28 de outubro de 2021
BLOG CI.ON: Comunicação Interna

Como a Análise de Redes Organizacionais ajuda as organizações a transformarem as suas redes de comunicação interna

 

Vivemos num período de transformação acelerada das organizações. Transformações orientadas a modelos de trabalho híbridos, flexíveis e fundamentalmente em rede. Neste contexto, a Análise de Redes Organizacionais (do acrônimo ONA em inglês) e uma disciplina considerada parte das ferramentas do people analytics que aplica técnicas da ciência de redes para revelar os mapas dinâmicos da comunicação dentro das organizações, tornando visível os fluxos de troca de informações, conhecimentos, ajuda mútua, empatia e criatividade independentemente do cargo ou canal de comunicação formal.

Imagine poder materializar os fluxos de comunicação dentro e entre áreas, criar segmentações a partir do cruzamento de atributos tais como conhecimentos específicos, gênero e interesses em comum, e identificar quem são os influenciadores dentro de cada segmentação utilizando o poder das suas redes informais para levar as mensagens na capilaridade da organização. São inúmeras as aplicações que a ONA tem para os profissionais de Comunicação interna, sobretudo num contexto onde é preciso navegar nas redes de organizações complexas.

Um modelo de assessment rápido das redes de comunicação

Nos últimos dez anos, junto com a minha equipe, aplicamos um modelo proprietário de mapeamento das redes de trabalho chamado “Modelo da Pirâmide do Trabalho em Rede” (García, HBR, 2011) o qual é conduzido por meio da ferramenta LivingTeamwork. Ele aborda três dimensões de relacionamento estratégicas em toda organização: cooperação, energia e inovação. Para cada uma destas dimensões, o modelo mensura os níveis de coesão, reciprocidade e centralidade da rede organizacional, além de apontar para a posição estrutural (nível de influência de rede) que cada colaborador possui independentemente da sua posição formal.

A evolução das redes de comunicação na CTG Brasil

O caso da CTG Brasil – umas das líderes em geração de energia limpa no País – sintetiza como a Análise de Redes Organizacionais pode auxiliar os gestores a conduzir diversas ações de comunicação e transformação organizacional a partir do conhecimento dos fluxos de relacionamentos entre colaboradores, sendo grande parte deles de caráter informal. Com desafios comuns a muitas organizações de grande porte (tais como a integração cultural após fusões e aquisições, o estímulo de redes mais diversas e flexíveis, e a rápida adaptação às grandes mudanças de contexto como a Pandemia), os gestores da CTG Brasil souberam estimular as redes de cooperação, energia e inovação mapeadas em 2019, levando em 2020 a uma melhoria significativa em todos os indicadores de trabalho em rede projetados, com destaque para a criação de novas “pontes” com diversidade de atores.

Como? A partir do conhecimento dos fluxos e o engajamento de influenciadores internos capazes de levar a mensagem e de contagiar comportamentos alinhados com a estratégia da empresa. A imagem acima sintetiza a transformação das redes de relacionamento na empresa de 2019 para 2020, revelando a criação de novas conexões de cooperação que levaram à companhia a se tornar mais coesa, recíproca e diversa. Em outras palavras, a trabalharem mais em rede.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Ignacio Garcia

Ignacio García é um antropólogo digital e organizacional argentino, radicado no Brasil. Conta com mais de 10 anos de experiência global no mapeamento e desenvolvimento das redes de stakeholders internas e externas de organizações tais como: OMS, World Bank, Coca Cola, Mondelez, Natura & Co., Warner, Vivo/Telefônica, Yara, AES, GSK, Abbott, Klabin, Roche, Novartis, Abbott, Braskem, CTG e EDP, entre outras. Em 2011 (co)fundou a Tree Intelligence, empresa especializada em inteligência de redes, e idealizou as tecnologias SaaS de mapeamento LivingTeamwork e LivingStakeholders hoje líderes na região nos seus respectivos segmentos de aplicação.

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