01 de fevereiro de 2017

Como criar cultura de diversidade nas organizações?

4º encontro do Comitê de Gênero Aberje-Avon (foto: Evandro Moraes)

Gabriela Malta Felix

4º encontro do Comitê de Gênero Aberje-Avon (foto: Evandro Moraes)
4º encontro do Comitê de Gênero Aberje-Avon (foto: Evandro Moraes)

Na última segunda-feira, 30 de janeiro, o Comitê de Gênero Aberje-Avon teve como tema a criação da cultura da diversidade nas organizações. O encontro contou com a presença de Ana Claudia Pompeu Toorezan, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Pós-Doutoranda pela Escola de Comunicações e Artes; Jean Soldatelli, Sócio-Fundador da consultoria de engajamento Santo Caos; Nicoli Becker, Líder do grupo de Inteligência de Gênero na SAP Labs Latin America e Tatiana Sereno, Diretora de Recursos Humanos da Avon. A mediadora dos debates foi Nara Almeida, gerente de Planejamento Estratégico e Relações Institucionais da Aberje.

Como criar uma cultura de diversidade e enriquecê-la no dia a dia? Quais os desafios enfrentados pelas empresas e pelos profissionais de comunicação no cotidiano dessa transformação? Essas foram as questões que a reunião do Comitê tentou responder.

Para a professora Ana Claudia, no que compete à diversidade de gêneros, a legislação brasileira já tem mecanismos que protege a mulher. Mas as ideias de igualdade ainda não estão sendo aplicadas na prática. Ela citou a pesquisa da professora Patricia Tuma, que percorreu os 13 maiores escritórios de direito do mundo e quase não encontrou mulheres em posições de liderança. Das mulheres que estavam na base da pirâmide da força de trabalho ela ouviu queixas sobre a necessidade de abandonarem sua “condição feminina” – como a maternidade, por exemplo – para ocuparem determinados espaços. “A lei sozinha não é capaz de resolver essas distorções. A imprensa e a sociedade precisam agir para que todas conheçam e apliquem a lei”, disse.

Na SAP e na Avon, por outro lado, algumas medidas já estão sendo tomadas para a aplicação dos ideais de inclusão. Na SAP, por exemplo, está sendo desenvolvida uma ferramenta que rastreia o histórico de gestores na hora de contratar novos funcionários. O objetivo da ferramenta é trazer à tona ao gestor possíveis padrões inconscientes de perfil de candidato que ele favoreça na hora da contratação e, assim, ela possibilita a tomada de consciência de certos preconceitos. Entre uma série de medidas de empoderamento feminino, a Avon está aumentando a presença de mulheres negras no quadro de funcionários, inclusive em posições de liderança. A empresa se compromete a ter representação equivalente de mulheres e diversidade de raça no quadro de sucessão.

Medidas como essas são vias de mão dupla dentro das empresas: deixam o funcionário mais engajado e os efeitos desse engajamento são refletidos dentro das empresas. Jean Soldatelli trouxe pesquisas que apontam que empresas com políticas de diversidade de gênero têm 15% a mais probabilidade de superar metas. Outro dado mostra que funcionários não engajados custam de 450 a 550 bilhões dólares para empresas em todo mundo. Seja pelo apelo humano, seja pelo apelo mercadológico, a diversidade tem que fazer parte da cultura das empresas.

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