A comunicação pessoal em tempo de pandemia
Pessoalmente, quando nos comunicamos, usamos recursos derivados de várias fontes: da fala, das mãos, da postura corporal, do rosto.
Cada uma dessas fontes fornece recursos com significados próprios. A fala, por exemplo, se utiliza de diferentes entonações para dar significação ao conteúdo. Se alguém me oferece algo e eu, suavemente, digo ‘não quero, obrigado’, a recusa é entendida como normal. Mas se eu carrego no ‘não quero, obrigado’, posso levar o interlocutor a se perguntar por eu recusei a oferta.
Até o silêncio (o não-fala) tem significados, às vezes, conflitantes. Diante a uma pergunta, o silêncio pode significar tanto desprezo à pergunta, quanto não ter certeza ou ocultação de algo.
As mãos falam ora de confiança, ora de insegurança, ora de nervosismo, assim como a postura corporal nos diz sobre o interesse do interlocutor no assunto.
O rosto talvez seja a fonte que mais oferece significados. Os movimentos da boca, dos olhos, das sobrancelhas, da testa, das bochechas compõem a fisionomia que informa muitos estados, tais como, nível de ansiedade, de aceitação, de humor, etc, etc.
Assim a máscaras – que estamos usando por causa da pandemia – mutilaram a comunicação pessoal. Eu não posso usar a descontração da minha face para comunicar que estou de bem com a vida, ou saber se, atendeu, a resposta que dei à pergunta que me foi feita.
Antes da pandemia, com todos os recursos disponíveis, nós falávamos das dificuldades da comunicação entre os homens. Como será agora quando somente dispomos do piscar dos olhos e do franzimento da testa?
COMENTÁRIOS:
Destaques
- Page Spring Seminar explorou desafios da Comunicação em cenário globalizado e complexo
- A mudança em foco: transição de carreira da Comunicação para a Fotografia
- Reflexões sobre Comunicação Estratégica em palestra para a Polícia Militar do Estado de São Paulo
- Unimed Cerrado é nova associada da Aberje
- Museu da Língua Portuguesa é novo associado da Aberje
ARTIGOS E COLUNAS
Milena Siqueira A hora e a vez da escuta ativaDeborah Rodrigues Como a IA tem impactado a comunicação corporativaHamilton dos Santos Reflexões sobre o Page Spring Seminar 2024: desafios e oportunidades de uma comunicação globalElizeo Karkoski Velhos problemas, novo olhar para soluçõesPatricia Santana de Oliveira Usando o futuro para compensar decisões do passado