Comunicação Interna e o efeito cascata de um mundo instável
Nos últimos anos, o mundo tem observado grandes mudanças políticas, além de uma ascensão de nacionalismo e dos extremos, sejam de direita ou de esquerda. Vimos de tudo, desde uma Europa desestabilizada após o resultado do referendo Brexit, até um mundo abismado quando o Donald Trump (autoproclamado “gênio estável”) ganhou as eleições presidenciais nos Estados Unidos. Além disso, aqui no Brasil, houve o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e o país viu uma queda de confiança no governo inaudita. Os efeitos da instabilidade política não se restringem só a efeitos na economia ou nas relações diplomáticas, mas chegam também a afetar várias áreas dentro das organizações, como por exemplo a comunicação.
Para começar, incertezas externas aumentam a necessidade e a importância de estabilidade e certeza interna. Em empresas e organizações de um modo geral, isso significa que líderes precisam apresentar certeza para seus funcionários, na forma de um propósito claro. É fundamental que membros da organização tenham uma visão muito clara de como a sua contribuição individual contribui ao propósito maior da empresa. Dessa maneira, eles sentem que são importantes para a empresa e que estão no caminho certo. Em outras palavras, líderes precisam priorizar o engajamento dos funcionários para promover estabilidade interna. Uma das ferramentas mais importantes para alcançar essa estabilidade é a comunicação interna.
Além disso, incertezas geopolíticas que destroem, ou diminuem, a unidade entre países, impactam organizações multinacionais no sentido de que as que conseguem manter uma cultura unificada em países distintos, terão uma vantagem competitiva. Consequentemente, as empresas que não conseguem manter uma cultura unificada, terão uma desvantagem. Assim como é uma ferramenta importante para comunicar o propósito das atividades, a comunicação interna também é uma ferramenta fundamental para manter uma cultura de empresa sólida e unificada. Claro, manter uma cultura unificada em cidades e países diferentes não é tarefa fácil. É algo que requer dedicação, competência e liderança excepcionalmente forte, tanto em um nível global quanto nacional.
Uma liderança forte é, sem dúvida, um fator de sucesso para empresas e organizações no geral. Entretanto, em tempos de crise e instabilidade, se torna ainda mais importante. Líderes, seja eles supervisores de equipe, gerentes ou alta liderança, têm um papel primordial em manter a comunicação interna funcionando e criar um clima estável dentro da organização. No momento, mais do que nunca, é fundamental enxergar a comunicação interna como uma parte integrada a organização e usá-la para promover transparência.
Além de transparência, uma liderança forte também requer inteligência emocional e empatia. Para conseguir comunicar de forma eficaz, a fim de fazer com que as pessoas entendam o que você quer que entendam, é fundamental que tenha a capacidade de enxergar o assunto da perspectiva deles. Isto implica respeitar a diversidade dentro da organização, ser capaz de adaptar sua mensagem a um público diversificado e, também, receber retornos diversos dessas pessoas. Desse modo, líderes podem trazer uma sensação de estabilidade e segurança e diminuir os efeitos negativos da instabilidade externa nas organizações.
COMENTÁRIOS:
Destaques
- Page Spring Seminar explorou desafios da Comunicação em cenário globalizado e complexo
- A mudança em foco: transição de carreira da Comunicação para a Fotografia
- Reflexões sobre Comunicação Estratégica em palestra para a Polícia Militar do Estado de São Paulo
- Unimed Cerrado é nova associada da Aberje
- Museu da Língua Portuguesa é novo associado da Aberje
ARTIGOS E COLUNAS
Milena Siqueira A hora e a vez da escuta ativaDeborah Rodrigues Como a IA tem impactado a comunicação corporativaHamilton dos Santos Reflexões sobre o Page Spring Seminar 2024: desafios e oportunidades de uma comunicação globalElizeo Karkoski Velhos problemas, novo olhar para soluçõesPatricia Santana de Oliveira Usando o futuro para compensar decisões do passado