19 de fevereiro de 2019

Fundação Odebrecht realiza Avaliação de Impactos do PDCIS

Antes de serem associados à Cooperativa de Produtores Rurais de Presidente Tancredo Neves (Coopatan), o casal de agricultores Valcí e Valdir Santos lembram que tinham dificuldade em viver do que plantavam. “Cultivávamos por conta própria e perdíamos produção, porque não sabíamos exatamente o que fazer com a terra”, reflete Valcí. Com o apoio da cooperativa e a implantação de novas tecnologias em suas lavouras, a família conta que passou a produzir com mais qualidade na propriedade onde moram, no município baiano de Presidente Tancredo Neves. O impacto foi significativo: além do aumento de renda, obtiveram mais conhecimentos sobre agricultura e consciência ambiental.

A Coopatan, juntamente com a Organização de Conservação da Terra (OCT), a Casa Familiar Agroflorestal (Cfaf), a Casa Familiar Rural de Igrapiúna (CFR-I) e a Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves (CFR-PNT), faz parte do Programa de Desenvolvimento e Crescimento Integrado com Sustentabilidade (PDCIS), idealizado em 2003 e coordenado pela Fundação Odebrecht – instituição associada da Aberje – com o objetivo de transformar as condições de vida das pessoas do Baixo Sul da Bahia. Juntas, essas instituições buscam o desenvolvimento territorial sustentável da região por meio da educação de qualidade, inclusão socioprodutiva e conservação ambiental, com foco no jovem agricultor e sua família.

Em 2018, o PDCIS passou, de forma inédita, por uma Avaliação de Impactos que permitiu comprovar com segurança estatística a geração de transformações econômicas, sociais e ambientais para os beneficiários, como Valcí e Valdir. “Avaliar impactos é hoje quase que uma condição indispensável no contexto contemporâneo de transparência e olhar atento da sociedade, principalmente quando se refere a atuação no terceiro setor. É, ainda, uma etapa que gera conhecimento sobre a ação que se realiza, disponibiliza informações para verificar se o caminho escolhido é efetivo e permite ajustes e correção de rotas, se assim for necessário”, explica Fabio Wanderley, Superintendente da Fundação Odebrecht.

 

ESTATÍSTICA – Conduzido pela consultoria especializada JS/Brasil, o estudo levou oito meses para ser concluído. A metodologia científica adotada foi a de Caso-Controle, que comparou dois grupos: o grupo Caso, constituído por beneficiários do PDCIS, e o grupo Controle, formado por não beneficiários. “Há poucos casos de avaliações desta natureza com a força e a segurança empreendida neste projeto. Daí a convicção dos impactos aferidos no PDCIS, assim como dos caminhos ainda a percorrer para que o programa seja ainda mais transformador”, afirma Miguel Fontes, diretor da JS/Brasil que esteve à frente do estudo.

O resultado da Avaliação mostrou, com segurança estatística, que o Programa gera riqueza considerável para as comunidades. Na dimensão econômica, verificou-se que, em termos monetários, para cada R$ 1,00 investido no PDCIS retornam R$ 2,13 em benefícios para a sociedade. Foi comprovado um aumento médio de R$ 25.593,24 na renda anual com a produção agrícola, podendo chegar a R$ 40 mil a mais quando associado à Coopatan. Além disso, quem é apoiado tende a utilizar menos recursos de programas de assistência – os beneficiários reduziram em 65% a dependência do Bolsa Família.

Ainda segundo a Avaliação, os jovens apoiados têm mais sonho de empreender, acreditam que receberam uma educação para o empreendedorismo e tiveram oportunidades de aplicar novas tecnologias agrícolas. “Eu tinha vontade de ir para a cidade grande e trabalhar em uma empresa. Mas, quando descobri que eu já estava trabalhando em uma, tudo mudou. A minha propriedade é uma empresa: você empreende e alimenta as pessoas. Isso é muito importante”, comenta Carolaine dos Santos, aluna da CFR-I e moradora do município de Camamu (BA).

Sobre os impactos ambientais, foi identificado que produtores rurais que aliaram a agricultura ao uso racional de recursos naturais obtiveram ganhos financeiros anuais em média R$ 20 mil acima do grupo Controle, e que aqueles que são apoiados pelo PDCIS são três vezes menos propensos a enterrar ou queimar embalagens de agrotóxicos e quase seis vezes menos propensos a enterrar ou queimar lixo doméstico. O estudo também indicou aspectos para aprimoramento do PDCIS, como fortalecer a integração entre as instituições que fazem parte. Estão previstas melhorias no acompanhamento de jovens egressos, maior estímulo ao protagonismo feminino e à inserção econômica da mulher no campo.

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