se candidatarem a vagas nas fábricas.

Outro exemplo conta Fabio Monfrim. Na Henkel, uma política de horário flexível possibilita ao executivo estar presente e participar da vida dos filhos, compartilhando de forma igualitária as responsabilidades do lar. Segundo Fabio, esse tipo de ação é importante para mudar a realidade em que 40% das mulheres saem do emprego após a licença maternidade, seja por demissão, seja por iniciativa da própria profissional, que muitas vezes não consegue conciliar. A mesa discutiu a chamada “jornada dupla” para as mulheres, que é uma barreira a ser enfrentada no mercado de trabalho, assim como as diferenças entre a licença maternidade e paternidade.

“Quando saí de casa, não vi motivos para comemorar o Dia Internacional da Mulher, ouvindo no rádio os dados sobre feminicídio, sobre violência contra a mulher. Vim aqui desmotivada, a pedido de uma amiga. Mas aqui, ouvi que as coisas estão sendo discutidas dentro das empresas, existem iniciativas, as mudanças estão sendo promovidas. Saí daqui emocionada, com outra energia”, afirmou a jornalista Rosana Faber, participante do evento.

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