14 de dezembro de 2020

Comitês de Estudos Temáticos fecham o ano com apresentação de insights

Encontro coletivo online mostra percepções dos integrantes de cada um dos quatro comitês e convida Vânia Bueno para palestra sobre convivência e colaboração

Encontro coletivo online mostra percepções dos integrantes de cada um dos quatro comitês e convida Vânia Bueno para palestra sobre convivência e colaboração

No dia 8 de dezembro, foi realizada reunião coletiva com os integrantes dos quatro Comitês Aberje de Estudos Temáticos de 2020: Comunicação com Empregado; Mensuração de Resultados em Comunicação; Comunicação, Integridade e Compliance e Comunicação e Engajamento para Inovação e Transformação Digital. Na ocasião, os coordenadores de cada grupo – que permanece o mesmo durante todo o ano – apresentaram os principais insights de 2020, após a palestra de abertura Comunicação, Colaboração e Convivência, com Vânia Bueno, sócia-diretora da Anima Convivência Produtiva. 

Ao longo do ano, os comitês se reuniram 37 vezes e contaram com a participação de 82 palestrantes em 74 horas de trabalho. Foram 76 organizações associadas representadas, com uma média de 90% de presença dos 152 membros. Rodrigo Cogo, gerente de Desenvolvimento Associativo da Aberje e responsável interno pelos comitês junto à coordenadora da área, Thalita Dominato, informa que o ingresso aos comitês depende de auto-candidatura e submissão a processo seletivo (regras no regulamento disponível em www.aberje.com.br/comites) e que o interessado tem o compromisso de estar presente nas reuniões mensais.

Cogo explica que a grande intenção da Aberje em instaurar, desde 2018, este canal de compartilhamento e discussão é poder oferecer um momento mais intimista para a discussão produtiva de conceitos e de casos em pequenos grupos com alta interação. “Não se consegue isso numa estrutura tradicional de eventos. Aqui, todos são nominalmente conhecidos e identificados e são ainda estimulados a olhar suas convicções e suas práticas nos temas escolhidos para detecção não só dos acertos, mas buscando a aprendizagem pelos erros”, manifestou.

“O modus operandi dos comitês, e na verdade de toda a programação da Aberje, foi atravessado nesta temporada pela pandemia da Covid-19 e pelo necessário distanciamento social, e assim realizamos todos os encontros no formato online. Lidamos com o desafio extra de manter atenção, estimular a participação efetiva e não ter simplesmente uma audiência passiva, e com isto buscar fazer a entrega prevista e prometida, mas cujo resultado final dependia mesmo de cada integrante”, declarou Cogo, acrescentando que “mais do que ter uma agenda ativa de falas, reflexões e cases com membros ou convidados externos, o que mais nos interessou foi o instante das discussões cruzadas. Exatamente ali estava sendo exercido o potencial da colaboração, do espírito de deixar um legado de valor para o grupo e para a sociedade – que é a essência do movimento associativo”.

Sem comunicação não há desenvolvimento

Em sua apresentação, Vânia Bueno que também é instrutora da Escola Aberje de Comunicação compartilhou sua percepção de que sem comunicação não há desenvolvimento e de que nada faz sentido deslocado de contexto. “Estamos vivendo um momento de macrotransição, uma mudança profunda abrangente e irreversível. Isso começou nos anos 1990, impulsionada pela Comunicação, que é sempre o eixo central em macrotransição. No meio de tantas mudanças, a comunicação está no ‘olho do furacão’ e precisamos entender isso. Não é uma escolha nossa, é uma condição do momento. Tínhamos a impressão de que as respostas estavam prontas e de repente, vem a vida e muda todas as perguntas. Estamos num espaço de um grande ‘não sei’ e é hora dos líderes assumirem isso”.

Apresentação de Vânia Bueno

A executiva enfatizou que o profissional de Comunicação está sendo cada vez mais exigido e isso porque nunca foi tão importante quanto agora. “A área de Comunicação foi posta por muito tempo como uma prestadora de serviço, de suporte a outras áreas, para produzir e distribuir informação e que hoje, definitivamente, a Comunicação é importante para o cumprimento da estratégia”, frisou Vânia. “Estamos passando por uma transição de papel. Este é um grande desafio, pois não nos preparamos para isso, mas também uma enorme oportunidade.Se estivermos juntos, conectando nossa inteligência e toda nossa experiência, há um potencial imenso a ser desenvolvido”, completou.

