06 de março de 2018

Comunicação Interna do 1.0 a 4.0

De foco nos canais ao foco no ser humano

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A 4ª Revolução Industrial já começou. A internet das coisas, a computação em nuvem e a inteligência artificial já estão mudando e mudarão ainda mais a nossa forma de fazer quase tudo o que fazemos. Esse movimento impactará diretamente em como nos comunicamos internamente nas organizações.

Mas, ainda que estamos falando da Comunicação Interna 4.0, o que caracteriza as ondas anteriores da comunicação? Além da ordem cronológica, as diferenças estão no estilo de gestão da empresa, pois cada organização tem o seu próprio tempo e jeito de fazer. E qual é o jeito da sua empresa?

Comunicação Interna 1.0

De maneira geral, tudo começa nesta primeira onda, quando são criados os canais de comunicação interna na empresa. A Comunicação Interna como é conhecida hoje surgiu nos anos 80 por duas necessidades principais: a primeira para contrapor ao sindicalismo e a empresa contar suas boas práticas. A segunda foi para fazer educomunicação em relação à qualidade de produtos e serviços. Com o Brasil da época se abrindo para o mundo, tivemos uma enorme jornada para trabalhar nossos processos afim de sermos competitivos globalmente. E as empresas além de treinamentos utilizaram fortemente os canais de comunicação interna.

Desta forma, o que caracteriza essa onda é o técnico, o texto, os canais e as informações são top down. A empresa informa os colaboradores.

Comunicação Interna 2.0

Na Comunicação Interna 2.0 o líder ganha um papel de comunicador com o seu time. Isso porque as pessoas passam a expressar suas opiniões e desejos e querem ser ouvidas em seu trabalho. Esse comportamento foi aprendido pelos colaboradores fora da empresa, na web 2.0, a partir de 2005. Nessa onda há interação entre emissor e receptor. Os canais face a face de líder para liderado são criados e há diálogo entre empresa e colaborador. A comunicação deixa de ser apenas top down.

Podemos dizer que, neste momento, a grande maioria das empresas no Brasil está fazendo Comunicação Interna 2.0. A Pesquisa de Tendências de Comunicação Interna 2018 apontou características que convergem para essa onda: canais estruturados, realização de campanhas, utilização da liderança como principal aliada da comunicação interna e desejo de investir em plataformas colaborativas.

Comunicação Interna 3.0

Inspirado na Web 3.0, termo atribuído ao jornalista John Markoff do New York Times, essa é a onda que muitas empresas já estão vivendo hoje. Na Comunicação Interna 3.0 as plataformas colaborativas dão o tom da comunicação e relacionamento entre colaboradores. É a Comunicação Interna dos “Cs”: da colaboração, da cocriação e do compartilhamento. As conversas acontecem de forma transversal, entre colegas, sendo um influenciando o outro. Porém, bem importante reforçar: o líder continua como principal influenciador do seu time.

Assim na onda 3.0 a comunicação interna acontece entre colegas e cabe a nós comunicadores, além de estimular as conversas em rede, auxiliar os gestores a exercerem o seu papel de líderes comunicadores de maneira efetiva e afetiva, ajudando-os a darem foco, direção e inspiração ao seu time.

Comunicação Interna 4.0

É a comunicação e relacionamento com colaboradores de amanhã, mas que já está chegando, pois brevemente todos serão emissores na organização. Os colaboradores poderão postar as suas próprias publicações e serão também os comunicadores oficiais. As áreas de comunicação interna precisam então ser ressignificadas.

A Comunicação Interna 4.0 possui três características: curadoria, experiência e mensuração. Como não será mais a única emissora da empresa, terá que ter um papel mais de curadoria para dar visibilidade aos assuntos estratégicos. E essas narrativas deverão ser transformadas em experiências. É o momento da comunicação essencialmente humana, pois quanto mais tecnologia forem as ferramentas, mais touch deverão ser os relacionamentos na empresa.

Por fim, a tecnologia tão racional democratizou as conversas e hoje o fazer sentido, conectar por meio de experiências e transformar o colaborador está na essência da comunicação interna. Por isso, mesmo aquelas empresas que ainda estão fazendo Comunicação Interna 1.0, precisam iniciar a sua transição para a Comunicação Interna 4.0 para conseguirem sobreviver e mostrar seus resultados.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Adevani Rotter

Fundadora e diretora-geral da Ação Integrada, uma das principais consultorias em comunicação e relacionamento com colaboradores do país. Formada em Relações Públicas (UEL), com especialização em marketing (UFPR) e especialização internacional em comunicação interna (ABERJE). Também é consultora formada pela Adigo. Realiza diagnóstico, planejamento estratégico e consultoria nos clientes, além de liderar o time e gestão da Ação. É apaixonada por construir junto, pois, para ela, a força transformadora está no diálogo e no trabalho colaborativo.

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