15 de agosto de 2018

Como as organizações podem aproveitar o interesse da mídia por temas jurídicos

Cada vez mais questões como temas tributários, trabalhistas, do funcionalismo público, da segurança pública, compliance e fusões empresariais têm chamado a atenção do público.

O mercado da notícia acompanha cada vez mais o Judiciário. É papel do comunicador referenciar seus clientes nesses assuntos

(Imagem: Shutterstock)

A área jurídica tornou-se fundamental e estratégica para as organizações públicas, privadas e para as agências de comunicação. Muitas das disputas de narrativa acontecem no âmbito jurídico, campo no qual as organizações precisam se destacar e ter seus pontos de vista reverberados entre públicos de interesse, os chamados stakeholders.

Na era da pós-modernidade, em que a sociedade está cada vez mais complexa, imediata e interligada, diversos assuntos de interesse público entram em contato com questões jurídicas, tais como temas tributários, trabalhistas, do funcionalismo público, da segurança pública, compliance, fusões empresariais, entre outros.

O mercado da notícia percebeu que esses acontecimentos são de interesse de sua audiência. A grande imprensa tem hoje setoristas especializados em pautas do Judiciário e veículos oferecem cadernos voltados para esses temas. Como resultado da ampla oferta de conteúdo possibilitada pelas plataformas digitais e da pressão de um nicho de mercado, surgiram sites de notícias especificamente jurídicas.

Nesse cenário, é papel do comunicador e das agências referenciarem seus clientes nesses fóruns deliberativos, porque a exposição de motivos e argumentos de teses jurídicas pode influenciar o entendimento de autoridades do mundo do direito e interferir em decisões judiciais e legislativas, que impactam ganhos de setores de mercado e de categorias profissionais.

Para os operadores do Direito, o jornalismo jurídico tornou-se o melhor meio para fazer propaganda indireta de seus escritórios, de seus pareceres e de suas causas, sem ferir o Código de Ética e Disciplina da profissão. Esse conjunto de normas da OAB é extremamente rigoroso ao vedar a utilização da publicidade profissional do advogado, visando à captação de clientela ou à mercantilização da profissão.

Qualificar-se nessa arena significa estar dentro do jogo político, econômico, jurídico, social e sindical, da visibilidade pública e de seu poder de influência. Tanto a imprensa como as agências de comunicação amadureceram na produção de conteúdo jurídico, com a divulgação de pontos de vista bem fundamentados e conflitantes para que sejam discutidos por vários públicos fora do exclusivo círculo do direito, democratizando e enriquecendo o debate.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Luis Humberto Carrijo

Jornalista formado na Cásper Líbero com pós-graduação em Comunicação Empresarial na USP. Instrutor de cursos de comunicação organizacional, palestrante e articulista. Com passagens nos grupos Folha e Estado, revista Exame e TV Cultura, atua como comunicador há 25 anos. Fundou a agência de comunicação Rapport Comunica. É autor do livro “O Carcereiro – O Japonês da Federal e os presos da Lava Jato”.

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