01 de julho de 2022

Afterwards Aberje Trends aborda esporte como plataforma de comunicação

Segundo dia do evento online contou com a participação do ex-jogador de futebol Paulo André Benini e da tenista Bia Haddad

Segundo dia do evento online contou com a participação do ex-jogador de futebol Paulo André Benini e da tenista Bia Haddad

O Afterwards Aberje Trends, que deu continuidade de forma virtual às discussões iniciadas no Aberje Trends, trouxe, no dia 30 de junho, o tema O esporte como plataforma de comunicação. O evento teve duas mesas redondas e contou com a participação de nomes como Paulo André Benini, ex-jogador de futebol, da tenista Bia Haddad e do jornalista esportivo Erich Beting. 

A primeira mesa contou com palestra de abertura de Paulo André Benini, ex-atleta e diretor-executivo do Real Valladolid e do Cruzeiro, seguido de um debate que reuniu a tenista Beatriz Haddad Maia, o vice-presidente de Comunicação Corporativa da Arcos Dorados (McDonald’s) para a América Latina, David Grinberg e o presidente do Referência Futebol Clube, Walter Junior.

Já a segunda mesa reuniu Heloisa Rios, sócia e CEO da Universidade do Futebol, Pedro Torres, head Global de Comunicação da Gerdau, Erich Beting, jornalista esportivo e fundador da Máquina do Esporte, e Tiago Cruz, um dos organizadores da Copa Segredo dos Jogadores. Ambos debates foram mediados por Philipe Deschamps, gerente de Cultura e Comunicação Corporativa da State Grid Brazil.

A importância da massificação do esporte 

Ao iniciar, Paulo André Benini comentou como as empresas que acreditam no esporte como plataforma de comunicação e forma de fortalecimento de suas marcas podem contribuir para a nova estrutura do futebol brasileiro. “O esporte tem um valor muito grande em nossas vidas. Não só como torcedores, mas, principalmente, na construção de quem somos. Tudo o que eu aprendi na vida, aprendi praticando esporte”, disse. “O esporte, pra mim, não foi só uma ferramenta de desenvolvimento do meu corpo, da minha técnica, mas principalmente um grande desenvolvedor da minha mente”, completou.

Benini conta que desde que voltou ao Brasil, em 2009 – ele jogou na França de 2006 a 2009 –, percebeu que o futebol já estava defasado em relação ao que se praticava na Europa ou em outras partes do mundo. “Naquele momento, o sonho era que essas empresas pudessem extrapolar as narrativas dos heróis e dos vilões que são tão conhecidos no esporte de alto rendimento e que pudessem não só investir, mas apoiar, com as suas plataformas, a massificação das práticas esportivas como um pilar fundamental do desenvolvimento humano no país. Uma ferramenta de educação, de inclusão social, de melhora da saúde e para a qualidade de vida da população. As empresas e seus líderes que conseguem perceber o valor do esporte, tem muito a ganhar, dentro desse cenário”, acentuou Benini. 

Investindo nos esportes

Um exemplo de empresa que investe no esporte é o McDonald’s, ao patrocinar eventos esportivos como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, clubes, entidades e atletas, além do Paraesporte. David Grinberg, da Arcos Dorados, comentou como se dá a utilização do esporte como ferramenta da marca McDonald’s no Brasil. “Estamos envolvidos com o esporte porque entendemos que somos parte da vida cotidiana das pessoas. Procuramos evoluir junto com os hábitos da sociedade em todos os aspectos”, disse.

“Observamos que o público dos chamados eSports, por exemplo, que são os jogos eletrônicos, tem tudo a ver com os targets dos principais públicos-alvo do McDonald’s. Além de ser uma oportunidade para nos mantermos conectados com nossos públicos, nos abre uma grande oportunidade de negócios, sobretudo com os canais virtuais que trabalham com delivery”, revelou. “Para a área de Comunicação é uma grande oportunidade para reforçarmos as nossas mensagens institucionais. Isso porque ao compartilhar esses momentos especiais junto ao público, também se cria valor, também gera reputação e confiança. Esporte para o McDonald’s é uma plataforma prioritária dentro da nossa estratégia de Comunicação”, acrescentou.

A tenista Beatriz Haddad Maia falou sobre a importância do patrocínio para o crescimento do esporte enquanto instrumento de transformação social. “Quando a gente fala de esporte, a gente fala de uma escola da vida mesmo. São valores que não são apenas para o tênis profissional de alto rendimento, mas socialmente também; o esporte transforma a vida das pessoas”, frisou. “Assim como eu vejo um país melhor através da educação, acho que o esporte ensina muito. Uma forma de ajudar as pessoas é fomentando e ajudando projetos que já existem; o esporte forma um cidadão melhor”, completou.

Aos 26 anos, Bia acumula 12 anos de tênis e conta que sem patrocínio seria difícil chegar onde chegou. “É um gasto muito alto, seria impossível se eu não tivesse pessoas ou empresas comigo durante esses 12 anos”, revelou. “Quando a gente fala de investir não é simplesmente dar o dinheiro, é também ajudar a criar um ambiente bacana, como centros de treinamento com quadras de qualidade”, exemplificou a tenista.

