Que ano foi esse!

Quando terminou 2020, o ano que marcou o início e o ápice da pandemia no mundo, imaginávamos um 2021 menos aterrador: vacinas sendo aplicadas massivamente, queda nos índices de contaminação e óbitos e a esperança de dias melhores. O que de fato ocorreu. Por outro lado, também foi um ano bastante desafiador nas áreas social, econômica e política. O Brasil largou atrás na “corrida” pelas vacinas, mas ao longo dos meses que se seguiram, alcançou marcas importantes na cobertura vacinal e na queda dos índices. No entanto, a economia ficou estagnada e o fantasma da inflação de dois dígitos voltou a rondar a casa dos brasileiros. Com alto índice de desemprego, crescimento da taxa de juros e menor poder de compra, o consumo diminuiu e o motor da economia não girou na rotação que deveria.
Mas o copo não está sempre meio vazio. Observamos ao longo de 2021 mais pessoas comprometidas com as causas sociais, impulsionadas por campanhas de ONGs, empreendedores sociais, empresas e outras entidades da sociedade civil, que se mobilizaram em prol de uma causa maior e apartidária. A temática ESG ganhou bastante força e permeou discussões e ações práticas em diversos âmbitos da sociedade. Diversidade, equidade e inclusão entraram de vez na pauta. Ainda é uma longa jornada, mas já foi possível perceber ações concretas no intuito de buscar uma reparação histórica e dar oportunidades justas a todos. E conferências como a COP26 ajudaram a jogar luz sob a urgência de reduzirmos as emissões de carbono na atmosfera e evitar um colapso futuro, que pode ser tão ou mais devastador que o próprio coronavírus.
Se há crise, também há oportunidades. Muitos pequenos empreendedores surgiram, uma boa parte seguramente por falta de opções, mas novos negócios foram criados para sustentar milhares de famílias, e muitos prosperaram. O que falar então das empresas iniciantes de base tecnológica (fintechs, edtechs, foodtechs, healthtechs, agrotechs e outras techs) que decolaram e muitas tornaram-se unicórnios, ou seja, empresas com valor de mercado acima de 1 bilhão de dólares. O Brasil já superou a marca de 20 unicórnios, contra apenas cinco em 2018. Apenas no primeiro semestre de 2021, as startups brasileiras receberam mais de 5,2 bilhões de dólares de fundos de venture capital. Analistas do mercado financeiro são quase unânimes em afirmar que os ativos da Bolsa brasileira estão subvalorizados e, uma vez que a economia volte a crescer, novas oportunidades de investimento e avenidas de crescimento se abrirão.
Sempre depois de graves crises, como guerras, colapsos econômicos e pandemias, em geral a sociedade dá um salto e acelera transformações em poucos anos que só seriam possíveis em algumas décadas. É exatamente o período em que estamos vivendo. Ainda que a pandemia não tenha terminado, já é notório esse salto tecnológico, em especial na adoção de novas ferramentas de comunicação e colaboração, novos modelos de trabalho com a redução de fronteiras físicas e um novo pensamento digital, o fomento à pesquisa e desenvolvimento no campo da ciência, avanços na etiqueta de saúde e tantas outras áreas que beneficiaram-se a partir de uma necessidade premente. A esperança é que esse mesmo progresso chegue à população mais vulnerável e que sofre pela falta do que é básico: alimentação, moradia, acesso à saúde e à educação.
É impossível prever como será 2022, mas espero que o surgimento de novas variantes do coronavírus não signifique um retrocesso na iminente retomada das atividades a níveis pré-pandemia e, consequentemente, a um novo tombo na economia global. Por aqui, um ano de eleições presidenciais no país significará alta volatilidade no mercado. Tédio será uma palavra inexistente no vocabulário de 2022. Otimismo e resiliência serão fundamentais para suportar um novo período de instabilidades. Como o Brasil “não é para amadores”, tenho certeza que passaremos por mais essa. Boas-vindas ao novo ano!
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