30 de agosto de 2019

Sabesp investe R$ 1,5 bilhão para sanear e despoluir bacia do Pinheiros

O  Governo  do  Estado e a Sabesp lançaram um pacote de obras de aproximadamente R$ 1,5 bilhão com o objetivo de  devolver  o  rio Pinheiros limpo para a população até 2022. O Novo Rio Pinheiros,  que  é  uma  das  prioridades  do  Governo de São Paulo, prevê intervenções  nas  áreas  de  todas as sub-bacias dos grandes afluentes do Pinheiros,  onde  vivem  cerca  de 3,3 milhões de pessoas, incluindo ainda ações   socioambientais  para  engajar  a  população  na  recuperação  dos cursos-d’água da região.

As  ações  serão contratadas com base em performance, uma forma moderna de contratação  de  serviços que define indicadores e metas a serem atingidaspelas  empresas,  com  a  remuneração variando de acordo com o atingimento destes  objetivos  propostos  pela Sabesp. Ou seja, não haverá remuneração apenas  pelas  obras físicas, mas também uma variável pelo resultado final obtido.  Para avaliar a performance, serão consideradas metas como o total de novos imóveis conectados à rede e a qualidade da água do córrego. “Essa é uma quantia bastante expressiva para a contratação de obras para a despoluição  do  Pinheiros.  Nosso  compromisso é entregar o rio limpo até 2022, em condições adequadas, de acordo com os padrões internacionais, com ações  que  serão  feitas também nas sub-bacias. Não tenho medo de colocar esse  prazo,  tenho  convicção  de  que  vamos  chegar  a esse resultado”, comentou o governador do Estado de São Paulo, João Doria.

Para  isso  foi  feito  um  completo  mapeamento  de  toda  a  área  com a localização  das  ligações de esgoto que precisam ser feitas. O mapeamento identificou   cerca  de  500  mil  imóveis  que  deverão  ter  seu  esgoto encaminhado  à estação de tratamento, sendo que 73 mil destes precisam ser conectados  às  redes  de  coleta.  Foram  lançados 14 editais nas últimas semanas  para a contratação das empresas interessadas na realização dessas obras.

Outra  novidade  no Novo Rio Pinheiros é a adoção de inovações em áreas de urbanização  informal,  onde  o esgoto acaba lançado nos córregos porque a ocupação  não  deixou espaço para a instalação da infraestrutura de coleta dos  esgotos. Nesses locais, a Sabesp estuda, entre outras possibilidades, implantar  estações  especiais  que  vão tratar o próprio curso-d’água que recebe  o  esgoto. O edital para a contratação dessas soluções diretamente nos córregos está previsto para ser lançado em setembro. “Nós  já  avançamos  muito  no  Projeto  Tietê  e agora estamos focados no Pinheiros.  Estamos trabalhando de forma integrada e a Sabesp tem a função de  limpar os afluentes do Pinheiros para que não haja poluição nesse rio. Vamos  inovar,  porque  temos que tratar a situação das áreas informais, e faremos  isso  com  uma estação de tratamento diretamente colocada no rio. Outra novidade, agora administrativa, são as contratações por performance, nos  concentrando  no  resultado.  É um trabalho muito grande, mas estamos muito  firmes  para  que em 2022 tenhamos um rio Pinheiros limpo”, disse o presidente da Sabesp, Benedito Braga.

A  proposta de trabalho também inclui ações socioambientais para engajar a população na recuperação dos cursos-d’água. Serão realizadas palestras com temas ligados à ecologia e mostras sobre o andamento e o legado das obras. Entre  as  áreas  que  receberão  investimentos maciços estão as bacias do Pirajuçara,  Jaguaré,  Cachoeira,  Guido Caloi, Cordeiro e Água Espraiada, entre  outras.  Além  de  contribuir  para  a  melhoria do rio, o Novo Rio Pinheiros  vai beneficiar diretamente 3,3 milhões de pessoas que moram nas imediações  (o  equivalente  à  metade  da  população  da cidade do Rio de Janeiro),  com melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente, e será um incentivo  à  economia paulista, com a criação de empregos e renda. Só nas obras  da  Sabesp  do  Novo  Rio  Pinheiros  serão  criados cerca de 3.700 empregos diretos e indiretos.

ENGAJAMENTO – O  Novo  Rio  Pinheiros  é  uma ação realizada pela Sabesp e outros órgãos estaduais coordenados pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente. A despoluição  requer  também a participação efetiva da população, seja para se   conectar   à  rede  de  esgoto  já  existente,  seja  para  descartar adequadamente  o  lixo.  Jogado  na  rua, o lixo vai parar nas galerias de drenagem da água da chuva e nos córregos, contribuindo para a poluição.

O  Novo  Pinheiros  atua  em  conjunto com outros programas da Sabesp e do Governo  de São Paulo para despoluir o rio e devolvê-lo limpo à população. Um  deles  é  o programa Córrego Limpo, iniciado em 2007 em parceria com a Prefeitura  de São Paulo para melhorar a qualidade da água dos mananciais, rios  e  córregos  da capital. Através dele, já receberam intervenções 152 córregos. Além do meio ambiente, os benefícios chegam às pessoas que moram próximas   dos   cursos-d’água  por  meio  de  adequações  no  sistema  de esgotamento sanitário, limpeza, manutenção e educação ambiental.

O Projeto Tietê, que também engloba o Pinheiros, foi iniciado em 1992 para a  criação  de  infraestrutura  para  coleta,  transporte  e tratamento de esgotos. Desde o seu início, a mancha de poluição do rio Tietê diminuiu de 530  km  para  122 km, uma redução de 77%. Os dados são auditados pela SOS Mata  Atlântica.  Com investimento de US$ 3 bilhões no projeto, mais de 10 milhões  de  paulistas  passaram  a  ter coleta e tratamento de esgoto com estas obras, com a coleta passando de 70% para 87%, e o tratamento, de 24% para 70%.

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