19 de fevereiro de 2019
Romeu Bruns

No segundo post da série Quem é Quem na CEC – Comissão de Engajamento e Comunicação do Pacto Global, batemos um papo com Romeu Bruns.

Membro da CEC desde 2017, ele é assessor de Comunicação da Itaipu Binacional e é um dos membros que mais rapidamente responde as mensagens da CEC, seja por e-mail, seja pelo WhatsApp, e não apenas durante a semana. Pela agilidade e prontidão, falamos de um legítimo Jornalista, formado pela Universidade Federal do Paraná, com especialização em Gestão do Meio Ambiente pela Fundação Getúlio Vargas. Na CEC, Bruns também é Coordenador da Subcomissão de Banco de Boas Práticas, impulsionando e colocando a mão na massa na produção de materiais com esta temática.

Romeu Bruns

A vivência no mercado

Iniciei minha carreira como repórter quando estava ainda na faculdade, em 1994. Trabalhei como repórter e editor em jornais e revistas, a princípio na área de Economia e Negócios, mas aos poucos fui mudando para a área de meio ambiente e sustentabilidade. Ganhei o prêmio Esso Regional Sul em 2000 com uma reportagem sobre questões sanitárias envolvendo a cadeia de produção de alimentos no Brasil, publicada na revista Amanhã. No site O Eco, tive a oportunidade de me aprofundar na temática ambiental o que me levou também a conhecer o trabalho socioambiental da Itaipu, onde ingressei por concurso em 2007.

A atuação com o tema ODS

Na Itaipu, eu pude saber mais a respeito de diversos documentos e acordos internacionais no campo da sustentabilidade, como a Carta da Terra, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, e os Objetivos do Milênio, entre outros. Em 2012, a empresa participou em várias atividades da Rio+20 e, a partir daí, acompanhei as negociações sobre desenvolvimento sustentável que resultaram na Agenda 2030, em 2015. Para a Itaipu, foi natural aderir imediatamente a esse novo acordo global que ampliou e aprofundou temas tratados nesses documentos anteriores. Até mesmo porque várias das metas propostas nos ODS já vinham sendo trabalhadas pela empresa em sua área de influência há bastante tempo. Há poucos meses, pude aprofundar ainda mais meus conhecimentos sobre a Agenda 2030 e as metas de cada ODS em uma capacitação promovida pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (UN DESA).

A chegada no Pacto Global

Isso também se deu através da Itaipu. A princípio com a produção de material institucional sobre determinadas atividades que a empresa desenvolvia no âmbito da Rede Brasil do Pacto Global. Em 2017, após ter participado de um curso sobre comunicação da responsabilidade social corporativa e apresentar meu trabalho final à área responsável por nosso relatório de sustentabilidade, fui convidado a representar a empresa na Comissão de Engajamento e Comunicação – CEC.

A experiência com a Sustentabilidade

Tem sido bastante rico poder conhecer o trabalho desenvolvido por profissionais de outras empresas que atuam com essa temática da comunicação e da sustentabilidade, embora às vezes as responsabilidades na empresa não me permitam estar presente ou me dedicar com a intensidade que eu gostaria. Mas pude aprender bastante nesses dois anos e, inclusive, contribuir para algum intercâmbio entre determinadas áreas da Itaipu e outras organizações que participam da CEC.

A conexão dos ODS com os impactos ambientais, sociais e econômicos no mundo

Pessoalmente, eu vejo os ODS como um plano de sobrevivência para a humanidade, uma solução para o modelo de civilização que está aí e que vem dando vários sinais de esgotamento. Acho que por muito tempo o mundo da economia e dos negócios comportou-se como uma construção abstrata. Considerava, por exemplo, as questões ambientais como “externalidades”. Mas o sistema econômico se apoia no mundo natural e por isso não é possível crescer indefinidamente sem gerar desequilíbrios. Essa é uma questão que está aí pelo menos desde os anos 1970, com a publicação do livro “Os limites do crescimento”. Acho que os ODS são uma resposta a isso, oferecendo um plano para resolver os problemas sociais e ambientais que hoje afetam a maior parte da população mundial. Uma forma de promover o desenvolvimento respeitando os limites que o próprio planeta e a comunidade de vida nos impõem. Acho que as empresas e organizações que não atentarem para isso podem até ter sucesso por um tempo, mas não vão durar. E isso vale para a humanidade como um todo. Sinceramente, acredito no que David Attenborough falou como representante dos cidadãos de todo o mundo na abertura da última Conferência do Clima da ONU, a COP 24, de que a próxima extinção em massa no planeta já desponta no horizonte. E considero que as medidas para se evitar isso, até o momento, têm sido muito tímidas.

Em relação à CEC (Comissão de Engajamento e Comunicação)

Acho que a comunicação desempenha um papel fundamental em relação à sustentabilidade. Mas muitos dos conceitos e métodos ainda estão em elaboração e há muito que se avançar nisso. Daí a importância de se ter um fórum em que esses temas podem ser discutidos e as pessoas podem aprender umas com as outras, ao mesmo tempo em que profissionais de diversas empresas colocam sua experiência a serviço do Pacto Global para engajar outras organizações na Rede Brasil. A meu ver, a CEC vem evoluindo e tem sido interessante participar desse processo.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Natalia de Campos Tamura

Doutora em Ciências da Comunicação pela USP, Mestre em Educação, Arte e História da Cultura, Especialista em Gestão da Comunicação e Bacharel em Relações Públicas Pesquisadora e docente do curso de Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero e do MBA da Aberje também representa a Associação na Plataforma de Comunicação e Engajamento do Pacto Global, da ONU Desenvolve consultoria em processos de gestão da sustentabilidade e atua como facilitadora de diálogos com experiência em metodologias colaborativas de participação e estruturas libertadoras

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