20 de maio de 2021

Encontro do Capítulo Aberje ABCD debate comunicação para as novas gerações

Organizações devem se abrir para uma nova mentalidade que já existe nas novas gerações

Organizações devem se abrir para uma nova mentalidade que já existe nas novas gerações

Comunicação para as novas gerações”, foi tema do 10° Encontro do Capítulo Aberje ABCD, que aconteceu no dia 18 de maio e contou com a gerente de comunicação da General Motors, Isabel Faria; o gerente sênior de Desenvolvimento de Talentos e Experiência do Colaborador para América do Sul na Basf, Bruno Ferrante; a analista sênior de Comunicação Corporativa, Leticia Woodrow, também da Basf; e o coordenador do Master em Tendências da ESPM, Fábio Mariano Borges. A mediação ficou a cargo da head de Comunicação Corporativa da Mercedes-Benz Automóveis e Vans Sprinter, Alessandra Souza, diretora do Capítulo Aberje ABCD.

Alessandra Souza

Cidadãos modernos

Visionária, a General Motors sempre teve um papel importante na criação de soluções de mobilidade urbana. Ao iniciar sua apresentação, Isabel Faria, que trabalha no setor de Comunicação da empresa, ressaltou que, de tempos em tempos, existem pontos de inflexão na sociedade. “No começo do século XX, um desses pontos foi a mudança dos veículos propulsionados por animais para os veículos à combustão interna. Hoje, estamos vivendo um novo ponto de inflexão, motivado pelo aquecimento global, a poluição do ar, uma frota gigantesca e os problemas dos congestionamentos”, frisou. 

Apresentação de Isabel Faria

A meta da empresa é ser a empresa mais inclusiva do mundo, além de neutralizar as emissões de carbono até 2040. “Percebemos a necessidade de valorizar a diversidade e inclusão, que se tornou um discurso hegemônico na nossa sociedade”, complementou a executiva. 

Diante disso, a GM percebeu uma nova geração, denominada de modern citizens (cidadãos modernos), que não se define pela ordem cronológica tradicional de geração. “Eles não se definem por idade, gênero, religião, raça, etc mas pela importância de ver causa e propósito em tudo o que fazem e consomem. São formadores de tendências e aí está a importância deles nesse novo ponto de inflexão: eles adotam as novas tecnologias, que depois se massificam”, explicou.

Ao destacar a visão de futuro da GM: zero acidente, zero emissão e zero congestionamento, Isabel salientou que mais de 90% dos acidentes são por falha humana e que a GM propõe solucionar esse problema com os carros autônomos, que são mais seguros. “A companhia está investindo 27 bilhões de dólares em tecnologias para carros elétricos nos próximos cinco anos. Globalmente, temos o compromisso de lançar 30 novos modelos até 2025, para todos os tipos de bolso, pois a ideia é massificar a tecnologia. E possibilitar um mundo sem congestionamentos, a partir dos carros conectados entre si, para nos dar de volta nosso bem mais precioso que é o tempo”, resumiu.

‘Todo talento’

Quem atua há um bom tempo no Brasil é a alemã Basf, que este ano completa 110 anos de atuação por aqui com o propósito de criar química para um futuro sustentável através de seus valores. “Somos criativos, abraçando ideias modernas e dando a elas espaço para crescer; somos abertos, valorizando a diversidade de pessoas, suas opiniões e experiências; somos responsáveis, a sustentabilidade faz parte de todas as nossas decisões e somos empreendedores, focando em nossos clientes como indivíduos e como empresa”, destacou Letícia Woodrow, que atua na área de Comunicação da companhia.

Apresentação de Letícia Woodrow

Ao apresentar o relançamento do Programa de Estágio Todo Talento, Letícia frisou que as soluções da companhia são divididas em seis segmentos: químicos, materiais, soluções industriais, tecnologias de superfície, nutrição & cuidados e soluções para agricultura. “Temos perfis de colaboradores diferentes para cada uma dessas soluções e a identidade visual desse programa de estágio trouxe um pouco isso: atrair esses diferentes talentos para cada um desses segmentos”, disse.

