Bob Dylan… O Triunfo Da Comunicação Com Emoção

Robert Allen Zimmerman, conhecido como Bob Dylan por sua admiração pelo poeta Dylan Thomas, é o mais novo ganhador do Prêmio Nobel de Literatura!
Claro que a notícia trouxe bastante polêmica. Afinal de contas, Dylan concorreu com escritores de peso, como o japonês Haruki Murakami, o queniano Ngugi Wa Thiong’o, e muitos outros. Causou surpresa também o fato de Dylan ser cantor, poeta, compositor e músico principalmente. A Comissão do Nobel se pronunciou afirmando que “Dylan criou uma nova expressão poética dentro da grande tradição americana da canção.” Ponto para ele!
O fato é que essa premiação nos faz refletir sobre vários itens relacionados ao nosso tema, e nos permite tirar várias lições.
Gostei muito da colocação do escritor Jorge Ialanji Filholini, autor de “Somos Mais Limpos Pela Manhã”: “O Nobel para Bob Dylan foi uma agradável surpresa. E enfatizo: finalmente. Literatura não são apenas páginas. Palavras no papel. Literatura é oralidade – e não deve ser considerada menor.”
A oralidade carrega em si toda a emoção do falante. Quando a emoção está presente, o outro é tocado de modo mais profundo, sente-se mais envolvido, desenvolve maior interesse. A música atinge o outro de modo mais intenso do que a leitura porque carrega toda a emoção do cantor! Assim, nossa primeira lição tem a ver com nos apropriarmos devidamente daquilo que vamos comunicar. Vale avaliarmos como aquela mensagem nos toca, e nos envolvermos efetivamente na sua transmissão. Comunicação com emoção atinge muito mais!
Outro ponto interessante tem a ver com os temas que Bob Dylan trata em suas letras. Política, religião, condição humana, amor, são temas universais! Interessam a cada um de nós, que seguramente já vivemos experiências relacionadas a eles. É muito indicado sabermos qual é o interesse, a necessidade de nossos interlocutores. O outro só nos dá atenção quando entende que aquilo que falamos pode impactar em sua vida. Assim, ao construir sua mensagem, pense do ponto de vista de seu público alvo. Reflita sobre o que efetivamente pode interessar, como você pode contribuir para necessidades dele!
Vamos concluir agora trazendo uma outra lição. A oralidade tem maior potencial de gerar interesse porque estimula mais de uma área do cérebro. Quando vemos e ouvimos alguém falando, estimulamos as áreas cerebrais visual e auditiva, o que envolve mais o nosso interlocutor e aumenta sua vontade de estar conosco! A quantidade de informações é muito maior, a riqueza de dados encanta mais, e atingimos mais facilmente aquele que está interagindo conosco. Assim, sempre que possível procure estar presente junto ao seu público, use recursos visuais ricos, fale de modo entusiasmado, com voz clara e projetada.
Pois é, vale o cuidado de tentarmos aproveitar as lições de um sujeito tão surpreendente, que desde a década de 60 nos propõem perguntas, e nos diz que “a resposta está soprando no vento.”
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