13 de agosto de 2019

O profissionalismo crescente ao contratar fornecedores

(Foto: Glenn Carstens-Peters)

Ganhar ou conquistar clientes é cada vez mais complexo; processos isonômicos exigem mais atenção e profissionalismo no setor

(Foto: Glenn Carstens-Peters)

A criação de estruturas de compliance e governança corporativa no universo dos negócios são iniciativas promovidas para favorecer a atuação íntegra das empresas, públicas ou privadas, com seus stakeholders – evitando deslizes éticos e tornando claras as regras do jogo.

Especificamente na relação com fornecedores, departamentos de compras e afins buscam cada vez mais atuar com isonomia e evitar corrupção no ambiente de negócios. Neste ponto, a vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) tende a ser mais um mecanismo em prol da transparência.

Sabemos que o processo de seleção das agências de relações públicas e assessoria de imprensa, em sua maioria, é calcado na apresentação de um plano de comunicação (ou outra com nomenclatura similar), somado, quando possível, ao relacionamento da gestão das agências com os responsáveis pela contratação (por parte da empresa).

Aliás, vale ressaltar que isso nunca foi ilegal e não é desabonador para quem ainda porventura assim trabalha. É meramente a constatação de uma prática que ocorre no mercado brasileiro e, aliás, culturalmente aceito na comunicação corporativa.

No entanto, competência à parte, da forma como é, tal processo não implica em alta maturidade técnica e explícita política decisória para escolher efetivamente a melhor proposta da concorrência. Tanto que, do lado das agências, um bom trabalho no dia a dia, somado ao relacionamento com clientes-decisores, faz parte do “caminho” para a manutenção da parceria empresa-agência. Já da parte do cliente, poder participar da escolha da agência com que irá trabalhar, muitas vezes diariamente e até mesmo in house, é uma prerrogativa que tem seu peso.

Entretanto, as boas práticas corporativas e as estruturas de compliance exigem processos de contratação de fornecedores cada vez mais idôneos e impessoais (que são, em geral, capitaneadas pelos departamentos de compras e trabalham com a premissa de pesar qualidade e preço).

Aqui as novidades exigidas pela LGPD vêm ao encontro da transparência: a partir de agosto de 2020, as empresas que trabalham com uso e tratamento de dados pessoais serão afetadas e terão que se adequar ao novo texto legal, com diversas e importantes implicações na cultura da Comunicação Corporativa, conforme escrevi nesta coluna.

Um reflexo que já é possível notar nas concorrências e RFPs (Request for Proposal) é que as empresas contratantes estão exigindo das agências que estas tenham fornecedores enquadrados na nova lei – mesmo antes da vigência. Por fornecedores falamos de empresas de mailings, de clipping, de monitoramento, análise, entre outros.

E por adequação vale dizer que não é somente autorização de uso de dados, mas também garantias de proteção e cibersegurança destas informações. Pela lei, qualquer dado concedido – do drive da nuvem até a lista em Excel – não pode vazar ou ser roubado. Em caso de deslize, existe o entendimento que a recém-criada ANPD – Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pode multar toda a cadeia produtiva envolvida.

Exigir – o quanto antes – a adequação à lei não deve ser entendido como um custo a mais ou burocracia: é uma medida de proteção e sustentabilidade.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Fernanda Lara

Jornalista pela Universidade de Brasília e pós-graduada em Marketing pela Grenoble École de Manegement (França). Fernanda pode ser definida como uma comunicadora especializada em Tecnologia e uma tecnóloga especializada em Comunicação. Após atuar na imprensa, criou o I’M Press, plataforma que reunia mailing de imprensa e distribuição de press releases. Em 2011, mudou-se para São Paulo, onde se uniu ao programador Flávio Morsoletto. Entre 2014 e 2018, a empresa passou por um ciclo crescimento. Em 2019, o I’M Press se fundiu a Maxpress e formou o I’Max, uma plataforma que fomenta negócios para agências de comunicação, com serviços de mailings, disparo, hospedagem de sites, press room e ferramentas de Inbound PR.

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