Jovens admitem que excesso de informação e uso de redes sociais prejudicam desempenho, diz pesquisa da FAAP
A exposição constante às mídias digitais está mudando a maneira como as informações são acessadas e assimiladas. Partindo desse pressuposto, o Núcleo de Inovação em Mídia Digital (NiMD) da Faculdade Armando Alvares Penteado, em parceria com a MindMiners, startup de tecnologia especializada em pesquisa digital, fez um levantamento com 300 jovens de 18 a 24 anos para entender quais os principais meios de acesso à informação utilizados, para qual finalidade, de que maneira lidam com esses conteúdos e o que sentem em relação ao que consomem. A FAAP é associada da Aberje.
A pesquisa, realizada somente com usuários de smartphones, moradores da região Sudeste do Brasil e de diferentes classes sociais, revelou que 48% dos entrevistados admitem passar mais de três horas conectados diariamente, sendo boa parte desse tempo distribuído em oito redes sociais, nas quais 58% afirmam possuir contas simultaneamente.
Em relação ao uso e acesso aos conteúdos disponíveis, a pesquisa constatou que 80% do público utiliza somente o celular para buscar informações, contra 18% que usa o computador para essa finalidade. Quase a totalidade não vê problemas em encontrar uma informação: 64% dos entrevistados responderam ser muito fácil o acesso e 33% consideram fácil.
De acordo com o autor do estudo, o professor Diogo Andrade Bornhausen, esses números colaboram para mostrar que a agilidade e rapidez na busca por informações são requisitos preferenciais dos jovens.
No entanto, o que chamou atenção na pesquisa, é que a televisão – muito comentada por sua perda de audiência pelo público jovem – ainda ocupa um lugar de destaque como fonte, rivalizando com outros meios que não são originalmente um ambiente de distribuição oficial de notícias, como o Whatsapp. “A procura pelo Whatsapp para buscar informações ajuda a entender a participação que o aplicativo possui na propagação de notícias, incluindo as fakes news“, acrescenta o professor.
Em primeiro lugar na lista das fontes de informação estão os jornais e revistas online (67%), seguidos por Facebook (65%), televisão (58%), Whatsapp (45%) e Youtube (43%). Mas, apesar de utilizarem as redes sociais para este fim, a maioria acredita que os jornais e as revistas (online e impressos), além da televisão, são os meios mais confiáveis.
USO DIGITAL – Para o professor Bornhausen, o contato com o volume excessivo de dados diariamente, somado à simultaneidade de conexão com diversas plataformas, além da necessidade de manter-se informado, são capazes de gerar um desequilíbrio na administração de tanta informação e na avaliação do que realmente vale ser retido.
Falta de concentração, ansiedade, excesso de informação e muito tempo conectado são as principais impressões que 75% das pessoas observam como fatores que atrapalham o desempenho quando estão conectados. Isso se deve, segundo o pesquisador, ao fato dessa geração querer fazer várias tarefas simultaneamente: 77% do público crê ser capaz de realizar várias atividades de leitura, trabalho e entretenimento ao mesmo tempo.
O estudo conseguiu mostrar, ainda, que os usuários dão uma grande importância ao fato de estarem conectados. No entanto, há uma divisão sobre como essa conexão é efetivamente proveitosa. “Entre os que suspeitam que o tempo dedicado atrapalha seu cotidiano, a maioria tem a percepção de que o digital exerce forte influência para isso acontecer”, detalha o professor. Um indicativo dessa afirmação é o percentual de jovens que admitiram procrastinar atividades do dia a dia: 77%, dos quais 72% disseram que isso ocorre mais de duas vezes por semana.
Quais as suas principais fontes de informação sobre fatos do dia a dia?
Quais fontes de informação consideram ser mais confiáveis?
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