Humanização e superação

O Comitê Comunicação com Empregado, coordenado por Daniela Bittencourt Ferreira, gerente de Comunicação Institucional da Toyota e Rodolfo Araújo, vice-presidente de Estratégia da Weber Shandwick e líder regional da United Minds, reuniu seus integrantes ao longo do ano para trabalhar: as Narrativas de comunicação com empregados durante e após a crise, que mostrou o desafio de significar e ressignificar e de dar novas vozes dentro das empresas; Comunicação entre líder e liderado, sobre o papel da liderança nesse momento de pandemia; Comunicação digital e colaborativa no engajamento de empregados que abordou a capacidade de engajamento, a troca produtiva e os desafios de lidar com fake news; Novos focos em Employer Brand e EVP, sobre o que a marca empregadora representa; Comunicação humanizada e sua importância; Comunicação e gestão de mudança para reforçar o momento desafiador e Diversidade e inclusão, tema que vem ganhando destaque nos últimos tempos.

Apresentação de Daniela Bittencourt Ferreira

Na ocasião, Daniela contou que as palavras escolhidas pelos membros do comitê que representaram a jornada do grupo ao longo do ano foram: humanização, gestão de mudança e o quanto isso é capaz e de alterar a cultura organizacional, a necessidade de superação, comunicação digital, liderança colaborativa e em rede. Alguns insights e pensamentos trazidos pelo grupo: buscar mais interação com o público, mobilidade, acreditar e valorizar o trabalho dentro da empresa, buscando formas de melhoria contínua; que tipo de experiência estamos oferecendo para as pessoas não apenas no momento em que ingressam na organização, mas na hora em que deixam. 

A importância da mensuração  

O Comitê de Mensuração de Resultados em Comunicação coordenado por Fabio Mincarelli Monfrin, head de Comunicação Corporativa da Henkel e Suzel Figueiredo, presidente da Ideafix Pesquisa & Inteligência Corporativa contou que, ao longo do ano, o grupo focou no alinhamento de conceitos, indicadores e de boas práticas reconhecidas por empresas nacionais e internacionais. “Para discutir tudo isso, contamos com uma ajuda imensa de profissionais de consultorias e de empresas que compartilharam suas metodologias mas, acima de tudo, compartilharam de suas dores também, pois sabemos que esse não é um processo fácil; muitos profissionais de comunicação estão se esforçando muito para aprender e se desenvolver profissionalmente”, ressaltou Monfrin.

Apresentação de Fábio Mincarelli Monfrin

O grupo trabalhou os seguintes temas: Mensuração da comunicação e conexão com estratégia e resultados de negócio, não restrita à área de Comunicação da empresa; Novas tendências em mensuração, avaliação e KPIs de Comunicação, tendo a tecnologia como aliada na busca por feedbacks, de maneira ágil, dinâmica e online; Inovação na mensuração de resultados em comunicação e reputação; Indicadores de reputação, como rankings, conceitos, métodos, comparativos e a relação dessas medições com a área de comunicação; Formas de medição de engajamento e mudança de cultura, tendo a Comunicação como um agente de transformação cultural e essencial nesse processo”; Mensuração de Comunicação com a liderança, o papel do líder como agente de comunicação representado graficamente para aumentar ainda mais o seu engajamento; Aperfeiçoamento e integração de indicadores de exposição na mídia tradicional e social, com o desafio de integrar tudo isso numa única visão.

Apresentação de Suzel Figueiredo

Suzel comentou que os encontros foram muito valiosos para a troca de experiências e que o profissional de Comunicação é especialista em’ falar’ e não tanto em ‘escutar’. “Aprendemos a ser o porta-voz das empresas e não o ‘porta-ouvidos’. Estamos muito mais preocupados em produzir conteúdo do que efetivamente fazer comunicação e relacionamento”, disse, ressaltando que se a solução de métrica não vem pronta em uma prateleira – pois é personalizada e desenhada para atender a reputação de uma determinada empresa – há que se ter a humildade de, se não souber, perguntar. “Quanto mais a gente pergunta, mas a gente aprende”, arrematou. “Vamos pensar um pouco sob a ótica dos outros, vamos nos preparar para os comitês do ano que vem pensando o que querem ouvir as pessoas para quem a gente fala, como os funcionários, as lideranças, os consumidores, a comunidade, os acionistas, os investidores… Talvez assim consigamos fazer uma comunicação mais assertiva, mais dirigida e, consequentemente, mais eficaz”, sugeriu.

