13 de abril de 2020

Itaú Unibanco fará doação de R$ 1 bilhão e cria frente de combate à Covid-19

Anúncio foi feito em coletiva online; equipe formada por sete especialistas na área da saúde será responsável pela gestão e aplicação dos recursos

O Itaú Unibanco anunciou, através de pronunciamento online à imprensa nesta segunda-feira (dia 13), a doação de R$ 1 bilhão e a criação da frente “Todos pela Saúde” para o financiamento de ações de combate à pandemia do coronavírus e seus efeitos sobre a sociedade brasileira. 

Segundo o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, a decisão contou com o apoio dos acionistas e o valor doado não usufrui de quaisquer benefícios fiscais. “Temos que cuidar da nossa casa. Nenhuma instituição pode ser melhor que o país onde ela se encontra. Estamos assumindo nosso papel como cidadão corporativo”, disse.

O recurso ficará sob a gestão da Fundação Itaú e será administrado por uma equipe de especialistas em Saúde que definirá as ações a serem financiadas, de forma que as decisões estratégicas sejam respaldadas por premissas técnicas e científicas. Entre as ações da iniciativa estão a compra de equipamentos hospitalares, a produção de remédios e máscaras de proteção, por exemplo, assim como a priorização de alocação dos recursos.

Liderado pelo médico Paulo Chapchap, diretor-geral do Hospital Sírio-Libanês, a comissão “Todos pela Saúde” conta com o apoio voluntário e a expertise do médico Dráuzio Varella, também cientista e escritor; do cirurgião Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein; do sanitarista Pedro Barbosa, diretor-presidente do IBMP – Instituto de Biologia Molecular do Paraná, ligado à Fiocruz; do consultor em saúde pública Gonzalo Vecina Neto, fundador e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); do médico Maurício Ceschin, ex-diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS) e do especialista em planejamento de saúde Eugênio Vilaça Mendes, consultor do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

Mediada pelo superintendente de Comunicação Corporativa do Itaú Unibanco Leandro Modé, a coletiva online contou com a participação de 8.500 pessoas, entre as mais importantes mídias brasileiras. 

Durante a live, os jornalistas puderam questionar os especialistas em Saúde que trabalharão de maneira voluntária a serviço do país. Representando a Aberje, o diretor-presidente da associação e professor titular da ECA-USP, Paulo Nassar, perguntou se o banco está em contato com outros setores do empresariado nacional para participarem deste projeto. 

Em resposta, os especialistas destacaram que toda a população é agente para a solução da pandemia, seja a população ficando em casa para que o coronavírus não se espalhe, seja o empresariado trabalhando de forma coordenada com as autoridades públicas de Saúde, por meio de iniciativas como a do Itaú. “O problema de uns é o problema de todos”, disse Ceschin, ex-ANS. ao reforçar que o isolamento é uma forma social de ganho. “Temos que ter humildade para tomar decisões e ver o que é melhor agora. Se não dermos as mãos, não sairemos dessa crise”, complementou Vecina.

Tempo 1:03:12: Paulo Nassar faz pergunta a Candido Bracher

De acordo com o médico Paulo Chapchap, o grupo de especialistas escolhidos para esta missão vai identificar as principais necessidades do país e priorizá-las. Ele acentua que a atuação da iniciativa se dará por meio de quatro eixos:

(1) Informar: através de campanha de incentivo ao uso de máscaras pela população e orientação para higiene das mãos e etiqueta da tosse; além da valorização das iniciativas de solidariedade da sociedade civil.

(2) Proteger: disponibilização de equipamentos de proteção individual e testagem para profissionais de saúde e testagem populacional para orientar ações de saúde pública.

(3) Cuidar: apoio aos gestores públicos estaduais e de grandes municípios na estruturação de gabinetes de crise; capacitação e apoio aos profissionais de saúde em melhores práticas, protocolos e terapêuticas; uso de telemedicina para monitoramento de casos e apoio aos profissionais de saúde; ampliação da capacidade e eficiência em estruturas hospitalares referenciadas e compra e distribuição de insumos estratégicos, além da mobilização de equipamentos e recursos humanos.

(4) Retomar: colaboração para o desenvolvimento de estratégias, visando a: retorno mais seguro às atividades sociais; e programas de monitoramento da população com risco elevado.

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