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Estado e Mercado Após a COVID-19

Desde a crise financeira de 2008, o Estado parece ter voltado a exercer maior protagonismo na regulação das relações sociais assim como no estabelecimento de restrições comerciais e financeiras mais rigorosas. Com o advento da pandemia de COVID-19, instituições públicas ao redor do mundo adquiriram poderes governamentais extraordinários na organização da vida social com campanhas massivas de vacinação, restrições de mobilidade e até o fechamento temporário de indústrias e comércios em muitos lugares.

Após décadas de um consenso econômico sobre a centralidade do Mercado na promoção do bem-estar social, na arena política de hoje grupos com visões opostas representam agendas socioeconômicas potencialmente irreconciliáveis. Como devemos entender a relação entre Estado e Mercado após a COVID-19? Quais os atores centrais do jogo político atual e quais são suas posturas perante o Mercado? Existem vias comunicacionais que favoreçam um diálogo produtivo entre um Estado regulador mais poderoso e o setor corporativo?

Para o nosso próximo Blended Webinar, Estado e Mercado Após a COVID-19, Aberje e King’s Brazil Institute convidam você a juntar-se ao nosso time de especialistas para aprender mais sobre esses tópicos e discutir conosco qual seria o melhor caminho para o futuro.

Data: 12 de abril

Horário: 11h às 12h (BRT)

Transmissão: canal da Aberje no YouTube

Inscreva-se aqui

 

Você pode assistir as entrevistas com os palestrantes a qualquer momento e enviar suas questões via formulário abaixo. As perguntas serão selecionadas e respondidas no webinar ao vivo.

 

Convidados

JÚNIA GAMA
Analista Política Senior da XP Investimentos

Júnia Gama é analista política da XP Investimentos desde 2020, onde traça cenários sobre os principais temas políticos para o mercado financeiro. Este ano, acompanha de perto todos os movimentos eleitorais para projeções na XP. Jornalista, atua desde 2008 na cobertura política de Congresso Nacional e Palácio do Planalto, incluindo Impeachment, Lava-Jato e eleições presidenciais. Esteve por 6 anos no jornal O GLOBO e antes passou por Correio Braziliense e Congresso em Foco, entre outros. Fez Master em Jornalismo na Universidade Complutense de Madri e trabalhou também na área de Política Internacional no jornal espanhol ABC.

JONATHAN PORTES
Professor de Economia e Políticas Públicas do King’s College London

Jonathan Portes é Professor de Economia e Políticas Públicas no King’s College London. Além disso, ele é Pesquisador Senior no think-tank ‘UK in a Changing Europe’, baseado no King’s, que promove pesquisas de alto impacto sobre o complexo e dinâmico relacionamento entre o Reino Unido e a União Europeia. Atualmente, seus interesses de pesquisa se concentram em áreas relacionadas à imigração e mobilidade de emprego, tanto dentro quanto fora da União Europeia, e também às implicações econômicas do Brexit. Jonathan começou sua carreira no Tesouro britânico em 1987 e passou boa parte dela no serviço público tendo servido como Economista-Chefe do Gabinete de Ministros do Governo Britânico entre 2008 e 2011. Ele liderou o desenvolvimento das análises econômicas e de políticas públicas do Gabinete de Ministros durante a crise financeira de 2008 e a Cúpula do G20 em Londres em 2009. Seu mais recente livro é ‘What do we know about immigration’, publicado pela Sage.

CECILIA TORNAGHI
Editora-executiva da Americas Quarterly

Cecilia Tornaghi é Editora-executiva da Americas Quarterly e Diretora-sênior de Políticas Públicas da Americas Society/Council of the Americas. Jornalista de nacionalidades brasileira e americana, Cecilia cobre América Latina faz 20 anos com foco em políticas públicas, negócios e economia. Tendo trabalhado por 13 anos na Bloomberg, ela começou como repórter para a Nasdaq e em seguida assumiu as posições de âncora, editora de notícias, editora-executiva adjunta da Bloomberg Brasil TV e, finalmente, correspondente para América Latina da Bloomberg TV, cargo em que entrevistou chefes de Estado, ministros e executivos de alto escalão ao redor da região. Cecilia deixou a Bloomberg para contribuir com o lançamento de uma plataforma de notícias dedicada a cobertura de mercados emergentes em uma grande corporação em que coordenava as publicações de interesses humanos e corporativos sobre América Latina para uma audiência global. Antes da Americas Quarterly, Cecilia também foi editora-executiva da LatinFinance.

