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16 de setembro de 2014

Para que serve a universidade?

Paulo Nassar
 
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Na Idade Média, a julgar pelo monumental trabalho de Jacques Le Goff, em meio ao duelo entre a cultura popular e a cultura erudita, era lugar comum afirmar-se, com hostilidade, que a universidade para nada servia, salvo para consumir bens, dinheiro dos impostos e criar a “aristocracia do saber”. A evolução tecnológica e o conhecimento humanístico provaram justamente o contrário e a universidade se afirmou como centro ativo de conhecimento e produção do saber.

No Brasil dos dias atuais, a sensação que fica é que estamos caminhando rumo ao passado. As greves nas universidades públicas, entre elas a conceituada Universidade de São Paulo e pelo menos mais uma dezena de universidades, se sucedem e são cada vez mais longas. À primeira vista, são movimentos meramente salariais, que, no fundo, prejudicam apenas aos alunos e àqueles professores que desejam ministrar aulas. Uma aproximação maior revela a realidade plena: o trabalho intelectual vem sendo cada vez mais desvalorizado.

O número de alunos cresce, as profissões se multiplicam, sobretudo impulsionadas pelas novas tecnologias, e as exigências quanto a formação universitária ganham amplos horizontes. Há, em particular, o imperativo da formação continuada e a complexidade de lidar com um mundo que se transforma na rapidez da interdependência econômica. País desenvolvido, mais do que em qualquer outro século, tornou-se sinônimo de país com universidades sólidas, com tradição vigorosa de pesquisa e capazes de se posicionar na vanguarda dos múltiplos saberes. Não basta apenas educar, é preciso desenvolver e democratizar, sem populismos, o conhecimento.

Curiosamente, nada disso é visto como fundamental deste lado do mundo. Historicamente, chegamos tarde ao ensino superior. Enquanto as Américas espanhola e inglesa conheceram a universidade ainda nos primórdios do período colonial, quase que simultaneamente à Europa, o Brasil precisou esperar até o final do século XIX para entroniza-las na vida social, assim mesmo pelo caminho do ensino médio e do bacharelado e direito. Não pelo caminho da ciência que libertou o progresso do espartilho da magia e das amarras religiosas. Procurou-se um saber racional, laico, em muitas partes de matriz aristotélica, que deu prestigio ao papel público da formação universitária.

Entre nós, não seria exagero dizer que construímos importantes instituições e que estas desempenharam com êxito seus papéis. Tanto que são inúmeras as universidades reconhecidas pela sociedade pelos seus valores, a excelência dos seus professores e estudantes. O desenvolvimento ainda está distante do desejável, mas progride. O que, talvez poucos saibam, é que com raras exceções, a instituição universidade sofre o drama do sucateamento. Assistimos assim o desenrolar de dois fenômenos contraditórios: o ensino se massifica, uma vez que a antiga “aristocracia do saber” tornou-se fora do tempo e a ideia básica é oferecer mais e mais vagas; em paralelo, a universidade perde o brilho, suas direções não entendem o valor do diálogo e da gestão competente na sociedade contemporânea, professores são desprestigiados, os funcionários são mal pagos, falta orçamento para pesquisas e mesmo para as folhas de pagamentos. O inventário de adversidades é extenso. Resume-se em sutil, mas rápida decadência, sem qualquer razão para existir.

Nesses dias de greves prolongadas, é sintomático que o tema crise universidade não aflore, em profundidade, nos debates dos presidenciáveis. É como se as greves com seu imenso cortejo de medo, riscos de perda de emprego, tensão quanto à incerteza do momento e do futuro, pertencesse a um país e a campanha eleitoral se desenrolasse em outro país. A universidade e suas tendências não seria assunto de debates seminais? Pode-se pensar em democracia e desenvolvimento sem universidades que deem alicerce ao saber? As greves na universidade exigem ampliar a tela para além da questão salarial e que se vislumbre um quadro muito mais amplo a exigir soluções estruturais imediatas.

Já vivemos, no passado colonial, longo divórcio entre o saber e o destino da nação. Predominava por parte do colonizador o limitado sentimento de fiscalização e defesa. Isto atrasou o país em mais de três séculos. Agora, predomina a ilusão. Imagina-se poder ampliar vagas sem a contrapartida da valorização do trabalhador intelectual e de orçamentos compatíveis com as crescentes demandas. Vença quem vencer a corrida presidencial, quando as urnas se abrirem não haverá alternativas senão aquela de reconhecer a crise do ensino superior e, afinal, responder à candente questão: afinal, para que serve a universidade brasileira?

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Paulo Nassar

Diretor-presidente da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje); professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP); doutor e mestre pela ECA-USP. É coordenador do Grupo de Estudos de Novas Narrativas (GENN), da ECA-USP; pesquisador orientador de mestrado e doutorado (PPGCOM ECA-USP); pesquisador da British Academy (University of Liverpool) – 2016-2017. Entre outras premiações, recebeu o Atlas Award, concedido pela Public Relations Society of America (PRSA, Estados Unidos), por contribuições às práticas de relações públicas, e o prêmio Comunicador do Ano (Trajetória de Vida), concedido pela FundaCom (Espanha). É coautor dos livros: Communicating Causes: Strategic Public Relations for the Non-profit Sector (Routledge, Reino Unido, 2018); The Handbook of Financial Communication and Investor Relation (Wiley-Blackwell, Nova Jersey, 2018); O que É Comunicação Empresarial (Brasiliense, 1995); e Narrativas Mediáticas e Comunicação – Construção da Memória como Processo de Identidade Organizacional (Coimbra University Press, Portugal, 2018).

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