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07 de novembro de 2018

Comunicação Líquida: Tudo que é sólido se desmancha na água

Príscilla Duarte
 
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Bem-vindo a um mergulho nas águas de Zygmunt Bauman, um sociólogo polonês que traz uma reflexão profunda e atual sobre o mundo pós-moderno, comparando-o a um estágio líquido.

Estamos vivendo a Era Exponencial, uma dobra do tempo em que a aceleração contínua e crescente impede que solidifiquemos padrões, conhecimentos, ideias, comportamentos e relacionamentos. Nada permanece a mesma coisa por muito tempo.

Líquidos, sob menor pressão, mudam de forma rapidamente. São incapazes de manter a forma por muito tempo. No atual estágio líquido da modernidade, deliberadamente impedimos que as coisas se solidifiquem. A temperatura elevada, ou seja, o impulso de transgredir, de substituir e de acelerar não cria o tempo necessário para os líquidos se condensarem e se solidificarem em formas estáveis. Na era exponencial, o ambiente não se abranda.

Na vida líquida, as incertezas são as únicas certezas e nada é feito para durar. A era exponencial é alimentada pela tirania do momento e pela cultura da instantaneidade, o que afeta o comportamento humano: não há tempo suficiente para consolidar hábitos, rotinas ou relacionamentos. Não há tempo para estabelecer vínculos.

Nossa relação com o futuro também está mudando. Os filhos do mundo sólido planejavam o futuro inspirados pela permanência dos tempos que estavam por vir. Planejavam a jornada da vida, da infância à maturidade, de forma linear e organizada: crescer, estudar, formar, inserir-se numa grande empresa de trabalho estável, casar, ter filhos, aposentar e descansar no futuro. Futuro, no mundo sólido, é permanência. O futuro é um.

Na vida líquida, futuro é impermanência. Gerações líquidas escolhem percursos e história não lineares. O espírito transformador promove a constante mudança de rumos, de opiniões, de carreiras, de ambições e aspirações. Gerações líquidas não sonham apenas uma história. Sonham muitas, ao mesmo tempo. O futuro são vários.

Muda-se também a relação com o passado. Onde tudo é dinâmico e urgente, as experiências passadas já não são mais valorizadas como antes. A tradição não resolve os novos problemas advindos da realidade líquida.

Diante do mundo que acelera sua rotação e, como num efeito centrífuga, mistura tudo – passado, presente e futuro – muda-se a relação de tempo e espaço.

Liderar equipes, criar filhos, interagir com clientes, ter uma carreira profissional de sucesso não é mais jogo de tabuleiro. É game. Várias possibilidades, várias fases, várias histórias simultâneas.

Nessa dobra do tempo, há a “Geração Transição”. Sólidos ainda, porém, encharcados e molhados pelo mundo líquido. E os líquidos, no encontro com os sólidos, emergem intactos, flexíveis, adaptáveis, changers.

Ok. Mas e daí?

E daí que a vida líquida está transformando a forma das pessoas se relacionarem.

A pós-modernidade líquida é uma nova configuração social que se caracteriza pela impermanência dos relacionamentos. Milhares de “amigos” nas redes sociais que conectamos e desconectamos no tempo de um clique. É certo que redes impulsionam os laços. Reconectamos com amigos que não víamos há muito tempo, pertencemos a comunidades por interesses afins, aproximamos famílias em grupos de mensagens instantâneas. É o triunfo da ideologia da transmissão.

 

Pela primeira vez na história da humanidade, deter informação não é mais sinal de poder. Poder é compartilhar. E quanto mais compartilhamos, mais abundância de informação temos, em alta velocidade. Mais uma vez, tempo, mais que espaço: estamos simultaneamente, a milissegundos e a quilômetros de distância. Na velocidade da luz.

E, onde há excesso de luz, há a sombra dos excessos. Impulsionada pelos efeitos do mundo líquido, a comunicação vive o excesso de informação, excesso de velocidade, excesso do compartilhar.

Na era dos excessos, comunicação genuína – que cria vínculos – é raridade. Vínculo é uma palavra grávida, cheia de significados. Dentro dela, cabem propósito congruente, vulnerabilidade, empatia, confiança, conexão, interesse mútuo, cuidado, afeto.

A sociedade líquida pós-moderna nos desafia a resgatar a capacidade humana de formar ‘nós’, aqui entendidos como vínculos, verdadeiros e analógicos. Os ‘nós’ relacionais são a materialidade no mundo líquido. Como uma rede de pescador, ‘nós’ fortes e bem atados, apoiados uns nos outros, formam uma rede coesa e, ao mesmo tempo, maleável o suficiente para permitir que os líquidos passem, sem alterar o estado original e a configuração deles.

Liderança e Novos Modelos Líquido-Organizacionais

Em vários workshops sobre o tema Comunicação Líquida, construí com centenas de líderes reflexões sobre as organizações sólidas e sua relação com o mundo líquido. O objetivo é ajudar as empresas sólidas a se tornarem mais permeáveis nesse novo tempo líquido, por meio de sua liderança.

Quando perguntados sobre quais são os espaços de arejamento necessários nas empresas para que o mundo líquido possa permear processos, comportamentos, cultura, estruturas, foram considerados com frequência: a horizontalidade das relações e da tomada de decisão (não necessariamente da estrutura), a disposição para mudança, a confiança, a diversidade e, incrivelmente, a vulnerabilidade em contraponto à arrogância empresarial. Como reflexões secundárias, também foram notórias as percepções sobre a liberdade, leveza, flexibilidade, inovação, abertura a ideias, o diálogo e a comunicação com transparência como instrumentos que arejam as organizações para a imersão líquida.

