Procuram-se especialistas em HX

Muito se fala de UX (user experience), mas e o “HX”, human experience?
O LinkedIn resolveu, aparentemente, dar uma ajudinha a nós, humanos. Quando alguém é promovido, por exemplo, a plataforma tornou disponível não só um “Parabéns!”, mas também um “Nossa!”, “Que legal!”, “Fico muito feliz por você!”, “Impressionante!”. É como se a rede, que tem como missão “conectar profissionais do mundo todo, tornando-os mais produtivos e bem-sucedidos”, quisesse nos lembrar da nossa essência. Afinal, somos seres naturalmente sociáveis, mas estamos tão focados em acumular conexões, likes e sucessos que esquecemos de nos relacionar.
Não é novidade alguma que as redes sociais, ao mesmo tempo em que facilitaram o contato, também reduziram algumas capacidades humanas – inclusive, a de comunicação. Conectar-se não é o mesmo que se relacionar, que exige investir tempo (e paciência!) e prevê um diálogo bem mais rico e autêntico que as mensagens sugeridas pelo LinkedIn.
O filósofo Alain de Botton costuma dizer que o desafio para a raça humana agora é ser mais interessante para os outros que seus smartphones. Entusiasta da 4ª Revolução Industrial, o presidente do Fórum Econômico Mundial Klaus Schwab reforça essa dualidade imposta pela adoção da tecnologia em nossas vidas. “A conexão constante pode nos privar de um dos ativos mais importantes da vida: o tempo para pausar, refletir e conversar de forma significativa”, destacou em artigo.
A ironia desta nova era é abafarmos características tão nossas em um momento em que essas habilidades são fundamentais para se manter nesse mercado de trabalho VUCA, isto é, volátil, incerto, complexo e ambíguo.
O profissional precisa ser mais ser humano, saber ler e gerenciar dados e emoções, escutar mais do que falar, viver efetivamente o coletivo. A consultora Betânia Tanure, em artigo para o Valor Econômico, recomendou, para uma compreensão mais ampla desse mundo em disrupção, um bom grau de autoestima, um “ego de tamanho controlável” e “atenção ao perigo das convicções cegas”.
Mapear a jornada do consumidor já não é mais suficiente; é preciso se tornar um especialista não em experiência do usuário, mas do ser humano – do outro e de si.
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