Comunicação + tecnologia = inclusão

O Comitê de Comunicação e Engajamento para Inovação e Transformação Digital, foi coordenado por Cristina Bernich Santos, líder em Gestão do Conhecimento em TI da Braskem e Carolina Gutierrez Prado, head de Comunicação Corporativa para Brasil e Canadá da Intel. “Sentimos muita falta da interação que os comitês propiciam, do olho no olho, do abraço, da troca a qual estamos tão acostumados, mas mesmo assim, nos sentimos acolhidos; as conversas foram muito enriquecedoras e as experiências tão diversas que ficamos realmente muito integrados”, contou Cristina. 

Apresentação de Cristina Bernich Santos

Na ocasião, a coordenadora contou que, no momento de definir as temáticas que iria tratar, o grupo procurou pensar em assuntos mais preocupantes e com conexão com o momento atual, em um mundo de pandemia e de home office como: Soluções digitais para comunicar melhor com públicos internos e externos; Estratégias de Comunicação para mudanças de mindset; Processos de inovação entre públicos multigeracionais; Uso de Inteligência Artificial na Comunicação; Novas tecnologias e ferramentas de conexão e colaboração entre empregados; Aceleração das transformações culturais nas organizações; Comunicação e gestão da mudança; Mensuração do impacto da comunicação na transformação cultural e Contextos corporativos para adesão a processos de transformação digital. 

A Comunicação se engaja e muda esse período de uma maneira essencial, não conseguimos mais ser comunicador em uma área fechada, assim como a tecnologia não pertence mais a uma área de TI. Esse conteúdo flui. Comunicação e tecnologia são uma combinação exponencial e potencial inclusivo, nós nunca estivemos com tanta abrangência e facilidade de nos expressarmos através das ferramentas tecnológicas”, salientou Cristina, contando que como esse, foram muitos os insights levantados pelos membros do grupo durante 2020.

Reputação como fio condutor dos debates 

O Comitê de Comunicação, Integridade e Compliance, com as coordenadoras Agatha Paraventi Camargo, professora da Faculdade Cásper Líbero e da Escola Aberje e Tatiana Maia Lins, fundadora e diretora da consultoria Makemake.

Diferentemente dos dois anos anteriores, em 2020, o comitê foi formado em sua maioria por profissionais de comunicação, que priorizaram o impacto da integridade e do compliance para a reputação das organizações. “A temática deste ano foi muito influenciada pelos participantes. Nosso olhar foi muito mais forte para a reputação, da contribuição do comunicador para esse esforço multidisciplinar”, ressaltou Agatha. “O fato de os encontros terem sido online trouxe uma pluralidade e uma democratização da nossa conversa que foi muito rica para nós”, complementou.

Apresentação de Agatha Paraventi Camargo

Entre os vários assuntos escolhidos pelo comitê como Políticas de comunicação para transparência de informações; Critérios de avaliação de transparência em relatórios e tendências; Comunicação de indicadores de integridade e Trabalho preventivo para compliance em diversos ambientes, o tema Compliance e integridade como ativo reputacional e valor organizacional trouxe alguns esclarecimentos como: “a integridade é tida como obrigatória pelos stakeholders e que trabalhar integridade como ativo reputacional demanda mapear os processos que representam riscos reputacionais e fortalecer a cultura de integridade para evitar crises reputacionais”, explicou Tatiana. 

Apresentação de Tatiana Maia Lins

Quanto às Boas práticas de implementação da LGPD, os principais pontos levantados foram a importância da clareza e da intencionalidade na compreensão dos termos de concordância; a notificação dos incidentes de segurança: entre a minimização dos danos aos impactados e a proteção reputacional e a gestão de crise e relacionamentos: outros públicos e postura de vitimização condenada.

Com o tema Participação da alta liderança na comunicação de compliance, o grupo  ‘entendeu’ que o comportamento da alta liderança dita a cultura organizacional. “Para eles, integridade e compliance não podem ser opcionais, são compromissos. Ainda que seja responsabilidade de todos, os líderes emprestam voz e imagem aos discursos sobre integridade, ajudando no engajamento”, reforçou Tatiana. 

Processo seletivo 2021

Com a finalização das reuniões de 2020, os organizadores agora partem para a aplicação de uma sondagem junto à base associada da Aberje para determinação dos temas dos grupos do próximo ano. Com o resultado, e a partir da atualização de termos do estatuto de funcionamento – que é feito todo ano com os insights dos atuais integrantes -, as inscrições para o processo seletivo devem iniciar na primeira semana de fevereiro de 2021.

Associados da Aberje podem entrar em contato para quaisquer dúvidas pelo rodrigo@aberje.com.br com Rodrigo Cogo

 

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