13 de setembro de 2018

8 tendências para ampliar o engajamento do relato reputacional do GRI, segundo o Relatório 2025 do CLG

Em 2017, o Corporate Leadership Group (CLG), grupo formado por 13 líderes empresariais de grandes companhias globais se reuniu, a convite do Global Reporting Intiative (GRI), para discutir as principais tendências de sustentabilidade do futuro, num projeto intitulado Relatório 2025. Entre as temáticas que deverão ser inseridas na agenda das empresas até a próxima década, estão o compromisso com a mudança climática, a redução da desigualdade e a garantia dos direitos humanos.

 

 

No território da comunicação, os relatórios, desde a elaboração do conteúdo a sua difusão, exigem que as equipes gestoras das áreas de Sustentabilidade e de Comunicação pensem em novos formatos, recursos e canais para torná-lo, a cada ano, mais atrativo e com maior alcance as partes interessadas.

Veja algumas tendências da comunicação para ampliar o engajamento e alcance do relato reputacional de sustentabilidade:

Relatório Digital (APP) – Esqueça a publicação impressa. Faça seu relatório totalmente digital e com recursos que viabilizem o compartilhamento de conteúdo pelos usuários, visualização em mobiles e, se tiver orçamento, invista na criação de um APP. Além de alcançar mais pessoas, reduz o impacto ao meio ambiente, tanto na produção quanto no descarte. Uma grande vantagem em usar recursos digitais para relatórios de sustentabilidade é a capacidade de rastrear as páginas, conteúdos e funcionalidades que estão obtendo maior interesse dos usuários. Além disso, o relatório online permite medir e avaliar, e os ajustes podem ser feitos de forma contínua durante o ano ou no relatório seguinte. Isso ajudará a orientar melhor os temas que ressoam com os leitores e orientar suas narrativas em comunicação de sustentabilidade.

Storytelling multimídia – Ouse no storytelling. Ao integrar funcionalidades interativas em um relatório de sustentabilidade online, as empresas se comunicam de forma mais envolvente. Desde a transformação dos gráficos e mapas informativos estáticos em visualização de dados dinâmicos à criação de filmes curtos com narrativas visuais de locais e pessoas. Os usuários, além de acessarem mais informações, passam também a poder compartilhá-las em suas redes em contas de mídia social. Mapeie boas histórias, invista em produções multimídia e divulgue em seus canais. Algumas companhias têm inovado na realização de instalações multimídia itinerantes, oferecendo experiências de realidade virtual, como passeios no entorno dos seus ativos, transportando o público as narrativas numa espécie de user experience.

Busca fácil – Pense na necessidade dos stakeholders em acessar uma informação de forma ágil. Se informe sobre a ferramenta “Report Builder” ou outras disponíveis, e como elas podem expandir a legibilidade, para acesso rápido aos conteúdos de interesse. Como os relatórios apresentam muitas informações, o uso da busca fácil facilita ao usuário encontrar, em tempo ágil, a informação que realmente deseja. Lembre-se de que somos bombardeados de informações todos os dias, ter acesso fácil ao que se deseja, é garantia de engajamento.

Índice GRI interativo – Os novos Padrões GRI são uma chance para as empresas repensarem a estrutura e o formato do Índice de Conteúdo. Ainda é necessário incluir um Índice de Contexto, mas as organizações podem usar o formato de apresentação que desejam (GRI).Em outras palavras, o GRI oferece às empresas mais flexibilidade na formatação do índice de conteúdo.

Visualização de dados – Use uma ferramenta de análise de dados interativa que reage às solicitações dos usuários. Dentro do mesmo espaço de página, as partes interessadas podem visualizar vários gráficos informativos em uma única interface (comparações ano a ano) que, dentro de um relatório de impressão, usaria várias imagens estáticas e espaço de página excessivo.

Gamification – Algumas grandes empresas ousaram na criação de games de experiência online interativa, para compartilhar sua atuação e a mitigação de impactos por meio de jogos digitais. Um bom exemplo é o da Heineken USA. A companhia lançou, em 2016, a Brewing a Better World, que incluía três níveis onde os usuários enfrentavam o desafio de equilibrar a vontade de competir com a necessidade de cuidar do mundo, com táticas que incluíam dirigir bem um navio para reduzir as emissões; reciclar garrafas e latas vazias em um bar e participar de rodadas em um festival de música, onde o principal objetivo era se hidratar e não dirigir um carro na volta para casa. Além dos jogos digitais disponíveis no site ou APP do relatório, há companhias investindo em instalações com o storytelling do relatório, em locais de grande acesso público, como feiras e eventos, onde os usuários podem participar de jogos de realidade virtual, com as melhores práticas de sustentabilidade.

Mapeamento de Influencers – Mapear audiências e influencers na Web para ganhar alcance tem se tornado crucial à estratégia de difusão do relato reputacional. Ao dirigir seus canais no engajamento de influencers, eles passam a atuar como interlocutores das histórias da companhia, se conectar a elas e compartilhar suas opiniões, ampliando o alcance e difusão da narrativa de sustentabilidade. Isto quer dizer, sua história contada por um especialista.

Difusão Web – Defina uma estratégia de difusão Web e de PR, que contemple a contação de histórias interessantes sobre as ações de sustentabilidade da companhia e os principais marcos e inovações do relatório. Difunda o conteúdo num planejamento de 60 dias, com a difusão nos canais destas narrativas dirigidas às partes interessadas. Mensure o engajamento e reoriente a estratégia com a oportunidade de difusão de novas narrativas do relatório, a partir da interação e do que ressoa melhor aos stakeholders.

Saiba mais sobre o contexto deste tema em artigo publicado na Revista Plurale por Anatrícia Borges e Pedro Borges, da Conspiração Dostô. Caso queira uma apresentação visual mais organizada, faça download aqui.

Os artigos aqui apresentados não necessariamente refletem a opinião da Aberje e seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade do autor.

Rodrigo Cogo

Rodrigo Cogo é o curador do Sinapse Conteúdos de Comunicação em Rede e responsável pela distribuição digital dos canais integrantes da plataforma. Formado em Relações Públicas pela Universidade Federal de Santa Maria, é especialista em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional e Mestre em Ciências da Comunicação, com estudos voltados para a Memória Empresarial e Storytelling, ambos pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (SP). Atuou na Aberje por 14 anos, passando pelas áreas de Conteúdo, Marketing e Desenvolvimento Associativo e tendo sido professor em cursos livres e in company e no MBA da entidade por 10 anos. É autor do livro "Storytelling: as narrativas da memória na estratégia da comunicação".

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