18 de dezembro de 2015

Uma aula de inovação em comunicação interna e engajamento para responsabilidade social

Em um encontro realizado pela SAP e Aberje, nos dias 7 e 8 de dezembro, a discussão se deu entorno da Comunicação Interna e Responsabilidade Social. A ideia central foi agrupar um conjunto de informações qualificadas sobre a forma como se estruturam e atuam cada uma das duas áreas. 

Luciana Coen, diretora de Comunicação Corporativa da SAP e anfitriã do encontro, escreveu um artigo em inglês em seu LinkedIn comentando alguns das principais questões que fizeram parte da conversa. Confira abaixo a versão em português.

 

Uma aula de inovação em comunicação interna e engajamento de voluntários para responsabilidade social

por Luciana Coen

 

A Comunicação da Empresa com seus Funcionários nunca enfrentou tantos desafios. É papel de um bom líder saber se comunicar e cascatear as informações a todos

 

Dia 1 – Mesa redonda em Comunicação Interna com SAP e seus clientes, um projeto da Aberje

Semana passada tive o privilégio de participar de um dos melhores eventos de Corporate Affairs em que já fui. Foram dois dias de imersão em debates que incluíram tanto melhores práticas quanto compartilhamento de grandes desafios. Os convidados eram diretores de Comunicação e Sustentabilidade de clientes da SAP – Natura, FIAT, Alcoa, Volkswagen, Bayer, Dow, VALE. A mesa, para pouquíssimos convidados, foi organizada pela Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), em seu escritório em São Paulo. Os dois dias contaram com dois facilitadores gráficos (Casa Locomotiva) que mostraram, por meio de desenhos, os temas que vieram à tona.

A Comunicação com funcionários de uma empresa não é mais a comunicação interna. Foi com esta constatação, que muda consideravelmente a visão de ferramentas e desafios de um gestor de comunicação da área, que se abriu um dos dias mais gratificantes pelos quais passei em minha carreira profissional.

Foi em uma segunda-feira típica paulistana, cidade acelerada, intensa, que ocorreu um rico debate sobre Comunicação Interna desenvolvido para a SAP com diretores de comunicação de grandes empresas. Preparação, impecável, da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje).

“O termo Comunicação Interna não funciona mais”, afirma Renato Acciarto, diretor de comunicação da montadora alemã Volkswagen. De fato, comunicação com colabores não é interna, por duas razões centrais. Primeiro, porque muitos funcionários não ficam mais dentro do escritório o tempo todo. Mesmo aqueles que trabalham em fábricas, tem seus momentos em casa e podem precisar receber informação da empresa.

A segunda razão merece ainda mais atenção: a informação hoje é muito mais dinâmica e há mais canais de comunicação. No jargão jornalístico, diríamos que a informação “vaza” com muito, muito mais frequência. E não é porque as pessoas não prestam atenção ou têm qualquer tipo de má intenção. A cultura hoje é outra. A informação é mais democrática. É para todos. É preciso saber consumir.

Por estas duas razões, nós, comunicadores, temos de pensar a informação interna como informação pública. Parte de uma estratégia para comunicação com colaboradores remotos pode ser um canal no YouTube. A linguagem é acessível. Mas sim, vai estar aberto para quem tiver o link. E qual é o problema? A mensagem para colaboradores, também externa, pode ser uma poderosa ferramenta para atração de novos funcionários ou construção da reputação da marca. Uma boa comunicação com colaboradores pode, sim, ajudar a reduzir o turn over em uma empresa. Transparência é a palavra-chave, aqui.

E porque não também fazer vídeos para serem enviados para os celulares dos colaboradores, por Whatsapp? É fato que memes, Vimes e vídeos para sistemas de mensagens por celular são mais vistos e ganham mais atenção das pessoas do que banners convencionais em sites. Pode vazar? Pode cair no celular de um cliente? Ou parceiro? De novo, esta pode ser uma boa ferramenta de branding. Por que não? Branding e comunicação corporativa precisam cada vez mais caminhar juntos, em uma única estratégia. (Não foi à toa que convidei o time de Branding da SAP para assistir a este debate. As contribuições deles e insights foram super valiosos.)

Comunicação de crise para funcionários, desafios na implementação de novas ferramentas com tecnologia móvel, mídias sociais e a competição com a avalanche de informações às quais todos estão sujeitos foram outros temas divididos por este grupo. Estavam sentados à mesa de debates diretores de comunicação das seguintes empresas, além de Volkswagen e SAP, Dow, Bayer, VALE and Alcoa.

Outra sessão especial neste incrível dia para amantes da comunicação foi a inédita apresentação da Start Up especializada em engajamento Santo Caos. Seus sócios apresentaram um estudo interessantíssimo sobre a importância da inclusão e engajamento de minorias nas companhias por meio de atividades de liderança, comunicação e Recursos Humanos. Em realidade, de acordo com este estudo, as minorias LGBT, mulheres, PcDs (pessoas com deficiência) e outros, tais como grupos raciais ou religiosos, juntos, são a maioria. Ter certeza de que a comunicação está engajando estes grupos também é nosso papel.

 

Dia 2: Responsabilidade Social Corporativa

Com um plateia de voluntários e profissionais de comunicação e relações governamentais, o segundo dia de debates na Aberje foi também sensacional. Os clientes Natura – que tem sustentabilidade em seu DNA – e FIAT vieram contar suas histórias e desafios e ouvir os desafios em CSR na SAP.

Super relacionado ao tema Comunicação com Funcionários, engajamento de voluntários é um dos desafios enfrentados pelas três companhias. A SAP, no entanto, tem conquistado bons resultados em Voluntariado usando uma estratégia que abraça duas frentes: forte engajamento de liderança (tomando todos os cuidados necessários, pois voluntariado na SAP não é obrigatório. A afirmação pode parecer paradoxal mas há empresas que têm esta prática.) e aplicação de horas voluntárias (Skilled Based Hours) relacionadas ao conhecimento do profissional.

Este último é fundamental para engajamento, já que entre os benefícios desta troca de conhecimento está o desenvolvimento de habilidades para funcionários. “Além de ser uma atividade que traz muito prazer, ela pode estar relacionada com habilidades que o funcionário precisa desenvolver para sua carreira. É uma troca muito bacana.”, afirma Natália Tamura, facilitadora e moderadora no painel da Aberje.

Projetos inspiradores, como os da gigante brasileira de cosméticos Natura e o Árvore da Vida, com forte lado cultural, da FIAT, são a base para engajamento de pessoas, dentro e fora da comunidade da empresa. A mensuração de projetos sociais também pode contar com forte apoio da tecnologia, com ferramentas que ajudam a analisar informações sobre famílias a partir de índices de desenvolvimento da sociedade que cada organização utiliza.

Natura e SAP têm em comum projetos na Amazônia, como apoio à empresa de base comunitária na comunidade do Juruá, no Amazonas. A Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que apoia 9 mil famílias vivendo em comunidades ao longo do Rio Negro (o Juruá é uma delas), utiliza o SAP Lumira, ferramenta analítica, para avaliar o impacto de projetos e desastres naturais, tais como enchentes na região. (Leia mais aqui.)

Tanto SAP quanto Natura e FIAT possuem importantes projetos na área de CSR. As três têm algo em comum. Sabem que o único caminho para a sobrevivência em longo prazo é inovar. E a única maneira de dar suporte à inovação é ter a coragem de tomar riscos e sempre considerar os pilares da Sustentabilidade.

*As duas sessões contaram com a facilitação gráfica da Casa Locomotiva, que retratou os desafios e dilemas de comunicadores e gestores de CSR com bom humor e inovação.

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