04 de fevereiro de 2019

A arte de perguntar, ouvir e saber o que fazer com as respostas

Comunicação deve sempre ser papel central para verdadeiras lideranças

Vivemos tempos de mudanças radicais. Como acompanhar? Todo dia uma novidade aparece com poderes de modificar tudo que era entendido como sólido e bem posicionado. O momento de protagonismo das mídias sociais pede a tradução dos novos tempos por parte das lideranças. Mais do que isso: como não viver à deriva e, ao contrário, ser protagonista da construção do seu próprio futuro? O caminho é justamente voltar à base da comunicação, que é e sempre será a mesma: ouvir, conectar e manter o diálogo aberto.

Se o fundamento é a mesmo, no campo da comunicação o que se altera é o espaço de inovação, em que a interação por aplicativos pede também por novas estratégias de comunicação por parte dos que se propõem a ser verdadeiros líderes. Sejam líderes em pessoa, seja uma instituição que busca se posicionar como liderança em qualquer segmento.

Parece complexo, mas é até simples. Tomar a atitude de modo consistente para a manutenção deste espaço de troca franca é que são elas. Isso exige planejamento com viés de execução ágil (inclusive de adaptação, quando necessário, claro) e firme. Este é um desafio que está posto e coloca à prova aquelas pessoas ou empresas que buscam ou necessitam deste espaço para seus negócios.

É o compromisso com a verdade que reforça relações

Nesse sentido, comunicar com clareza e verdade é ainda a alma de qualquer negócio. Uma dose de agilidade em tempos modernos também é saudável neste horizonte. Criar espaços para fortalecimento de vínculos, para afirmar laços de relacionamento é outra frente que ajuda e dá lastro aos discursos. De nada adianta um belo planejamento a partir de dados, algoritmos e qualquer inovação disponível no mercado se a base não for sólida e com base na realidade e nas ações práticas.

Vamos conversar?

Esta deve ser a perguntar de todo líder e ir além: ter esta questão nas entrelinhas de suas ações. Ou seja, manter-se aberto ao diálogo e verdadeiramente atento ao que todos têm a dizer. A atenção plena aos outros significa respeito. E é através dele que se consolidam verdadeiras lideranças.

Um líder que não tiver a comunicação como elemento estratégico não pode ser, como conceito, um líder. Eventualmente, pode até ocupar uma posição que pede por uma liderança. Mas liderar, de fato, sem a comunicação no centro, é inviável.

Para liderar é preciso inspirar confiança. E gerar relações de confiança não é algo que se faz do dia para a noite. Em tempos de fakenews, vale sempre lembrar que é o compromisso com a verdade que fortalece relações. É a partir da construção da reputação, afinal, que se minimizam os impactos de notícias falsas (além de combatê-las frontalmente, claro, neste ambiente complexo e volátil que coloca as reputações como ativos ainda mais importantes nas estratégias de negócios).

Por fim, é necessário ter em mente que de nada adianta ouvir e não se mover. As mudanças do mundo pedem por movimento. A arte de perguntar, ouvir e saber o que fazer com as respostas. Isso é o que pode fazer a diferença.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Giovanni Nobile

Gerente de comunicação integrada na Unidade Assessoria de Comunicação do Banco do Brasil. Trabalhou com atendimento à imprensa no Banco, e com comunicação interna, redes sociais e imprensa na Fundação BB. Jornalista, escreveu em jornal e revista no Paraná e foi colaborador da revista Piauí. Tem dois prêmios Aberje.

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