15 de abril de 2020

Euromonitor divulga 10 principais tendências globais de consumo para 2020

Todo início de ano, a Euromonitor International identifica as tendências emergentes que ganharão força nos próximos doze meses. As informações permitem mapearem os consumidores – tendo um panorama geral de como o comportamento de consumo está se alterando – e, por consequência, possibilitam insights e estimulam a disrupção dos negócios com estratégias mais competitivas.

Claro que o resultado está impactado pela pandemia do coronavírus, mas ainda assim vale a leitura e a compatibilização com o cenário atual. O relatório de 2020 destaca a conveniência e controle pessoal como as principais apostas para o varejo se conectar ao consumidor. Os consumidores estão se colocando em primeiro lugar enquanto procuram maneiras de simplificar as suas vidas.

As dez tendências foram identificadas considerando suas características e manifestações, ambiente de negócios, dados de comportamento, estudo de casos sobre as indústrias estão respondendo a elas, a opinião de especialista e os impactos a longo prazo.

 

  1. Mais que humano – As pessoas começam a aceitar que robôs ou outras inteligências artificiais (IA) realizem tarefas que normalmente são feitas por humanos. Apesar da confiança total e do acesso universal a essas tecnologias ainda estarem distantes, os consumidores já adotam a IA em prol do seu próprio bem-estar, conveniência e conforto. Com isso, as empresas estão integrando as tecnologias para automatizar suas operações e fornecer soluções personalizadas. A geração Alfa, que está crescendo com a IA como parte integral de suas vidas, não distinguirá mais o digital do físico.
  2. Conquiste-me em segundos – Os consumidores ambicionam mais em menos tempo. Com tecnologia, acessibilidade e uso aprimorados, eles acessam e processam uma grande quantidade de informações, exigindo rapidez, personalização e autenticidade. Por isso, para as empresas conseguirem sua atenção é preciso que a entrega de conteúdo, produtos e serviços seja multissensorial, a mais acessível possível e em curto tempo para competir com outras demandas.
  3. Mobilidade sem limites – Os consumidores querem a liberdade de se locomover como quiserem, por isso buscam por opções de transporte modulares e personalizadas, considerando questões como tempo, custo, clima e ocasião para um trajeto sem atritos. Ou seja, eles querem planejar suas jornadas e querem atualizações em tempo real sobre a melhor maneira de ir do ponto A ao B, seja de trem, táxi, bicicleta elétrica, patinete, helicóptero ou uma combinação de todos esses meios.
  4. Inclusão para todos – As empresas estão reformulando seus produtos e serviços para serem mais acessíveis para todos, representando indivíduos além do convencional e ajudando a reduzir o preconceito relacionado a diversidade e diferenças. As marcas estão respondendo a uma pressão social que exige mudanças e estão dando passos rumo à autenticidade e inclusão, colocando a acessibilidade no centro do desenvolvimento de novos produtos.
  5. Cuidando de mim mesmo – A saúde mental é a prioridade das pessoas em 2020. Elas estão procurando produtos que possam atender às suas necessidades específicas de bem-estar e as ajudem a evitar os efeitos psicológicos como estresse, preocupações e falta de sono. Estímulos responsáveis e bem-estar mental serão a nova regra à medida que os consumidores procuram sua ‘felicidade holística, reformulando o futuro da socialização.
  6. Casas multifuncionais – Períodos de incertezas econômicas, políticas ou pessoais atraem os consumidores para os confortos de seus lares. Embora essa tendência não seja nova, é a primeira vez que os consumidores, de fato, não precisam sair de suas casas. Essa facilidade de poder fazer tudo direto do lar – trabalhar, comprar, se exercitar, se divertir e outras atividades – está mudando os hábitos das pessoas, gerando o consumo em domicílio. Essa mudança ocasionará um impacto profundo e extenso nas indústrias, no sistema de distribuição, etc.
  7. Personalização privada – Os consumidores querem que as marcas customizem seus produtos e serviços, mas, ao mesmo tempo, estão preocupados com a forma com que seus dados pessoais são captados, usados e compartilhados. Apesar de algumas marcas já estarem limitando dos tipos de informações que coletam, outras estão tentando definir novos padrões e atrair os consumidores que preferem ficar fora do radar. Essa tendência sinaliza que, provavelmente, muitos consumidores ficarão de fora das experiências fabricadas digitalmente por consideraram que elas não agregam valor.
  8. Orgulhosamente local, ganhando o mundo – Os consumidores estão retornando às suas origens, às suas raízes. As marcas de nicho começam sua jornada acentuando suas credenciais locais, colocando-as em primeiro plano nas mentes dos consumidores. As multinacionais estão se tornando mais sofisticadas ao moldar seus produtos de acordo com os gostos e preferências locais, sem perder a identidade central de sua marca. Sintonizar-se à essa tendência é uma estratégia de negócio imprescindível para ganhar e manter a fidelidade dos clientes.
  9. Revolucionários da reutilização – O melhor aproveitamento dos nossos recursos, de modo a diminuir o desperdício e os impactos ambientais, está não está mais latente. Novos modelos de negócios circulares visam oferecer mais utilizando menos por meio de compartilhamento, reutilização, reposição e aluguel. A conscientização ambiental e o consumo ético impactam, especialmente, as gerações mais novas que dão prioridade para experiências e não para a posse. As marcas que evitam a geração de resíduos chamam a atenção de consumidores mais éticos que estão adotando a sustentabilidade por meio de produtos mais duradouros.
  10. Queremos ar puro por toda parte – O impacto da poluição do ar na saúde está afetando as escolhas dos consumidores. Há uma pressão popular, e, alguns casos, encabeçada pelo governo – como o aumento das temperaturas, para adoção de medidas que visam salvar o planeta de um possível desastre ecológico. As marcas estão se ajustando para impactar os consumidores conscientes que defendem cidades limpas e um mundo livre de carbono.
Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Rodrigo Cogo

Rodrigo Cogo é o curador do Sinapse Conteúdos de Comunicação em Rede e responsável pela distribuição digital dos canais integrantes da plataforma. Formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria, é especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Mestre em Ciências da Comunicação, com estudos voltados para a Memória Empresarial e Storytelling, ambos pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (SP). Atuou na Aberje por 14 anos, passando pelas áreas de Conteúdo, Marketing e Desenvolvimento Associativo e tendo sido professor em cursos livres e in company e no MBA da entidade por 10 anos. É autor do livro "Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação".

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