16 de agosto de 2019

Carreira e paternidade

Publicado no Linkedin em agosto de 2019

Você nasceu para ser pai.

Seu sonho sempre foi casar e ter filhos.

Na infância, você adorava brincar de casinha e de bonecos dos quais você cuidava, dava banho, alimentava, trocava as fraldas e ensinava. Coisas que você aprendeu a fazer brincando com seus pais, avós, tios, primos e amigos.

Na adolescência, você aprendeu a lavar, passar, fazer uma boa faxina na casa e cozinhar, como faziam todas as pessoas em todos os lugares.

Quando chegou o momento de escolher uma área de trabalho, você começou a pensar nas opções existentes que permitiriam conciliar carreira e paternidade. Afinal de contas, em algum futuro não muito distante, você conheceria e casaria com a pessoa dos seus sonhos, teriam filhos e dividiriam as alegrias, prazeres, responsabilidades, direitos e deveres de uma vida em família. E viveriam felizes.

Você queria ser um profissional bem sucedido e um pai participativo e exemplar, como eram todos os homens que você conhecia. Escolheu estudar gestão de negócios, cuja área de atuação era ampla e irrestrita. Na faculdade, sua turma era metade masculina e metade feminina, composta por pessoas representantes de todas as etnias, orientações sexuais, classes sociais, biotipos e regiões brasileiras, entre outras coisas.

Quando você se formou, entrou para um mercado de trabalho tão inclusivo, diverso e igualitário quanto a sociedade da qual você fazia parte. As oportunidades e os benefícios eram acessíveis a todos, sem distinção.

Foi na empresa em que trabalhava que você conheceu a pessoa com quem queria dividir a vida e construir sua família. Começaram a namorar, casaram e ficaram “grávidos”. Quando seu bebê chegou, vocês usaram todos os seis meses de licença parental a que cada um tinha direito. Aquele momento foi fundamental para fortalecer o vínculo entre vocês e redimensionar suas prioridades.

Ao final da licença, você voltou para o trabalho muito mais comprometido e produtivo, foi promovido, ganhou mais autonomia e flexibilidade para conciliar sua carreira, a criação do seu bebê e suas tarefas domésticas. Sua família cresceu e hoje seus filhos estão na faculdade.

Você foi às consultas médicas, estava lá quando eles começaram a engatinhar e a andar. Ouviu emocionado a primeira vez em que eles o chamaram de “papai”, os ensinou a nadar e a andar de bicicleta. Montou quebra-cabeças e os ajudou a conhecer e a entender o mundo. Nunca faltou a uma reunião ou festa da escola. Tirou férias junto com eles e sempre respondeu a todas as perguntas que eles te fizeram, por mais desafiadoras que fossem, com sinceridade, honestidade intelectual e ética.

Você os acolheu com seu abraço, seu amor, sua atenção e seu afeto quando eles precisaram. E os inspirou a encarar os desafios da vida com otimismo, alegria e coragem. Foi um grande exemplo de pai, presente e parceiro, para cada um deles, mostrando, na prática, como se concilia carreira e paternidade. Exatamente como você aprendeu com seus pais, familiares e amigos.

Essa história te pareceu utópica? Depende de você transformá-la em realidade.

 

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Neivia Justa

Neivia é executiva sênior de Comunicação e Diversidade&Inclusão, com 29 anos de experiência em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Jornalista, Palestrante, Mentora e Professora de Cultura e Transformação Digital, Liderança, Comunicação Inclusiva e Gestão de Mudança. Criadora da #JustaCausa e dos movimentos #ondeestãoasmulheres e #aquiestãoasmulheres. Vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017. Top Voice 2018 do LinkedIn Brasil.

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