PATROCINADORES

  • Sobre
    • Quem Somos
    • Equipe
    • Nossas Associadas
    • Nossa História
    • Tema do Ano
    • International Aberje Award
    • Estatuto
    • Relatórios
  • Conteúdos
    • Notícias
    • Artigos e colunas
    • Blogs
    • Editora Aberje
    • Pesquisas
    • CEAEC Centro de Estudos Aplicados
    • Revista CE
    • Revista Valor Setorial
    • Podcasts
    • Vídeos
  • Eventos
    • Aberje Trends
    • Labs de Comunicação
  • Escola
  • Prêmio
  • Benefícios
    • Comitês Aberje
    • Guia de fornecedores
    • Centro de Memória e Referência
  • Fale Conosco
  • Associe-se
 
olá, faça seu login ou cadastre-se
  • Sobre
    • Quem Somos
    • Nossa história
    • Estatuto
    • Relatórios
    • Equipe
    • Nossas Associadas
  • Associe-se
  • Notícias
  • Opinião
    • Artigos e colunas
    • Blogs
  • Vagas e Carreira
  • Associadas
    • Nossas Associadas
    • Comitês Aberje
    • Guia de fornecedores
    • Benchmarking
    • Centro de Memória e Referência
  • Eventos
    • Aberje Trends
  • Escola Aberje
  • Prêmios
    • Prêmio Aberje
    • Prêmio Universitário Aberje
    • International Aberje Award
  • Labs de Comunicação
  • Conteúdos
    • Editora
    • Revista CE
    • Revista Valor Setorial
    • Pesquisas
    • Materiais de consulta
    • Podcasts
    • Vídeos
  • Aliança Aberje de Combate às Fake News
  • Newsletter BRPR
  • Fale Conosco
  • Relatórios
20 de junho de 2023

O valor da incerteza

Alessandro Greco
 
  • COMPARTILHAR:

Escrever sobre conceitos complexos como o princípio da incerteza de Heisenberg e a Teoria da Informação de Shannon para um público de amplo espectro é não apenas desafiador, mas potencialmente problemático. É necessário compreender conceitos que não são triviais para os não treinados em ciências exatas – e mesmo para estes continua sendo necessário refletir sobre eles para digeri-los e transformá-los em palavras. Junte a esses dois conceitos o da entropia da Termodinâmica e o risco se torna exponencial.

O professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP Eugênio Bucci se deu essa missão em seu livro “Incerteza, um ensaio”. E saiu-se muito bem.

Bucci mostra uma habilidade ímpar para contar como os primeiros nerds da década de 1940 – liderados pelas ideias do matemático, engenheiro e criptógrafo americano Claude Shannon – abriram os caminhos para o que conhecemos hoje como mundo digital com uma simples pergunta: como definir informação tirando-a do campo da retórica e colocando dentro de um conceito matemático. A resposta é, depois de explicada, simples: estimando o volume da sua incerteza. Parece um contrassenso dizer que para saber o tamanho de uma informação é preciso conhecer o tamanho da incerteza. E mais: informação e incerteza devem ser proporcionais entre si. Com um pouco de reflexão ela fica clara. Quanto mais incerteza, mais informação eu necessito para defini-la. Nas brilhantes palavras de Richard Saul Wurman, editor, arquiteto e criador das conferências TED citado por Bucci: “informação é aquilo que reduz a incerteza”. Mas para chegar a esse conceito, os pioneiros da teoria da informação tiveram de perceber que a incerteza estava intimamente relacionada – de forma metafórica – ao conceito de entropia da Termodinâmica. Parece que uma (entropia) não ter nada a ver com a outra (informação), mas, no final, tem tudo.

Na termodinâmica, a entropia fala da aleatoriedade do movimento das partículas em um sistema que pode ser qualquer coisa. Vale para um planeta, para uma xícara de café para um cubo de gelo e para qualquer outro sistema. Escolha do freguês.  Agora quanto mais aleatório, menos previsível, e, portanto, mais incerto. “Quanto maior a entropia, mais difícil prever a direção em que cada molécula vai se deslocar dentro do sistema. Tudo fica mais incerto, não dá para saber com antecedência o que vai acontecer.”, nas palavras de Bucci. Em síntese, quanto maior a entropia, maior a incerteza.

Essa relação deu um estalo na cabeça dos pioneiros da teoria da informação que viram que podiam fazer uma analogia entre a imprevisibilidade do movimento das partículas e o grau da imprevisibilidade da informação que vai de um computador (emissor) para outro computador (receptor). Bingo, nascia a base da teoria da informação.

