A necessidade é a mãe da reinvenção

Publicado originalmente no LinkedIn, em 20 de abril.
Faz pouco mais de um mês que estamos em isolamento social, mas a sensação é que vivi 30 anos em 30 dias. Literalmente.
Em três décadas de carreira, já passei por algumas crises no país e nas empresas onde trabalhei, mas nunca vi nada parecido.
Acredito que nem os maiores futuristas do planeta poderiam prever que um mísero vírus nos traria tantos aprendizados e novas formas de olhar o mundo à nossa volta, em tão pouco espaço de tempo.
A necessidade é a mãe da invenção, já dizia Platão. Eu ouso dizer que, nesse momento em que o mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo (VUCA) se tornou nossa realidade, a necessidade tem sido a mãe da nossa reinvenção.
Com a chegada da pandemia, da noite para o dia, nossos líderes descobriram que não existe negócio sustentável sem pessoas. E que, sem uma comunicação humana, inspiradora, confiável, de verdade e de propósito, é impossível manter essas pessoas emocionalmente seguras e engajadas. Principalmente, quando elas têm que trabalhar à distância, sozinhas em suas casas, adotando a tecnologia à velocidade da luz.
Tenho acompanhado muitas “lives”, com presidentes de empresas que estão fazendo um curso intensivo, na prática e na marra, em duas áreas até ontem relegadas à condição de áreas de apoio: Recursos Humanos (que eu chamo de Gente) e Comunicação.
Durante toda a minha carreira, ouvi esses mesmos líderes afirmarem que o RH precisava ser estratégico, mas poucas vezes encontrei ambientes corporativos onde a atuação estratégica desses profissionais era possível.
Quanto à comunicação, o cenário era bem mais primitivo: até ontem, pouquíssimos entendiam a necessidade e a relevância de ter uma área profissional e atuante na construção e gestão da sua reputação corporativa, engajamento de sua gente e gerenciamento de crises.
Comunicadores e RHs, o sonho de vermos nossas áreas reconhecidas e valorizadas, virou o “novo normal”!
Porque “gente é pra brilhar!” E, “quem não se comunica, se trumbica”. Espero que nossos líderes saiam dessa crise com mais empatia e menos empáfia. E que tenham aprendido a lição com o Corona, Caetano e Chacrinha.
Artigo publicado, simultaneamente, na edição de 20/04/20 do Jornal O Povo: https://mais.opovo.com.br/jornal/opiniao/2020/04/20/neivia-justa–a-necessidade-e-a-mae-da-reinvencao.html
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