30 de janeiro de 2019

Miscigenação, e-Sports, assistentes de voz e multiplicação do streaming estão entre principais tendências de consumo 2019

O consumidor passará os próximos meses em uma espécie de turbilhão, entre uma disrupção tecnológica cada vez mais rápida e o desejo de reivindicar sua própria personalidade e valores. Esta é uma das principais conclusões apontadas no relatório elaborado pela Área de Consumer Engagement da LLORENTE & CUENCA, consultoria associada da Aberje, que convida as marcas a adaptarem-se a um ambiente em constante mudança e a um consumidor cada vez mais exigente.

Assim, este estudo reúne uma primeira projeção sobre quais serão as tendências que se desenvolverão em 2019 e como as marcas devem reagir diante dos novos interesses dos consumidores. Entre elas, destacam-se a importância da experiência do consumidor, o uso de plataformas de eSports e os serviços de streaming, o reconhecimento de voz e a sustentabilidade Open Source como elementos a serem considerados na relação entre consumidores e marcas.

David González Natal, Diretor Sênior da Área de Consumer Engagement da LLORENTE & CUENCA e responsável por este relatório, afirma que “à medida que a ruptura tecnológica nos impulsiona a uma acelerada corrida em busca da transformação, a humanidade também parece, mais do que nunca, agarrar-se ao solo para reivindicar a importância do que somos e de nossa relação com o meio em que vivemos”.

A seguir, são apresentadas algumas das principais tendências para 2019:

  1. Customer Experience: Segundo o relatório, a experiência do consumidor será um elemento crucial em seu relacionamento com as marcas. Apesar dos avanços da tecnologia, o atendimento atencioso ao cliente continua sendo a chave para o sucesso. Aquelas empresas que ousarem oferecer, nos próximos anos, não apenas uma experiência de compra bem-sucedida, mas uma experiência de comunicação mais íntegra em cada um dos pontos de contato, serão aquelas que conservarão a lealdade de seus consumidores e ganharão novos clientes.
  2. O consumidor miscigenado: Estamos diante de um consumidor que reivindica fortemente a sua identidade individual por meio do consumo de produtos e serviços baseados em conceder originalidade. Essa tendência nasce diante da perda do sentido da individualidade, gerada, por um lado, pelos rápidos efeitos da globalização que direcionam o mundo a uma homogeneização social e cultural e, por outro, pela lenta permeabilização do conceito de diversidade. O consumidor miscigenado compartilha abertamente seu desejo de exaltar sua própria identidade a partir da experimentação no consumo e as marcas devem encarar este desafio satisfazendo esta inquietude.
  3. O reinado da voz: Dispositivos de reconhecimento de voz, como a Alexa, da Amazon, o Google Assistant e a Siri, da Apple, também se destacam como ferramentas a serem consideradas no estabelecimento de comunicações publicitárias, pois estão se tornando a maneira preferida como milhões de usuários interagem com seus dispositivos eletrônicos. O futuro reinado da voz deverá se consolidar, superando a fase da promessa na geração de conteúdo de interesses e na conexão real e integrada com os demais dispositivos.
  4. eSports em toda parte: Os eSports se consolidaram como um dos motores econômicos que somam audiências milionárias. Não é segredo que o boom dos eSports se tornou protagonista em 2018 e continuará a crescer nos próximos anos. Marcas, empresas e celebridades uniram-se ao fenômeno do mundo dos esportes eletrônicos, transformando este vínculo, mais que em uma tendência, em uma necessidade.
  5. A guerra do streaming: As mudanças no consumo de conteúdo vêm determinadas pela geração on-demand e afetam o modelo de negócios de diversos setores, desde o de telecomunicações até o do entretenimento. Os talentos tradicionais de Hollywood estão buscando uma maior presença em streaming para se reposicionarem como marcas, já que as estrelas do YouTube estão superando-os em termos de reconhecimento público. A guerra pela atenção dos usuários dessas plataformas causará uma forte pressão sobre o preço e impulsionará a criação de conteúdos diferenciados e formatos mais inovadores. Os principais ganhadores desta guerra serão os produtores de conteúdo, uma vez que os custos de licenciamento destes prometem disparar.
  6. Rethink “social”: Da mesma forma, o relatório enfatiza o paradoxo enfrentado pelo consumidor atual, que deseja permanecer na vanguarda tecnológica e implementá-la em seus hábitos de compra, mas que também necessita que isso não afete de forma excessiva sua forma de interagir com o mundo. As marcas devem, portanto, conceber maneiras que permitam que as suas comunicações, além de gerar valor, não sejam invasivas e façam o consumidor sentir que seu bem-estar psicológico está acima de todos os objetivos comerciais.
  7. Marcas “change makers : As marcas cidadãs caracterizam-se por terem um propósito claro para melhorar o mundo de uma maneira relevante para seus negócios e por estarem comprometidas com crenças e ideologias. Muitas dessas empresas possuem políticas operacionais internas ativas e ações de responsabilidade social e sustentabilidade com as quais contribuem para esses propósitos. É cada vez maior o número de marcas (Nike e Gillette são exemplos recentes) que se posicionam diante de questões sociais fundamentais e que não se importam em gerar controvérsias, desde que o que elas dizem esteja alinhado a seus valores.
  8. Novos adultos: Os millennials estão, progressivamente, se tornando os “novos adultos” e enfrentam desafios de uma perspectiva muito diferente da geração anterior. A partir de seu papel como consumidores, estes novos adultos se veem imersos em diversos modelos de consumo que afetam seu cotidiano, como o trabalho remoto ou o desenvolvimento do e-commerce. Os novos consumidores buscam, constantemente, converter suas pressões e responsabilidades em algo mais fácil de gerir. As marcas e empresas podem criar recursos para “facilitar” o dia a dia dessas gerações, criando novas ferramentas, produtos, serviços, experiências e modelos de consumo.
  9. Sustentabilidade Open Source: Os consumidores estão cada vez mais inclinados a preferir aquelas marcas capazes de ir além de suas plataformas de sustentabilidade. As marcas estão transcendendo seus próprios limites, buscando agregar valor e compartilhar livremente seus conhecimentos e tecnologias, a fim de oferecer soluções efetivas para muitos problemas do mundo atual.
  10. Eternos novatos: Devido à velocidade com que a tecnologia avança, as marcas devem começar a se preparar para assumir efetivamente as mudanças, mas, acima de tudo, os consumidores se veem imersos em uma espiral de evolução acelerada, na qual nada permanece o mesmo por muito tempo. Durante o ano de 2019 e nos próximos anos, seremos levados por um fluxo de mudanças cada vez mais rápidas, no qual nossas próprias capacidades terão que se adaptar à aprendizagem e ao esquecimento a uma velocidade maior a cada dia, para navegar em um ambiente que será cada vez mais mutável e que seguirá em constante mudança.

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