Todas as ações do programa são norteadas pela estratégia da companhia que tem como foco o cliente. Dentro da estratégia de ‘pessoas’, a equipe de Comunicação da companhia propõe revigorar e reenergizar os seus colaboradores, assim como empoderá-los para que sejam mais engajados e possam diferenciar suas ofertas aos clientes. Quem explica é Bruno Ferrante, que gerencia a área de comunicação da empresa: “são vários modelos e unidades de negócio e cada uma delas tem um ambiente adequado para um mercado específico. Nossos colaboradores devem sentir que na Basf eles podem evoluir e atingir o seu desempenho máximo”.

Na ocasião, Ferrante explicou quais são os desafios da companhia para tornar o ambiente ainda mais inclusivo. “O desafio era relançar o nosso programa de estágio dentro do contexto da estratégia corporativa, fazer um programa mais atrativo, mais efetivo e trabalhar o elemento de experiência do colaborador para esse estudante. O programa também passa a ser uma ferramenta de inclusão, uma porta de entrada muito bem estruturada, para que eventualmente possamos efetivar grande parte deles ou disponibilizar talentos para o mercado”. 

Apresentação de Bruno Ferrante

Outros atributos importantes tem a ver com o senso de comunidade e pertencimento e ações afirmativas para esses grupos minoritários da Basf. “Em termos de Comunicação, tivemos como estratégia, destacar elementos importantes para os estagiários: a modernização da plataforma, destacar o desenvolvimento da carreira do estagiário, a questão da diversidade e inclusão e a nova oferta de treinamentos. A divulgação foi interna e externa, via assessoria de imprensa de redes sociais”, revelou Letícia. “Os resultados comprovam que através do diálogo, dos canais digitais engajando esse público a ser influenciador e falar da sua experiência conseguimos um resultado super positivo”, completou.

Nova mentalidade

E como o jovem que está saindo das universidades e ingressando no mercado de trabalho pensa sobre a sua futura relação com o trabalho? Quais são as tendências? Para falar sobre uma nova mentalidade necessária para este novo modo de conviver com diferentes públicos, foi convidado o coordenador do Master em Tendências da ESPM, Fábio Mariano Borges.

“Estamos muito viciados em dividir as mentalidades em gerações. Na verdade, uma das características que nós temos na contemporaneidade é ‘tudo junto e misturado agora mesmo’. Temos mentalidades, ou seja, valores, formas de pensar, que estão presentes em todas as gerações de forma diferente, com intensidades diferentes, maior nas gerações mais jovens. isso significa que estamos falando de um mundo de pessoas, não mais um mundo tão classificado em gerações etárias, mas sempre sobre pessoas”, iniciou.

O professor faz questão de frisar que essa geração deve ser enxergada para muito além das janelas da Berrini e da Faria Lima já que 65% dos jovens entre 12 e 25 anos de idade no Brasil pertencem às classes populares – CDE, cuja renda familiar mensal é de, no máximo, R$ 6 mil. “Se a modernidade era líquida, a hipermodernidade é gasosa e o gás não é tão facilmente compartimentado, ele toma diferentes formas, até mais rapidamente do que o líquido e isso exige mais flexibilidade nossa; é a vida sem roteiros e sem regras”. 

Apresentação de Fábio Mariano Borges

Na ocasião, Borges traz alguns cases para chamar atenção quanto à diversidade & inclusão, como o do boneco de lego sentado em uma cadeira de rodas ou sobre o jovem com paralisia cerebral que escreveu, lá em 2012, uma carta para a Nike solicitando uma solução para que pudesse calçar seus tênis sem ter que amarrar cadarços.

“Inspirada num único pedido de um garoto, a Nike acabou lançando um tênis, no início deste ano, que não precisa das mãos para calçá-lo. Grávidas, obesos, idosos e apressados vem agradecendo à Nike, por pensarem ‘nelas’. Você, na sua empresa, atenderia a esta carta? Você leria e daria atenção ou falaria que não é o seu nicho? Se assim for, você perde as oportunidades. A inovação tem uma raiz na diversidade, o que a torna ainda muito mais potente. No ambiente acadêmico a gente percebe que esta é uma pauta urgente, emergente e vai crescer ainda mais e tenho certeza: não há futuro sem inclusão”, frisou.

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