20 de setembro de 2019

LGBTQI+

Publicado no Linkedin em junho de 2019

Você sabe o que significam as letras dessa sigla aí no título? Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais, Queers, Intersexos e quem + chegar. Queer é uma gíria inglesa cuja tradução é esquisito, estranho. E intersexo é a terminologia para as mais de 40 variações em que uma pessoa pode nascer sem se encaixar no feminino ou masculino, de acordo com o sexo biológico.

A orientação sexual humana não é binária. Nunca foi. Nós é que fomos ensinados a enxergar o mundo de maneira limitada, considerando apenas duas possibilidades: masculino-feminino, certo-errado, assim como direita-esquerda, positivo-negativo, preto-branco. Desde cedo aprendemos a padronizar, estereotipar, estigmatizar e excluir quem não cabe na nossa classificação.

Avançamos. Homofobia agora é crime. Mas ainda temos muito trabalho pela frente. Começando pela coragem de admitir nossos preconceitos e vieses inconscientes, enfrentar nossa ambiguidade e nossas sombras. Somos o país que mais mata travestis e transexuais no mundo e, paradoxalmente, o país cuja população mais procura pornografia trans. Seguimos fazendo e compartilhando piadas que ofendem as pessoas, rindo daquilo que não tem a menor graça.

Cada pessoa tem sua orientação sexual (forma de atração afetiva e sexual), assim como sua identidade de gênero (gênero com o qual se identifica) e sua expressão de gênero (comportamentos, forma de vestir, forma de apresentação, aspecto físico, gostos e atitudes).

Não é nada fácil desconstruir preconceitos. É impossível entender ou falar sobre algo que não conhecemos sentir a dor ou ocupar o lugar de fala de alguém que vive uma realidade com a qual não temos familiaridade nem proximidade.

Mas é possível gerar empatia, entender e respeitar os outros ao sairmos das nossas bolhas, convivermos com quem é diferente de nós, ouvirmos e experienciarmos o que acontece fora das muralhas do nosso mundo binário.

Precisamos evoluir, construir um país onde todos têm seus direitos humanos garantidos e podem ter orgulho de ser quem são, sem precisar viver uma identidade secreta. Isso é coisa que só deveria existir em filme do 007.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Neivia Justa

Neivia é executiva sênior de Comunicação e Diversidade&Inclusão, com 29 anos de experiência em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Jornalista, Palestrante, Mentora e Professora de Cultura e Transformação Digital, Liderança, Comunicação Inclusiva e Gestão de Mudança. Criadora da #JustaCausa e dos movimentos #ondeestãoasmulheres e #aquiestãoasmulheres. Vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017. Top Voice 2018 do LinkedIn Brasil.

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