Como a inteligência artificial vai mudar o futuro do jornalismo e da assessoria de imprensa
Este poderia ser mais um título “caça-cliques” ou algo do tipo, mas saiba que – felizmente ou não – ele retrata a mais pura realidade, salvo por um detalhe: não se trata de uma previsão, estamos falando de algo que já aconteceu.
Este foi o tom de abertura da apresentação de Jeremy Gilbert, líder da área de iniciativas estratégicas do The Washington Post. Gilbert, ao lado de Wilson Andrews do The New York Times, Helen Vogt, do Norwegian News e do consultor Wilson Andrews o painel: o futuro da automação das notícias, realizada na dição 2017 do SXSW, em Austin no Texas.
Wilson Andrews, editor gráfico do The New York Times foi um pouco menos apocalíptico, se é que lhe cabe este adjetivo. Para Andrews, apesar do processo de automação ser algo absolutamente irreversível, a figura do jornalista não deve ser totalmente substituída neste primeiro momento e devemos continuar fazendo inputs e atuando quase como curadores, orientando e calibrando os sistemas de inteligência artificial de modo que eles possam ser mais eficientes, tanto do ponto de vista de informação de qualidade quanto de adequação da linguagem.
Já Helen Vogt, diretora de desenvolvimento de produtos da NTB, agência de notícias na Noruega, a inteligência artificial se destaca em questões estatísticas, quando demandados a produção de infográficos e análises econômicas, por exemplo. Segundo ela, os sistemas produzem estes conteúdos cerca de algumas centenas de vezes mais rápido do que qualquer especialista da área. Clicou, revisou, publicou e monitorou. Tão simples quanto isso.
Ao término do painel, perguntei ao executivo do The Washington Post como ele enxergava o papel das empresas de PR e Jeremy Gilbert começou sua resposta com um sarcástico: elas existem ainda? Brincadeiras à parte, o questionamento pode ter fundamento, afinal, da mesma maneira que a produção de conteúdo editorial caminha para automação total de suas funções, as assessorias de imprensa e empresas de relações públicas também precisam se adaptar urgentemente a esta nova realidade. Meu palpite é: mesmo que a automação de processos e foco em Business Intelligence e Big Data sejam um grande avanço para modelos de negócios antigos, um almoço de relacionamento com um computador dever ser algo tão indigesto quanto o futuro das empresas que não se preparam para este novo jogo.
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