01 de agosto de 2019

Três em cada dez brasileiros acreditam que país nunca deve violar a lei internacional de direitos humanos, revela pesquisa Ipsos

Três em cada dez brasileiros (31%) acreditam que o país nunca deve violar a lei internacional de direitos humanos, aponta a pesquisa global “The Age of Impunity? Global atitudes to human rights”, da Ipsos. O Brasil é o quinto país menos concorda com a questão. O índice está um pouco abaixo da média global, de 38%.

A Coreia do Sul é o país que menos concorda com a questão, com 13%. Em seguida estão: Malásia (22%), Japão (24%) e Estados Unidos (28%). Por outro lado, a Polônia é o que mais acredita que a lei não deve ser violada, com 58%, seguido por Hungria e Espanha, ambas com 49%.

Para 22% dos brasileiros, a lei internacional de direitos humanos pode ser quebrada em circunstâncias extremas. Para 20%, a lei deve ser levada em conta e 5% acreditam que pode ser ignorada.“A pesquisa mostra que a percepção Brasil é bastante parecida com a global e que muitos acreditam que os direitos humanos possam ser violados. Esse resultado aponta que uma grande parte da população ainda não entende sobre o tema e que existe uma distorção histórica sobre o conceito, que deveria ser corrigida se houvesse mais espaço para o debate” avalia Marcos Calliari, CEO da Ipsos no Brasil. 

DIREITOS HUMANOS – Quando questionados sobre o que deve ser mais importante para os líderes brasileiros ao decidir sobre as relações com outros países, 39% dos entrevistados do Brasil citaram os benefícios econômicos. Em seguida estão: benefícios de segurança (32%) e impacto ambiental no país (25%). Os direitos humanos aparecem com 22%, empatados com ‘se o país é ou não uma democracia’ e ‘se o país obedece ou não as leis internacionais’.

África do Sul (65%), Malásia (63%) e Coreia do Sul (61%) são os países que mais valorizam os benefícios econômicos. Globalmente, as questões consideradas mais importantes são bem próximas do Brasil, com benefícios econômicos em primeiro lugar, com 44%. Complementam o ranking dos primeiros lugares: benefícios de segurança (40%), direitos humanos (30%) e se o país obedece ou não as leis internacionais (30%). “Os benefícios considerados mais importantes pelos brasileiros mostram como os direitos humanos não são prioridade na opinião da população. Enquanto eles são considerados muito importantes na Suécia, Hungria, Grã-Bretanha e Canadá, no Brasil, a questão aparece apenas em 4º lugar, empatada com outras, e ainda abaixo da média global, de 30%”, aponta Calliari.

INTERVENÇÃO – A pesquisa mostra que 36% dos brasileiros acreditam que o Brasil deve ter papel ativo e deveria intervir para impedir que outra nação continue a cometer crimes de guerra. Globalmente, 41% acreditam que o seu país deveria intervir. A Índia possui o índice mais alto, com 66%.

O estudo também aponta que quatro em cada dez brasileiros (41%) acreditam que outros países devem intervir para impedir crimes de guerra, mesmo que isso viole a soberania da nação em questão.

O Japão é o país que menos concorda com a afirmação (31%). O Brasil está empatado com México e Argentina. Por outro lado, a Polônia é a nação que mais concorda com essa situação (67%), seguida por Índia (65%) e África do Sul (63%).

Para 40% dos brasileiros entrevistados, as forças armadas devem sempre evitar baixas civis e seguir as regras de guerra antes do interesse nacional do Brasil. O índice global é de 53%. O Japão é o país que menos concorda com essa questão, com 36%. A Turquia é a nação que mais concorda com essa afirmação, com 74%, seguida de Polônia (66%) e Índia (65%).

A pesquisa online foi realizada com 17 mil entrevistados em 24 países, incluindo o Brasil, entre 19 de abril e 3 de maio de 2019. A margem de erro para o Brasil é de 3,1 p.p.

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