Os líderes participantes dos workshops trabalharam também no que impede a inundação do mundo líquido nas organizações: a vaidade (com ênfase) seguida pelo poder, a burocracia, a inflexibilidade e a hierarquia rígida.

E, por fim, foram discutidos os aglutinadores capazes de construir vínculos sólidos, promovedores dos ‘nós’ relacionais: o líder (com ênfase), o propósito, empatia, crenças e valores.

Observemos bem: sem exceção, os gestores estão dizendo que são os comportamentos humanos que impulsionam ou restringem a boa navegação das empresas sólidas em ambientes líquidos.

 

A HSM Management, em sua edição 129 (jul/ago de 2018), traz um estudo interessante sobre os impactos da sociedade pós-moderna na gestão e na comunicação, que converge com essas reflexões. O líder pós-moderno emerge em águas refrescantes: abarca, compartilha, é horizontal, atribui responsabilidades, inspira, entusiasma, vale-se da razão sensível, privilegia as humanidades, estimula a diversidade, envolve, convive com as ambiguidades, associa o lucro à construção do mundo, incentiva a inovação responsável e é um editor da cultura da organização. Segundo Jorge Forbes, da ToF Consultores, “o pós-moderno vem incluir afeto na razão e revalorizar a subjetividade a liderança” que precisa mergulhar em profundas transformações: mais humanidade, mais afeto, mais altruísmo, mais protagonismo.

Essa nova forma de liderar as organizações, que se conecta à teoria das organizações Teal, é muito bem defendida por Frederic Laloux em seu livro (espetacular) “Reiventando as Organizações”. Rompendo o modelo de estruturas convencionais e sólidas, o paradigma Teal apresenta estruturas adaptativas e resilientes, caracterizadas pela autogestão, pela plenitude e por um propósito evolutivo.

As organizações Teal são hábeis na tomada de decisão descentralizada e de forma consultiva, em vez de recorrer à hierarquia top-down ou ao consenso (autogestão); seus trabalhadores são convidados a reclamar pela sua integralidade como pessoa (plenitude); há um convite claro à escuta e ao entendimento de como a organização serve ao mundo (propósito evolutivo). As Teal são capazes de adaptar-se a um contexto dinâmico e em mudança permanente onde os indivíduos podem desenvolver ao máximo o seu potencial.

Já o Manifesto das Organizações Responsivas, uma filosofia de gestão, traz reflexões sobre as práticas que um dia foram efetivas e úteis num contexto previsível e que agora, em um mundo líquido, imprevisível e acelerado, exigem um novo equilíbrio:

  • Mais previsível <> Menos previsível.
  • Lucro <> Propósito.
  • Hierarquias <> Redes.
  • Controle <> Distribuição de poder.
  • Planejamento <> Experimentação.
  • Privacidade <> Transparência.

Algo me parece central e frequente nesses saberes: lideranças humanizadas (e não, aparatos corporativos) em um ambiente integral (um lugar onde você pode ser você mesmo), estruturas autogeridas em rede, empoderamento pelo talento e pelo potencial, trabalho por um propósito vivo e claro.

Comunicação na Era da Complexidade

A comunicação é uma disciplina de natureza líquida: conectora, impermanente, ruidosa, não determinística, incapaz de manter a forma por muito tempo. O mundo líquido-digital funciona como um grande amplificador e a comunicação atinge um potencial nunca visto na história da humanidade – rápida, excessiva, imprevisível e por vezes, superficial, com vários espaços de “incomunicação”. A tecnologia trabalha para a comunicação líquida.

Mas, emprestado de Fabio Betti Salgado, “o ser humano tem que insistir no que a tecnologia não faz”. É eminente e necessária a simultaneidade do digital com a “destecnologia”. Ela sim trabalha para o relacionamento genuíno e fortalecedor de vínculos. Trabalha para a comunicação humana.

Impactada pelos novos modelos de organização, uma grande transformação começa a acontecer e surge um novo referencial para a comunicação líquido-pós-moderna. Descentralizada, a comunicação é articuladora de redes e não mais um hub; investe no digital na mesma medida em que investe no analógico e na comunicação presencial; valoriza as pessoas em detrimento da valorização midiática.

É também abundante em recursos e em produção de conteúdo de forma compartilhada, é democrática e cria ambientes onde todos falam e todos ouvem. Tem função enzimática: é catalisadora de relacionamentos e trabalha nos bastidores, acelerando reações por meio de propósitos e crenças compartilhadas.

Comunicação líquida é clique, é laço. Comunicação humana é toque, é vínculo.

Vivemos diante do paradoxo líquido pós-moderno entre o high tech e o high touch. Reflitamos sobre nossa conduta: temos sido um bug na comunicação humana ou um link que constrói relações mais inspiradoras e legítimas?

Que sejamos links, ainda que à conta gotas mas em movimento coletivo, para transbordarmos vínculos, afeto, empatia e mais humanidade para o mundo.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Príscilla Duarte

Publicitária, formada pela PUC-MG (1996), com pós-graduação em Gestão Estratégia de Marketing pela UFMG (2002) e MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral (2012). Com experiência de 25 anos na área de Comunicação Social, Príscilla é head de Comunicação e Sustentabilidade da Localiza, responsável por comunicação interna, relacionamento com a imprensa, sustentabilidade, marca empregadora, projetos institucionais e assessoria à presidência. Membro do Comitê de Ética da Localiza. É também owner da Look+Feel, consultoria em comunicação para executivos e empresas.

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