01 de março de 2019

Casos do Banco Mundial e do BNDES inovam na mensuração de impacto

A International Finance Corporation (IFC), organização do Grupo Banco Mundial voltada ao desenvolvimento do setor privado em países em desenvolvimento, apresentou recentemente, em conferência anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a operacionalização de seu sistema de mensuração de impacto.

A conferência mobilizou mais de 400 especialistas ligados à temática do desenvolvimento para discutir formas de ampliar a presença do capital privado em investimentos destinados aos objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS).

 

 

A percepção de que é necessário envolver e buscar investimentos privados de modo a complementar recursos públicos e não reembolsáveis para o alcance dos ODSs não é novidade. A abordagem Maximizing Finance for Development (MFD)do Banco Mundial, por exemplo, segue o mesmo conceito: busca a atuação no desenvolvimento de forma estratégica – envolvendo soluções para condições regulatórias, redução de riscos, além de financiamento – de modo a atrair diversas fontes de recursos financeiros, de inovação e experiência na busca do desenvolvimento sustentável.

Dentro dessa discussão, o impacto dos investimentos – com sua mensuração e monitoramento – é tema essencial, sendo definido como prioritário dentro da agenda da OCDE de blended finance, isto é, do uso estratégico de recursos financeiros para o desenvolvimento de modo a atrair outras fontes de investimento, como as do setor privado.

Neste contexto, sistemas de mensuração de impacto como o Antecipated Impact Measurement and Monitoring (AIMM) da IFC, apresentado na conferência, e a metodologia Tese de Impacto de Investimentos em Projetos (Tiip) do BNDES, instituição associada da Aberje, tornam-se ainda mais relevantes.

ODS – O sistema AIMM do Banco Mundial tem como objetivo permitir que o IFC estime o impacto de desenvolvimento esperado para seus projetos, ainda em seu estágio inicial. Assim, é possível estabelecer metas ambiciosas, mas alcançáveis; selecionar os projetos com maior potencial de impacto para o desenvolvimento e com sólido retorno financeiro; além de otimizar a concepção dos projetos.

Para avaliar o impacto, são consideradas duas dimensões:

 

Resultados do projeto

Efeitos para os stakeholders

Efeitos econômicos

Efeitos socioambientais

 

Contribuição para a criação de mercados

Competitividade

Resiliência

Integração

Inclusão

Sustentabilidade

 

Essas dimensões são analisadas tendo em vista os objetivos do Banco Mundial de erradicar a pobreza extrema e impulsionar a prosperidade compartilhada, assim como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Além de mensurar o impacto, o sistema também monitora os indicadores definidos no início do projeto, possibilitando um acompanhamento em tempo real de seus resultados.Para saber mais sobre a metodologia, acesse aqui.

BNDES – O BNDES vem construindo sua metodologia própria de avaliação ex ante desde 2014. Em sua fase piloto, foram realizadas aplicações práticas em mais de 644 projetos de investimento apoiados diretamente. A Tese de Impacto de Investimentos em Projetos (Tiip), lançada oficialmente em 2017, é um instrumento qualitativo para auxiliar na tomada de decisão de apoio financeiro, capaz de reconhecer, de antemão, os efeitos esperados de projetos de investimento. As dimensões avaliadas são: econômica, social, ambiental, regional e do cliente.

A Tiip é complementar a outros instrumentos de análise do BNDES e capaz de explicitar à instituição os impactos dos projetos de modo aderente ao fluxo de financiamento de operações. Além disso, contribui para a definição dos indicadores de acompanhamento do projeto ao longo de sua execução.

Leia mais sobre como o BNDES avalia seus projetos

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