05 de agosto de 2021

Brookfield, Ajinomoto e Ericsson trazem boas práticas sobre governança e estratégia de Comitês de Comunicação e Marca

Aberje Connects promove compartilhamento de experiências sobre comunicação nas organizações entre os associados

Aberje Connects promove compartilhamento de experiências sobre comunicação nas organizações entre os associados

Fundamental para qualquer empresa, a comunicação empresarial ajuda a integrar os colaboradores e as atividades realizadas pelas diversas áreas de uma organização. Para permitir maior envolvimento dos colaboradores e a circulação de informações de forma mais ampla e democrática, revelando acontecimentos, muitas vezes restritos a determinados setores, há empresas que instituem um comitê de comunicação interno. Mas como funcionam esses comitês? Quais os compromissos e objetivos principais desses grupos e como são formados?

A fim de trocar experiências e melhores práticas sobre o assunto, o Aberje Connects atividade online de benchmarking entre associados da entidade estiveram reunidos para conversar sobre “Governança e Estratégia de Comitês de Comunicação e Marca nas Organizações”, no dia 29 de julho. Participaram da edição o diretor de Comunicação da Brookfield Asset Management, Leonardo Maia; a diretora de Marca e Comunicação da Ericsson Brasil, Luciana Leite; e a gerente de Área de Comunicação Interna e Externa da Ajinomoto, Juliana Ribeiro. A atividade contou com a participação de 63 profissionais associados da Aberje em 58 organizações distintas de 10 estados diferentes, com moderação de Rodrigo Cogo, gerente de Desenvolvimento Associativo da Aberje. 

Brookfield: comunicação alinhada e compartilhada

Comitês de Comunicação e Marca são estruturas de apoio ao tema da comunicação e de aconselhamento para o board das organizações. Há diversas modelagens de funcionamento, composição de membros e poder decisório. Em alguns casos reúne os comunicadores de todas as empresas de um grupo para alinhamento; em outros casos, reúne o chefe da comunicação da empresa e colaboradores de outras áreas, buscando um foco de aconselhamento, ou seja, olhar para tudo o que a empresa faz e recomendar ações ou cuidados sobre relacionamento e reputação desta empresa.

Durante o encontro, Leonardo Maia, diretor de comunicação da Brookfield Asset Management fundo de investimentos e gestão de ativos alternativos compartilhou sua experiência com o comitê de imagem e reputação da empresa, que possui mais de R$ 600 bilhões em ativos sob gestão em 30 países, alguns na América do Sul, onde administra US$ 40 bilhões. Apesar de ser uma empresa originalmente de capital canadense, a Brookfield surgiu no Brasil em 1899. Hoje, administra cerca de R$ 125 bilhões em 20 estados brasileiros e opera nos segmentos de infraestrutura, energia renovável, imobiliário, recursos sustentáveis e private equity

Leonardo Maia

Na ocasião, Maia destacou que o comitê de imagem e reputação da empresa tem caráter consultivo, com o objetivo de promover o alinhamento e compartilhamento da comunicação nos âmbitos estratégico e tático; disseminar melhores práticas, instituindo o trabalho colaborativo como pressuposto para garantir maior produtividade e eficácia e identificar sinergias, não se sobrepondo aos líderes dos negócios. “A decisão da Brookfield de seguir por um modelo consultivo tem a ver com a cultura da empresa, de gestora de ativos, que dá independência para as empresas do portfólio”, frisou o executivo, acrescentando que cada empresa do grupo tem uma área de comunicação autônoma. “Há momentos em que a comunicação entra mais fortemente, quando há uma crise, por exemplo, somos envolvidos diretamente e apoiamos pontualmente quando demandados pelas empresas”, explicou.

As reuniões são realizadas a cada dois meses, totalizando seis encontros por ano e não há um limite de participantes. Gestores de Comunicação e Recursos Humanos da Brookfield e das investidas, representantes de outras áreas Jurídico, Compliance, Sustentabilidade podem participar de modo permanente ou esporádico dos encontros que duram cerca de duas horas. A primeira hora conta com apresentação de convidado externo e a segunda hora é dedicada a assuntos internos e ao compartilhamento de cases das investidas. 

Quanto aos temas discutidos nas reuniões, vão desde assuntos mais voltados à comunicação como reputação, marca, AI e big data até temas mais relacionados aos funcionários, como por exemplo diversidade e inclusão, segurança psicológica e inteligência emocional, além de temáticas variadas, apresentadas recentemente sobre escritórios no pós-pandemia, agenda ESG, metodologia ágil, entre outras. “Nos encontros presenciais, poucas pessoas participavam nas videoconferências; com a pandemia o formato 100% online mostrou o reflexo imediato que foi o aumento dos participantes com bastante interação e os resultados têm sido positivos. Nossa intenção é manter o formato híbrido com a volta aos escritórios”, previu. “Sempre ao final dos encontros a gente aplica e envia por e-mail uma pesquisa de avaliação das apresentações e aproveitamos para captar sugestões de temas ou críticas com relação às edições anteriores, o que nos deixa motivados a trazer sempre temas interessantes e a fomentar as discussões durante os encontros”, finalizou Maia.