DANIEL ALVES – Curador

Daniel Alves é doutorando no Departamento de Economia Política do King’s College London e pesquisador afiliado no King’s Brazil Institute. Ele também trabalha como tutor no King’s e na University College London. Daniel conduz seminários em matérias relacionadas a política internacional, governança global, métodos qualitativos e metodologia de pesquisa em política.

SEBASTIÁN RONDEROS – Curador

Sebastián Ronderos é professor em Filosofia e Teoria Política na Fundação Getulio Vargas, doutor em analise de discurso pela Universidade de Essex e colaborador da Aberje. Também é pesquisador do Centro da Ideologia e a Análise do Discurso (cIDA) e do Centro internacional para o Estudo da Democracia, o Significado e a Resistência (DESIRE). Por meio de projetos de pesquisa individuais e colaborativos, Sebastián explora maneiras pelas quais a teoria do discurso pós-estruturalista e a psicanálise podem gerar contribuições críticas em relação a processos de ação coletiva, práticas democráticas, discursos sobre populismo e democracia, bem como formular estratégias de pesquisa inovadoras para as ciências sociais

 

Júnia Gama, Analista Política Senior da XP Investimentos

“Agora, com a pandemia, todos os candidatos procuram formas de apoiar as pessoas que tanto sofreram durante este tempo.”

Após as eleições brasileiras de 2018, o equilíbrio entre Estado e Marcado passou por uma rápida mudança em sua relação. Isso se aprofundou com o advento da crise da COVID-19, conferindo à política um papel mais proeminente na direção das dinâmicas sociais. Para a analista política da XP Investimentos, Júnia Gama, as preocupações fiscais assumiram um papel secundário ao longo da pandemia à medida que programas de ajuda social e interesses eleitorais ganharam presença na agenda governamental. Talvez o próximo debate eleitoral no Brasil dê um papel mais proeminente à desigualdade social sobre as políticas de liberalização econômica e controle fiscal, exibindo uma nova conjuntura eleitoral.

Jonathan Portes, Professor de Economia e Políticas Públicas do King’s College London

“Acho que houve uma tendência de afastamento de uma abordagem fundamentalista dominada pelo marcado que dominou o pensamento político e econômico nos cerca de 30 anos entre a ascensão de Thatcher e Reagan e a crise financeira global.”

Com o surgimento do COVID-19, a intervenção do Estado tornou-se necessária na formulação de uma agenda global comum para enfrentar uma ameaça global igualmente comum. Para muitos, essa conjuntura ampliou o espaço para discursos autoritários tomarem conta das instituições públicas e, ao fazê-lo, colocarem em risco as liberdades individuais. No entanto, o professor de economia e políticas públicas do King’s College, Jonathan Portes, observa que, à medida que alcançamos um ambiente mais controlado, as coisas tendem a voltar ao normal, restaurando as relações habituais entre o mercado e os atores políticos.

Cecilia Tornaghi, Editora-executiva da Americas Quarterly

“Acho que todos tentarão trabalhar juntos, pois estamos, maioritariamente, no modo do século 21. Eu sou um otimista.”

A pandemia de COVID teve um impacto marcante na América Latina em termos de taxas de mortalidade e impactos sociais bastante precipitados devido às dificuldades econômicas. Nas palavras da editora-gerente do Americas Quarterly, Cecilia Tornaghi, o equilíbrio Estado-Mercado estava funcionando bem para uma coorte muito específica da população, deixando de lado segmentos sociais proeminentes. As divisões ideológicas ficaram ausentes para uma parcela da população que tinha que ganhar a vida, não conseguindo cumprir as medidas de quarentena. A desigualdade social está no centro dessas dinâmicas tristemente complexas e estão impactando fortemente a região politicamente, primeiro no Chile, depois na Colômbia e agora assumindo os focos eleitorais no Brasil.