20 de junho de 2017

Em qual meio colocar as mensagens de nossos clientes?

O artigo mostra que o comunicador tem hoje um vasto cardápio de opções para projetar seus clientes para seus públicos de interesse. Essa variedade o livra da tirania e do filtro estreito das redações tradicionais.

pessoas lendo noticias em varios meios

Os dados da Pesquisa Brasileira de Mídia de 2016, realizado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, confirmou que a televisão (63%) continua sendo o principal meio pelo qual as pessoas se informam sobre o que acontece no Brasil. Das 15.050 pessoas ouvidas no levantamento, em segundo lugar veio a internet, com 26%; o rádio, com 7%; o jornal , com 3% e as revistas com traço. Apesar de ter uma das menores taxas dentre os meios de comunicação tradicional, o jornal impresso é, paradoxalmente, o mais confiável: 60% entre os que confiam sempre, somados aos que confiam muitas vezes. Enquanto isso, as mídias sociais marcam passo. A confiança nas notícias postadas nos sites da internet continuam na faixa dos 20%; as dos blogs é de apenas de 11% e das redes sociais, 14%.

De maneira simplificada, temos que considerar na análise de nossas escolhas essas duas referências: a capilaridade e a reputação de cada um desses meios. Claro que o melhor dos mundos é colocar em prática uma estratégia que permita que a mensagem de nosso cliente circule por todas essas mídias. Considerando que o sucesso do trabalho de relacionamento de imprensa – ao contrário da garantia de publicação de um anúncio pago -, envolve habilidades, oportunidades e uma gama bem variável de aspectos subjetivos, as chances de isso acontecer estão na mesma medida do tamanho do interesse que a informação trabalhada tem para o público ou para o mercado. De outra forma, o funil se estreita. Daí, a necessidade de uma avaliação que estime a repercussão, a visibilidade e a credibilidade obtidas por uma narrativa organizacional em determinado meio.

Como em relacionamento de imprensa, métricas são um tanto quanto controversas pela sua imaterialidade, um jeito mais honesto de “dimensionar” seus resultados é considerar conceitualmente atributos consensuais como o público do meio, sua respeitabilidade e seu alcance, o que também não terá qualquer significado se não houver continuidade nas inserções noticiosas nos mais diversos meios. A comunicação com os públicos por meio das redações é um projeto de caráter permanente.

Pelo seu alcance colossal, estar na imprensa eletrônica, rádio e TV é ainda estar no topo do noticiário pela sua capacidade de irradiar marcas e mensagens ao público em geral e de constranger oponentes do alto comissariado político e de setores econômicos. Sua força muitas vezes reside no repique da notícia em outros meios e veículos, o que compensa a fragilidade de fixação do conteúdo pelo telespectador, cuja atenção é fragmentada e compartilhada simultaneamente com outros interesses e preocupações, como o smartphone e afazeres domésticos.

As corporações e instituições que queiram intervir nas agendas políticas e econômicas, influenciar a Justiça e direcionar as tomadas de decisão de “players” do mercado, outro caminho é a imprensa escrita, em suas versões impressa, online e em tempo real.

Nesse caso, o galho da mídia se ramificou prodigiosamente. Os três grandes da imprensa clássica brasileira (O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo), seguidos pelo Valor Econômico e Correio Braziliense, têm hoje fortes rivais. Primeiro, os veículos estrangeiros, como El País, BBC-Brasil e Reuters, aos quais se atribuem uma cobertura mais objetiva, por exemplo, em relação a temas nacionais, como a reforma da Previdência e a crise política.

Segundo, os nativos digitais, como BuzzFeed, Nexo Jornal, The Intercept Brasil e Huff Post Brasil. Blogs de jornalistas renomados, como Fausto Macedo e Luiz Nassif, também podem ser alternativas para pautas políticas e econômicas. Para assuntos mais específicos, existem os segmentados, como o Consultor Jurídico, uma revista eletrônica especializada em notícias ligadas a temas jurídicos, o Teletime, que cobre o mercado de produção audiovisual e televisão, ou ainda o InfoMoney, que traz informações e análises sobre o mundo financeiro. O surgimento de bons sites de notícias, que trazem o que há de mais atual e relevante para um público específico, reflete a força do segmento correspondente.

O cardápio variado permite ao comunicador se livrar da ditadura da grande imprensa. A depender do propósito de sua ação comunicacional para o público externo, é possível hoje atingir seu objetivo sem passar pelo filtro, nem sempre isento, das redações tradicionais. Estar bem servido de opções para projetar marcas e produtos e divulgar os pontos de vista de seus clientes não quer dizer que os critérios de uma boa narrativa devam ser ignorados. Para contar as histórias de nossos clientes, a Rapport, por exemplo, prioriza a relevância do tema, o fascínio do assunto, suas implicações políticas ou socioeconômicas ou para o mercado e a atratividade que lhe será conferida. Desses critérios, o comunicador não deve nunca abrir mão.

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