Ajinomoto: comunicação integrada, relacionada à cultura da empresa

Durante o encontro, a gerente de Área de Comunicação Interna e Externa Juliana Ribeiro falou sobre o comitê da Ajinomoto líder mundial em aminoácidos, com 120 fábricas espalhadas em mais de 35 países. No Brasil a marca chegou em 1956, e conta atualmente com cerca de três mil funcionários, atuante na área de Food, Food Ingredients, AminoScience, Nutrição Animal e Agronegócios. Cada uma dessas áreas atua de forma independente.

Intitulado Brand Value Up, o comitê da Ajinomoto foi criado em 2018, é liderado pela equipe de Comunicação, conta com a participação de 25 pessoas representantes de todas as áreas de negócio, de todas as unidades. “O objetivo é promover a imagem e reputação da marca, tornar a empresa admirada e conhecida por todos e promover, internamente, a integração entre as áreas e fazer com que o funcionário tenha orgulho e seja embaixador da empresa de uma forma espontânea”, frisou Juliana.

Juliana Ribeiro

Para começar a desenvolver esse trabalho, a primeira ação foi fechar uma parceria com uma agência especializada em reputação. Anualmente, a Ajinomoto faz uma pesquisa de reputação sobre a empresa a partir da percepção de três públicos: consumidores, funcionários e clientes. “Depois da pesquisa, realizamos um workshop junto à agência para apresentação de resultados”, contou. “Nossa matriz também produz uma outra pesquisa, com outra metodologia e outros indicadores. Cruzamos os dados das duas pesquisas para posterior tomada de decisões”, complementou.

A executiva ainda destacou que ao olhar para a reputação da companhia, é preciso enxergar o que existe de real e o que se pode fazer dentro das premissas da cultura e da realidade da empresa. “Como não temos investimento em marca, a partir desses dados, o comitê criou mensagens que representam o que é a companhia e nos dividimos em grupos para que fossem discutidas possíveis iniciativas a serem direcionadas aos clientes e aos consumidores. Com isso lançamos o Guia do Embaixador da Ajinomoto, com dez mensagens-chaves que surgiram das iniciativas criadas pelos colaboradores”.

Ericsson: comunicação consistente, relevante e na frequência ideal

Empresa sueca que surgiu há mais de 140 anos e presente no Brasil há quase 100, a Ericsson líder em infraestrutura e soluções de conectividade móvel, empresa pioneira na implementação do 5G nos cinco continentes sempre esteve envolvida com a evolução da telecomunicação. Para explicar como funciona o comitê de reputação da companhia, a diretora de Marca e Comunicação da empresa no Brasil, Luciana Leite, contou um pouco da história global da Ericsson. “A Ericsson começou numa garagem da casa do nosso fundador. A partir daí, a empresa foi crescendo e otimizando a comunicação de diferentes formas. Nossa história acaba se confundindo com a história da evolução das telecomunicações”.

Com o advento da telefonia móvel, com os aparelhos de celular, a empresa decidiu fazer uma parceria com a Sony para produzir aparelhos de telefonia móvel, de 2000 a 2010. A partir daí, a Ericsson tomou a importante decisão de focar realmente no seu negócio, na área de conectividade móvel. “Tudo isso tem a ver diretamente com os desafios de comunicação que temos, de trabalharmos o posicionamento, mais do que de imagem, de conhecimento interno mesmo, de como os colaboradores explicam a empresa e tornar isso forte para ter um alcance maior”, explicou Luciana.

Na ocasião, a executiva contou como a equipe de Comunicação estruturou o projeto de comunicação e como as responsabilidades são divididas, a partir de três pilares principais: o brand recognition tinha a ver com o desafio de fazer as pessoas entenderem o que a empresa faz; o enhance awareness [aumento de compreensão] de que não se trata de um produto; e o engagement, no sentido de engajar as pessoas corretas para ajudar a transferir essa mensagem para o mercado.

“Foi assim que surgiu a ideia de criarmos um comitê de Comunicação. Conseguimos construir na Ericsson uma comunicação 200% alinhada ao negócio. A gente parte dos desafios para construir todo o plano de comunicação. Então esse trabalho do comitê é fundamental”, revelou. “O mais importante é garantir que esse nosso ‘cliente interno’ esteja muito alinhado e direcionando o caminho junto com a gente para que possamos manter essa tríade – que é a questão da consistência, somada à relevância e à frequência ideal”, completou.

 

 

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