21 de junho de 2017

Preparo e mudança

Preparo e mudança

Mudança causa o preparo ou o preparo causa a mudança? O estar preparado gera acomodação ou o preparo gera necessidade de sair da zona de conforto? Por que para o que nos preparamos?

Na minha experiência, o ponto de partida do preparo vem da decisão de atingir uma meta. Por isso, sempre faço o paralelo com uma viagem. Uma vez decidido o destino, isso dispara o processo de planejamento. Mas de onde vem essa decisão?

Veja bem, estou falando de decisão, não de vontade. Apesar da vontade fazer parte do processo de decisão, quantas vontades você já reprimiu durante sua vida? Algumas, logicamente, você faz muito bem em reprimir, como aquela vontade estrangular aquele cara chato. Mas estou falando de desejos bons, como fazer aquele sabático, viajar para a Indonésia, fazer um curso de paraquedismo, voltar a estudar, aprender um novo idioma. Você contorna tudo isso só com a frase “agora não dá” e guarda na gaveta do esquecimento, deixando encher de poeira e, às vezes, guardando a frustração e o ressentimento de mais tarde dizer “eu deveria ter feito”?

A acomodação, preguiça e o medo são três grandes inimigos da decisão. Acomodação e preguiça andam juntas para agarrar você na zona de conforto e não deixar você sair ou mudar. E a quantidade de desculpas geradas por esses dois personagens frequentes em sua história são infindáveis. Tudo termina em “quando eu (…), aí eu faço”. Preencha a lacuna com sua desculpa favorita.

E o medo? Ah, o medo… Medo de errar, medo do futuro, medo de não conseguir, medo de desperdiçar seu tempo, medo do dinheiro não dar, medo de ir, medo do que vai encontrar. Já a decisão de mudar, fazer diferente, fazer algo novo, exige coragem, força, persistência e normalmente muito trabalho.

Após a decisão vem o planejamento. Na experiência de um grande amigo meu que foi dar a volta ao mundo de motocicleta sozinho, ele teve meses de planejamento em cima de planilhas infindáveis, desde preços de combustível em todos países que iria passar, tempo, condições meteorológicas, até saber quais países mais perigosos e quais precauções deveria tomar. Ele conta que depois que subiu na moto e iniciou a viagem, nunca mais olhou para a planilha. Ela foi fundamental para definir que a sua aventura era viável, mas houve e em todo projeto haverá muitos desvios na rota e não existe bola de cristal que englobe todos os imprevistos. De qualquer forma, sair andando por aí sem saber para onde está indo, você nunca vai saber se está na direção certa ou se chegou a seu destino.

Após a superação dessas duas fases, mãos à obra aí se inicia a preparação. Posso ir para a maratona de New York sem preparo físico e emocional? Só se for para assistir e não participar. Posso fazer uma apresentação em inglês sem me preparar? Talvez, se conhecer muito bem o assunto e dominar bem o idioma, sem problemas, mas isso significa que você já estava preparado.

Como me preparo para minha jornada? Escolho o destino, planejo a rota, decido como vou, adquiro os recursos necessários e me preparo técnico, físico e emocionalmente. Lembrando que não precisa fazer isso sozinho. Procure sempre quem conhece bem o caminho e peça ajuda. Se na sua jornada a segurança no segundo idioma é importante, venha falar comigo, essa trilha eu conheço bem e posso orientar sua preparação.

Deixo com você uma frase famosa e de grande valor que é “Vai! E se der medo, vai com medo mesmo”.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Rolf Helmuth Goldberg

Sócio e Chief Operations officer Paradigm Language Support. Sua empresa já orientou executivos em mais de 500 empresas com necessidades multiculturais. Iniciou seus estudos sobre andragogia em 1986 quando ainda estava na Faculdade de Psicologia na Universidade Gama filho. Desde 1994 trabalhando na área de educação executiva, como palestrante e consultor responsável pelo desenho da política e gestão de programas de treinamento, assessment e orientação de executivos.

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