27 de março de 2019

Abiquim reúne lideranças femininas para debater os desafios na política, indústria e academia

A Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim, instituição associada da Aberje, promoveu o evento “Liderança Feminina”, que reuniu mulheres de destaque na política, indústria e academia para compartilhar experiências das suas trajetórias profissionais, no dia 12 de março, em São Paulo. Em comum as palestrantes destacaram a necessidade de inovar, ter coragem e ousadia para aceitar novos desafios, e esforço e disciplina na busca pelo preparo acadêmico.

 

 

A diretora de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Abiquim, Marina Mattar, foi responsável pela mediação do painel que uniu representantes da academia e indústria. “O objetivo foi mostrar os desafios superados por essas profissionais para ocuparem cargos de liderança e discutir como nós mulheres, que representamos mais de 50% da população brasileira e temos um nível médio educacional maior que os homens podemos contribuir para a geração de empregos e retomada do crescimento econômico”.

As convidadas abordaram temas como a maternidade e o retorno ao ambiente de trabalho e as políticas para a inserção de mulheres no mercado, incluindo a necessidade de serem criadas políticas públicas e privadas que promovam o aumento no número de creches e espaços de amamentação nas empresas.

A presidente do Grupo Solvay na América Latina e da Unidade Global de Negócios Coatis da Solvay e membro do Conselho Diretor da Abiquim, Daniela Manique, explicou que um dos pontos importantes da liderança feminina é não adquirir as características de um “homem”. “A diversidade não é ter uma mulher com as características das lideranças masculinas. São as características da liderança feminina que geram a diversidade e um diferencial no ambiente corporativo”.

Apesar de não terem planejado alcançar os cargos que ocupam, as líderes destacaram a necessidade de estarem prontas para aproveitar as oportunidades. A diretora Comercial e de Desenvolvimento de Mercado da Braskem, Isabel Figueiredo, lembrou que teve a oportunidade de trabalhar na área de Custos e Orçamentos, e por ser formada em Letras decidiu estudar Economia. “Nunca deixe passar uma oportunidade e se prepare para isso, é preciso ser ativa e buscar seus objetivos”.

O painel contou ainda com a participação da líder de Compras de Matérias-primas, Embalagens, Manufatura Externa e Logística para a Dow na América Latina, Adriana Amelio. Todas as painelistas tinham em comum a maternidade e compartilharam suas experiências, neste momento em que muitas profissionais decidem interromper suas carreiras. “Na primeira maternidade pensei em parar de trabalhar, mas senti que precisava seguir os meus sonhos. Vocês que pretendem ser mães tenham resiliência nos primeiros meses, é uma decisão difícil retomar o trabalho, mas é necessário seguir os sonhos”, afirmou Adriana.

Sobre as políticas desenvolvidas pelas empresas, Adriana Amelio, da Dow, explica que no início da carreira há uma proporção igual de homens e mulheres na empresa, mas as mulheres representam 37% dos cargos de liderança, para equilibrar essa proporção são desenvolvidas ações focadas na etapa de carreira de cada profissional. “Para quem tem até 5 anos de empresa temos um programa focado em networking para garantir que ela consiga fazer conexões com pessoas diferentes, entre 6 e 15 anos é trabalhado o mentoring, pois um mentor pode auxiliar nas decisões complexas sobre a carreira”.

No caso da Braskem, Isabel Figueiredo lembrou que em novas contratações entre os dois finalistas precisa haver ao menos uma mulher. Também foram criadas salas de amamentação para as mulheres que retornam ao trabalho após a maternidade. Daniela contou que a Solvay também adota a política de ter uma mulher entre os dois finalistas para uma nova vaga de trabalho e são praticados o home office e a jornada flexível de trabalho.

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