Na ocasião, Walter Junior contou sobre o projeto do Referência F.C. de formação de atletas de futebol. “O Referência Futebol Clube nasceu em 2018 como uma espécie de escolinha de futebol, voltado ao alto rendimento. Morei 10 anos em Barcelona e pude beber da fonte do futebol. Lá tive oportunidade de transferir aquilo que eu estava aprendendo para as crianças de outros clubes. Foi uma experiência muito enriquecedora”.

Ao voltar para o Brasil, Junior atuou como coordenador técnico da escola oficial de Barcelona em São Paulo. “O projeto era muito grande, tínhamos toda uma metodologia vinda do Barcelona e eu ajudava a introduzir novas ideias nos treinadores. Hoje, a maioria da equipe técnica do Referência é oriunda dessa nossa vivência com a FCB”, contou. “A maior recompensa que a gente tem é poder tocar na vida de cada um desses meninos para que aprendam alguma coisa em relação à vida e poder crescer como cidadãos”, concluiu.

Esporte enquanto transformação econômica, social e cultural

A segunda mesa redonda do dia reuniu Heloisa Rios, sócia e CEO da Universidade do Futebol, Pedro Torres, head Global de Comunicação da Gerdau, Erich Beting, jornalista esportivo e fundador da Máquina do Esporte, e Tiago Cruz, um dos organizadores da Copa Segredo dos Jogadores. O debate também foi mediado por Philipe Deschamps, gerente de Cultura e Comunicação Corporativa da State Grid Brazil.

Na oportunidade, Heloisa Rios, da Universidade do Futebol, contou como o futebol entrou em sua vida. “Eu acredito que a formação de um ser humano vem da família, da escola e dos esportes. João Paulo Medina, criador da Universidade do Futebol, dizia que o esporte aqui no Brasil precisa do conhecimento, da formação e que a comunicação seja diretamente atrelada à prática”, ressaltou. “Nesses 20 anos, a Universidade investiu em formação, fazendo parcerias corporativas com a Federação Paulista de Futebol, com a CBF Academy, e muito mais está por vir”.

Como potência de transformação econômica, o futebol rende hoje R$ 52 bilhões de faturamento. Segundo Heloisa, estudos mostram que o futebol atualmente já poderia estar faturando o dobro desse valor, e os estudos da Liga chegam a apontar que, no médio e longo prazo, o valor pode ser cinco vezes maior.

Por outro lado, 99% das pessoas que jogam futebol não se tornam profissionais. “A pergunta é: o que nossas marcas estão fazendo com essa responsabilidade de desenvolver o Brasil? Desse 1% que resta, pouco mais da metade dos jogadores profissionais de futebol no Brasil ganham até um salário mínimo. Existe muita oportunidade de nos conectarmos com o desenvolvimento de um país inteiro”, exemplificou a executiva.

E como se dá a formação de novos profissionais? Como não desperdiçar jovens talentos? Tiago Cruz, do Segredo dos Jogadores, afirmou que a participação dos pais nessa trajetória é fundamental para o desenvolvimento de um futuro atleta e contou como lidar com os familiares desses jovens atletas. “A gente vê o futebol realmente como inclusão e desenvolvimento social; a importância de ter não apenas resultados dentro de campo, mas a transformação que ocorre fora dele”, disse. “Tentamos disseminar, através da nossa plataforma, o máximo de informações e conhecimentos para os familiares para que os talentos não se percam pelo caminho. Os pais têm papel fundamental em toda a fase de formação do atleta, enquanto criança e até mesmo depois quando ele se torna um atleta”, acentuou.

Pedro Torres contou como a Gerdau se conectou ao universo esportivo. “Pouca gente sabe que temos o esporte em nosso DNA. Acreditamos no esporte como um grande agente de transformação social e de geração de cidadania para as pessoas. Começamos a nos unir a instituições esportivas que tivessem propósitos muito parecidos com os nossos e alinhados à nossa estratégia de posicionamento de marca e de postura. O segundo passo foi usar o esporte como plataforma de comunicação e marca; a gente acredita na construção de projetos esportivos que possam ser transformacionais”, disse.

“Naturalmente, uma indústria de base tem os seus impactos sociais e ambientais inerentes ao negócio e a gente entendia que precisávamos nos conectar melhor com a sociedade. Encontramos no esporte um grande elo de conexão e de diálogo com a comunidade local, principalmente em Minas Gerais, onde temos parceria com o Minas Tênis Clube para os times de vôlei. Nossa parceria vai muito além do patrocínio esportivo; tem todo um trabalho de formação de atletas de base”, contou  Torres, acrescentando que a empresa também patrocina o time de futebol feminino do Cruzeiro, além de se unir aos times de base do Atlético Mineiro.

 

Ao falar sobre a evolução da comunicação esportiva, Erich Beting disse que o trabalho da mídia ficou mais difícil atualmente, mas muito mais correto. “A tendência agora é entrar numa nova evolução, também trazida pelos jogadores; por um movimento que vem de fora pra dentro; pela Universidade do Futebol, que tem qualificado muito profissional que trabalha na indústria, seja treinador, seja jornalista, seja atleta; por trabalhos de base feitos por projetos ou pela exigência do patrocinador”, analisou o jornalista.

“Temos que ter um ambiente muito mais favorável para a empresa se sentir à vontade para investir; isso está sendo possível porque estamos vivendo uma transformação e a comunicação é parte importante desse processo. Ou a instituição esportiva se adapta a isso ou não consegue sobreviver”, lançou Beting.

Assista à live na íntegra aqui: 

 

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