24 de dezembro de 2018

Estrada de acesso a térmicas do Porto do Pecém será construída com utilização de cinzas de carvão

O Complexo Termelétrico de Pecém, no Ceará, composto pela UTE Pecém I (sob a gestão da EDP Brasil, associada da Aberje) e pela UTE Pecém II (administrada pela Eneva), vai reutilizar cinzas de carvão na pavimentação da estrada de acesso que liga a CE 085 às térmicas. Esses resíduos, que são subprodutos da geração de energia elétrica, serão usados em duas camadas que formam a base da estrada. Em uma delas, as cinzas vão substituir 50% de solo comum. Na outra, vão representar 95% da composição. A via, com extensão de 1,3 quilômetro e 12 metros de largura, vai ser inaugurada em janeiro de 2019.

A utilização de materiais alternativos na construção de pavimentos rodoviários é uma tendência mundial. De um modo geral, a indústria de pavimentos percebe deficiências de materiais convencionais, o que tem motivado a busca por inovações. As cinzas de carvão mineral estão entre esses novos materiais que vêm sendo testados. Entretanto, até o momento, praticamente todas essas pesquisas se restringiam a ensaios laboratoriais, o que torna a aplicação prática, na estrada de acesso ao Complexo Termelétrico do Pecém, praticamente inédita.

A pesquisa desenvolvida pelas térmicas é inovadora em âmbito nacional por aplicar estudos laboratoriais à construção e monitoramento de um trecho experimental de pavimentos contendo cinzas. A substituição solo natural trará ganhos ambientais e econômicos. O principal é a possibilidade de evitar a exploração de jazidas naturais para extrair solo nativo, prevenindo a degradação ambiental. Além disso, a Universidade Federal do Ceará – UFC vai elaborar um Manual de Uso contendo normas e instruções de serviço que servirão de apoio e incentivo à concepção de pavimentos com utilização das cinzas oriundas de termelétricas.

O estudo para o desenvolvimento do composto iniciou-se em 2015 e conta com participação da Universidade Federal do Ceará.  Ao todo, o projeto está recebendo um investimento de R$ 4,1 milhões. As obras para construção da estrada compreendem serviços de terraplenagem, sondagem, fundações, abertura de vias internas para passagem de tubulação subterrânea bem como sua recomposição, estruturas metálicas ou em concreto.

Sustentabilidade – Essa não é a primeira pesquisa realizada pela EDP Brasil com o objetivo de reutilizar as cinzas de carvão mineral. Em 2016, a unidade administrativa da UTE Pecém empregou aproximadamente R$ 5,8 milhões em estudos para investigar a adição desses resíduos à massa que forma os blocos de concreto utilizados na construção das paredes, na massa do meio fio e no calçamento externo da unidade (tanto de passeio quanto de circulação de veículos).

Desenvolvida em parceria a Universidade Federal do Ceará e Faculdade de Tecnologia do Nordeste (Fatene), a composição utiliza 95% de insumo tradicional e 5% de cinza. As peças pré-moldadas são feitas com adição de cimento e de uma série de outros componentes. Os agregados mais tradicionais são areia e pó de pedra. Nesse caso, uma parte desses materiais foi substituída pela cinza.

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