Consolidada por um grupo reunido sob o nome de Macy Conferences, a Teoria contou com a presença de figuras icônicas de diferentes campos do conhecimento, entre eles os matemáticos Norbert Wiener e John Von Neumann, o psicólogo Kurt Lewin, a antropóloga Margaret Mead, o físico Max Delbrück, entre outros.

A fluidez com que Bucci expõe essas relações enquanto nos conduz pela criação e evolução da teoria de Shannon é ímpar não apenas pelo fato em si, mas por fazê-lo suavemente, sem solavancos. Até quando avança para a assimetria da informação do mundo digital e as questões que ela levanta a prosa é absolutamente clara. Bucci coloca: “A nossa vida caiu numa assimetria sem paralelos. Do lado de lá, o centro nervoso do ‘mundo digital’, monopolizado pelos conglomerados de tecnologia, é fonte de incertezas para a imensa maioria da humanidade. Os algoritmos controlados pelas gigantes de tecnologia, já equacionaram quase todas as indefinições que poderiam restar sobre o comportamento das pessoas. Do lado de cá, a gente olha para os conglomerados e não enxerga o que eles guardam. Eles têm paredes opacas”.

Os riscos econômicos inerentes a esse tipo de assimetria capitaneado pelas Big Techs são muitos e Bucci os expõe de forma implacável embora talvez pudesse dedicar mais tempo às soluções do que ao problema em si. Resolver o fato de que “os conglomerados monopolistas globais dominam as redes sociais com suas ferramentas de exploração do olhar e de extrativismo de dados pessoais” passa muito mais pela “adoção de marcos regulatórios mais efetivos no plano nacional e no plano internacional (por acordos multilaterais)” do que por qualquer outro tipo de mudança.

Bucci não acredita muito que isso vá acontecer chamando a possibilidade de “exígua”. A história recente do capitalismo, porém, mostra alguns momentos em que conglomerados foram repartidos para o domínio de um conglomerado fosse diluído. Caso da gigante do petróleo Standard Oil, quebrada em várias empresas em 1915, e mais recentemente a AT&T em 1982 – que, aliás, se parece em escala, significância e influência as Big Techs atuais.  É certo, no entanto, que precisamos agir e o livro de Bucci faz um chamado a essa ação tão necessária à nossa sobrevivência.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Alessandro Greco

Alessandro Greco é escritor, jornalista e engenheiro formado pela POLI-USP. Foi Knight Science Fellow do Massachusetts Institute of Technology (MIT) pela excelência da cobertura jornalística em ciência e tecnologia. Nos últimos dez anos tem trabalhado com estratégias de comunicação inovadoras. É autor da biografia “Storm - A história do hacker brasileiro que invadiu a Nasa, desbaratou crimes na rede e inovou no empreendedorismo digital” (Objetiva) e de “Homens de Ciência (Conrad), coletânea de entrevistas com cientistas e tecnólogos, entre eles oito ganhadores do Prêmio Nobel. Trabalhou também nos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo.

  • COMPARTILHAR:

Destaques

  • Aberje lança carta com diretrizes para comunicadores por ocasião da COP30
  • Nova edição de mestrado profissional impulsiona formação de comunicadores para o impacto social
  • Fernanda Bolzan assume diretoria do Capítulo Aberje Rio
  • Empresas ainda avaliam participação na COP30, aponta pesquisa Comunicação e Engajamento Empresarial na COP30
  • Cíntia Liberato assume diretoria do Capítulo Aberje Bahia

ARTIGOS E COLUNAS

  • Pablo AssoliniNem conteúdo demais, nem de menos: qual o ponto de equilíbrio entre visibilidade e relevância?
  • Rizzo MirandaESG, COP30 e D&I: os antídotos para sua reputação em tempos de incertezas
  • Leila GasparindoConstruir uma Marca Empregadora é missão conjunta de Comunicação, Marketing e RH
  • Oliver DuarteO papel de PR em tempos de tanta tecnologia
  • Hamilton dos SantosA comunicação precisa ser parte do legado da COP30

BLOGS

A Aberje é uma organização profissional e científica sem fins lucrativos e apartidária. Tem como principal objetivo fortalecer o papel da comunicação nas empresas e instituições, oferecer formação e desenvolvimento de carreira aos profissionais da área, além de produzir e disseminar conhecimentos em comunicação.

ENDEREÇO
Rua Amália De Noronha, 151 6º Andar
São Paulo/SP

CONTATO
Tel : (11) 5627-9090
aberje@aberje.com.br

 
Usamos cookies para garantir que oferecemos a melhor experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.ConcordoPolitica de Privacidade